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IBAN
Trabalhador, cada um com o seu valor
Por que razão alguns têm tão pouco valor?
Aqueles que fazem o trabalho que poucos querem
Colher frutos nas estufas, debaixo de uns tórridos cinquenta graus centígrados
Os que constroem as casas, ao vento, à chuva e ao frio
Por um magro salário, que não dá para terem uma casa
Os trabalhos mais duros são os mais mal pagos, porquê?
Porque os doutores que fazem as leis não se lembram deles
Não fazem parte da sua roda de amigos
Quem não tem um curso universitário, não tem valor
Mesmo que saiba construir uma casa, um carro
Uma ponte, uma barragem, criar couves, batatas ou cenouras
Nada disso tem valor, para os senhores doutores
Que fazem as leis e governam o país
Que acham que os aumentos de pensões e ordenados
Com uma percentagem igual para todos é aceitável
Cavando, cada vez, mais desigualdades
Quem ganha 500€ terá um aumento de 17€
Quem ganha 2000 terá um aumento de 70€
Os preços no supermercado não são iguais para todos?
Enquanto não valorizarem todas as profissões, porque todas são necessárias
Não falem de igualdade, de valorização, de reconhecimento, de estima social
Não nos queiram enganar com palavras cor-de-rosa, que são migalhas para ganharem as eleições
Meia pensão para todos, com algumas exceções, tanto faz que tenha uma pensão de 50000€, ou de 500€ (leis socialistas,( faria se não fossem socialistas!)
1€ por dia, para uma minoria, e discriminação para quem não tiver um IBAN, que não receberá nada
Muitos países dentro de um país, muitos Governos, dentro de um Governo
A Ministra da Segurança Social e Emprego disse que quem não tivesse conta bancária podia indicar um IBAN de outra pessoa
Enquanto o Ministro das Finanças, que é mais quero, posso e mando, não aceita IBAN de terceiros, fazendo com que mais de 260 mil pessoas não tenham recebido os 125€ + 50€ por cada filho
Com todas estas manigâncias não admira que continuemos na cauda da Europa
Fomos os primeiros a ir a Bruxelas, de mão estendida, pedir o dinheiro do PRR
Já alguém viu alguma obra estruturante paga com esse dinheiro?
Podiam aproveitá-lo para equiparem o parque escolar para o futuro, com meios tecnológicos
Já é tempo de todos os alunos, de todos os graus de ensino, utilizarem os computadores e neles fazerem os testes
A mobilidade, a saúde e a justiça também poderiam ter beneficiado da chamada bazuca
Mas, a incompetência não o permitiu.
Já gastaram em projetos, pareceres e estudos para o TGV e Aeroporto mais do que custariam a construção das obras
José Silva Costa
Adeus Outubro
Adeus até para o ano
Foste mais um mês quentinho
Muito diferente do que era antigamente
O Governo deu dinheiro a quase toda a gente
Só não deu a quem mais precisa: a quem não tem conta bancária
Não são só algumas empresas que têm tido lucros extraordinários
Com tanta inflação, o Governo também recebe impostos extraordinários
Têm sido montantes de tal ordem, que não sabe o que lhes fazer
Deu meia pensão a toda a gente, com algumas exceções, não há regra sem exceção!
Ao contrário do que fez para a atribuição da prenda dos 125€, que estabeleceu um limite
Aos reformados deu tudo a todos, metade da pensão para quem tem uma pensão de 100.000 ou 100 €
Igual para todos, para manter as desigualdades!
Os pobres já estão habituados a viver com muito pouco
Os ricos podem fazer mais uns cruzeiros à volta do mundo
Como, ainda, sobrou muito dinheiro resolveu alagar o prémio de 125 €, aos portadores de vistos gold,
Os que não têm IBAN é que não sabem quando receberão
O Secretário de Estado dos Impostos diz que vai correr o programa durante seis meses
Não sei se está à espera de um milagre: IBAN sem conta bancária!
Neste país tudo é possível! Para o ano vamos receber 22 mil milhões de euros, por dia
Como é difícil gastá-los todos, dentro do prazo, o Governo fez uma nova lei para os concursos públicos
A nova lei está a ser contestada pelo Tribunal de Contas, porque pode facilitar a corrupção
Acho que não tem razão!
Em Portugal já não há corrupção!
“É a justiça a funcionar”
Há eleitores esclarecidos a votarem em candidatos condenados por corrupção
Já baixámos os braços, já estamos habituados, já estamos resignados, para o que não tem solução, o melhor é aceitar a sua normalização.
José Silva Costa
25, de Abril de 2022
Depois de 48 anos de democracia, esperávamos ter um país mais desenvolvido
Continuamos com as inaceitáveis desigualdades, em que uns tem tudo e outros não têm nada
Um litoral superlotado e um interior desertificado, deserdado, abandonado, desaproveitado
Onde não chegam as telecomunicações: as autoestradas do presente e do futuro
Neste quase meio século ainda não apareceu um governante capaz de derrubar o muro
Só governam para as sondagens e para o presente, não têm ambição, nem solução para o dia duro
A pobreza continua a condenar-nos à tristeza. Antes de qualquer transferência social, em 2020, tínhamos 4,48 milhões de portugueses (43,5%) em risco de pobreza
Quase metade da população em risco de pobreza: é muita pobreza!
