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Passou o Natal
Amanhã, já ninguém se lembrará
De desejar um Feliz Natal
De colher uma flor para beijar
De pronunciar o verbo amar
A correria vai-nos obrigar a nem para o outro olhar
A competição, não perder o lugar, a ambição
Não nos permitem ao outro dar a mão para se levantar
Para o ano, vamo-nos, novamente, do Natal, lembrar
Ah! Como a publicidade gosta do Natal
E de todos os momentos que massajam o coração
O consumismo, sempre, à mão
Para alegrar o Natal de toda a população
Ao menos, todos têm, um dia no ano
Para se esquecerem da solidão
Para se esquecerem dos filhos e dos netos
Que lhes levou a emigração
Sempre tão lembrados, pela Nação
Quando mandam, para os Bancos, as suas economias
Para ajudarem a pagar os juros da dívida
Que não é para pagar, mas para gerir
Uma dívida, que já faz parte do nosso sorrir
Ano após ano, tantos milhões, tantas promessas
Mas, os milhões de pobres não diminui
Mas, para o ano é que é!
Vamo-nos ver livres do vírus
Vamos ficar mais ricos
Vamos ser mais solidários
Vamos voltar a sorrir, apertar a mão, beijar, abraçar, ouvir os corações.
José Silva Costa
Dívida Portuguesa
Atingimos o quinto lugar mundial dos países com maior dívida
A este ritmo, em breve, estaremos em primeiro lugar
Todos os dias, de cesta na mão, lá vamos aos mercados, pedir mais pão
Vamos ver até quando os especuladores nos vão alimentar a ilusão
Habituámo-nos ao fiado, vamos, por muitos anos, pagar a diversão
Há quem diga que a dívida não é para pagar, mas para gerir
Mesmo que assim seja, o melhor é não sorrir
Porque os juros estão-nos a consumir
Não temos dinheiro para investir
O que faz com que, a educação, a saúde, a habitação, os transportes estejam a regredir
Porque nós, o que melhor sabemos fazer, é pedir!
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