Todos os governantes, que tiveram responsabilidades nestes resultados, devem sentir-se muito envergonhados
Quase todos os governantes, nos discursos do ato de posse, dizem que vão ter em atenção os mais desfavorecidos, mas nunca mais se lembram deles
Nos momentos de reconhecimento dos méritos nunca aparece um pedreiro, um carpinteiro, um mecânico, um varredor, um condutor …………….., só os engenheiros e doutores é que têm mérito
Um país, cada vez mais desequilibrado, onde os ricos estão mais ricos e os pobres mais pobres
E, isso é revoltante, criaram o Ministério da Coesão, que não passa de um chavão, mais uma ilusão, para enfeitar a governação
Os Municípios ricos estão a criar transportes públicos gratuitos, a equipar as escolas com novas tecnologias, com quadros interativos, enquanto as escolas, dos outros, continuam com os quadros pretos e sem transportes públicos gratuitos
É esta a regionalização, que o referendo reprovou, mas que este Governo está a implementar à força. Agora, sem a colaboração de qualquer outro partido, devido à maioria absoluta
Política e futebol, uma mistura que gera corrupção, se faltassem exemplos, bastava o de Luís Filipe Vieira, cuja falência das suas empresas já nos custou 290 milhões de euros, através do fundo de resolução do BES
Um país, onde o futebol é mais importante que a educação. Quantos professores veem o seu mérito reconhecido?
Ainda não foi desta que Portugal se tornou num país solidário e desenvolvido
Nem com tantos milagres conseguimos vencer o castigo.
José Silva Costa
Primeiro de Maio
Um primeiro de Maio diferente
Com muito tempo para refletir
Num Mundo desequilibrado
Onde poucos têm tudo, e muitos não têm nada
Um Mundo de fachada, que não valoriza a qualidade humana
Em que o desenvolvimento foi baseado no desperdício
“ Usa e deita fora”
Com os serviços mais bem pagos que a produção
Os produtos essenciais são pagos a meio tostão
Os supérfluos valem um dinheirão
É tempo de reflexão
O fosso das desigualdades não pode continuar
Cada qual tem a sua função
Não é tempo de guerrilhas, mas de colaboração
Os recursos são escassos, não podemos continuar a desbarata-los
Há povos que deitam para o lixo o que faz falta a outros
Valores invertidos, prioridades invertidas, está tudo de pernas-para o ar
Vamos ver se esta pandemia, que nos veio mostrar o que é a igualdade
Se nos faz refletir e, alguma coisa, mudar
Porque ela veio interromper vidas, suspender outras, causar o caos
Um turbilhão, que a todos nos atirou ao chão
Como nos vamos levantar!
Se tudo mudou e não sabemos como vai ficar
Se não temos pão para, aos filhos, dar
Tudo parou, as empresas, os trabalhadores, estão a despedir
Neste primeiro de Maio, dia do trabalhador, o trabalho desapareceu
Pela primeira vez, o dia do trabalhador, mais parece o dia do desempregado
Como é que vai ser!
Se todos os dias temos de comer
Os senhores que só pensam em nos impressionar com as suas riquezas materiais, é que nos podiam responder
Por que razão não há uma melhor distribuição da riqueza produzida?
Há, assim, tanta diferença entre os seres humanos?
Que justifique que uns tenham tudo e os outros não tenham nada
As vaidades não elevam ninguém
Só o humanismo pode valorizar o que é humano.
José Silva Costa
O regresso às aulas
Hoje, alguns alunos voltaram às aulas
Mas, desta vez, com as salas de aula fechadas
O confinamento fez dar um salto no andamento
Todos receamos mandar as nossas crianças para a sala de aula
Todos tememos pela sua e nossa saúde
Mas há sempre quem ponha objeções
E do que mais falam são das desigualdades
Como se neste país nunca tivesse havido desigualdades
Como se só houvesse desigualdades na escola
No resto, são só igualdades
Todos temos boas casas, bons carros, bons empregos
Todos podemos escolher bons colégios, de onde saem a falar francês, alemão, inglês
É o que nos vendem os políticos, defensores do direito de escolha
Só não nos conseguem dizer, como o fazer, nos Concelhos do interior, onde a única escolha, que temos, é o ensino público
Foi preciso o Covid,19 forçar o ensino a distância, para todos notarem que havia desigualdades
Ainda bem que conseguiram concluir que há desigualdades, já que nas salas de aulas nunca ninguém tinha dado por elas!
As desigualdades começam, ainda, antes do nascimento
Depois, uns ficam com amas ou avós, sem interação com outras crianças
Enquanto outros vão para creches ou jardins-de-infância com todas as condições
Não façam das desigualdades um cavalo de batalha, para não fazerem nada
Aproveitem, este salto forçado, para tentarem reduzi-las.
José Silva Costa
Primavera, 20/03/20
Chegou a Primavera
Ficou em casa
Sem campos floridos, nem perfumes
Mas, solidária!
Trouxe-nos água
Para podermos continuar a lavar as mãos
A lembrar-nos que os tempos mudaram
Que estamos todos no mesmo barco
Que nunca estivemos tão ligados
E, o que nos liga não escolhe entre ricos e pobres
Que não se justifica, uns terem tudo e os outros só fome
Que chegou a hora de respeitar a Natureza
Não a destruindo com a força rude da ganancia
Numa exploração desenfreada, matando tudo, não deixando nada
Numa ambição desmesurada, que nunca está saciada
Aproveitamos este interregno, para mudar de rumo
Construir um novo futuro
Aproveitando os novos recursos
Para aprender e trabalhar
A partir de outros locais
Onde a presença não seja vital
Para os transportes não sobrecarregar
Um novo estilo de vida temos de inventar.
José Silva Costa
Rua!
Vives na rua
À luz da lua
Na indiferença, nua
De quem passa
Olha para o lado
Para não ver o frio duro
Que te agasalha
No aconchego
Das pedras da calçada
Com as estrelas como almofada
Em lençóis românticos, deitada
Sonhando com um mundo de fada
Que não tem data anunciada!
Prometido em cada eleição, marcada
Mas, as legislaturas passam, e nada!
Tu aguardas desesperada
Por uma mão amada
Que te ajude a subir a, social, escada.
José Silva Costa
Fretes
25/11/1975
O ano do início da consolidação da democracia
Por que até aí, ninguém sabia para onde é que a revolução pendia
Quarenta e três anos depois
Os nossos votos não passam de um a cortina de fumo, para elegermos os representantes do grande capital
Criaram a CRESAP, que nos custa milhões, com a função de escolher os melhores, para a Administração Pública
Mas, quem manda são os donos disto tudo
No último congresso do PS, Catroga exigiu a substituição do Secretário de Estado das energias
Que estava a fazer um bom trabalho para os contribuintes e péssimo para a EDP
Costa aproveitou a confusão de Tancos, que nunca saberemos se houve roubo ou não
Para uma remodelação governamental, incluindo a substituição do Secretário de Estado, pela EDP, indesejado
Há sempre uma empresa Galamba, pronta para todos os fretes
Assim, como há sempre, profissionais ou amadores, para furar greves
A EDP está repleta de administradores inválidos da política: Catroga, Cardona …….
Que, na CGD, fez um trabalho exemplar, um prejuízo de muitos milhões, que tivemos de pagar
Há quarenta e três anos foi tudo nacionalizado, passados uns anos foi tudo reprivatizado
Atualmente é tudo da República da China
Passado quase meio século, continua a economia a mandar
E, nós desejamos, que amanhã vejamos nascer um novo dia.
José Silva Costa
PS. O dia em que o Reino Unido saíu da UE., por achar que a solidariedade não é paz.
Balanço
Com quase meio século de democracia
O país, este estado, não merecia
Apesar de todas as grandes empresas mundiais quererem, aqui, centros de excelência, construir
Continuamos com mais de dois milhões de pobres, enterrado em corrupção e desigualdades
Morremos nas estradas, em derrocadas, em incêndios, por falta de infraestruturas
Estamos na cauda da Europa, de onde não conseguimos descolar
Ainda temos cento e vinte e tal por cento de dívida pública, para pagar
E, já os espanhóis nos estão a empurrar, para um feito exemplar
Não nos bastavam os nossos heróis!
Organizar a três, um mundial de futebol, Portugal, Espanha, Marrocos
Até que, enfim, aí está uma estratégia dos estadistas europeus
Para acabar com o desespero, a pobreza, a emigração do continente africano
Assim, os africanos já não precisarão de se atirar ao mar, para nos virem cumprimentar
Não temos emenda, o que gostamos é de obras de fachada, às quais batemos palmas
Não temos problemas em nos endividarmos, seja o Estado, sejam os particulares
Gastamos, como se o dinheiro caísse do céu e corresse do telhado!
Quando os agiotas, sempre prontos a emprestarem-nos mais do que o que pedimos, desconfiam, que já não teremos capacidade de lhes pagar, fecham-nos a torneira
Então, lá vamos nós, de chapéu na mão, chorar no ombro do FMI
Como bom amigo obriga-nos a comer pela sua mãozinha, fazendo-nos, capital e juros, pagar com língua de palmo
Mas, mal nos libertemos do seu pezinho no nosso pescoço, voltamos ao mesmo, sem que tenhamos aprendido a lição, por falta de juízo.
José Silva Costa
Terá o ovo conserto?
Num tempo em que está tudo em desespero
A globalização e as novas tecnologias
Vieram por em confronto os vários Mundos
As mil e uma igrejas e as muitas religiões
As desigualdades comparadas instantaneamente
Tudo, sem tempo, para amadurecimento
A educação seria o principal remédio
Mas não é instantânea!
Quantos povos são, ainda, contra a educação?
Principalmente das mulheres!
Os homens têm medo de perder o poder
Porque saber é poder.
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