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Pobre povo
Entregue a corruptos vaidosos
Sempre prontos para eventos únicos
1 0 estádios de futebol para Euro 2004
Alguns para ovelhas pastarem
Que ainda estamos a pagar
Um palco altar, mais um evento único
Feito em ouro, para ficar para posterioridade
80 milhões de euros atirados aos ventos
Ninguém nos ganha na organização de eventos
Para a construção de casas, escolas e hospitais não temos tempo
Felizmente, dinheiro não nos falta!
Todos os dias vamos, de cesta na mão, pedi-lo emprestado
Somos os maiores em tudo!
Temos a terceira maior dívida do mundo
O Governo acaba de ir buscar mais um fundo de pensões
O da Caixa Geral de Depósitos, no valor de 3 mil milhões
Os dos outros Bancos, já tinha sido absorvidos, no tempo do Governo de Sócrates
Para tantos luxuosos e únicos eventos, temos de fazer alguns sacrifícios
Dormir na rua ao frio, ao relento neste inverno gelado, e em casa sem aquecimento
Esperar, dezenas de horas nas urgências dos hospitais, anos por consultas externas
Alunos sem aulas, a algumas disciplinas, todo o ano, por falta de professores
Mas todos estes sacrifícios serão bem compensados, quando já não fizer frio
Em Agosto conviveremos com jovens de todo o Mundo
Esqueceremos todos os nossos problemas
Viveremos felizes para sempre.
José Silva costa
Passou o Natal
Amanhã, já ninguém se lembrará
De desejar um Feliz Natal
De colher uma flor para beijar
De pronunciar o verbo amar
A correria vai-nos obrigar a nem para o outro olhar
A competição, não perder o lugar, a ambição
Não nos permitem ao outro dar a mão para se levantar
Para o ano, vamo-nos, novamente, do Natal, lembrar
Ah! Como a publicidade gosta do Natal
E de todos os momentos que massajam o coração
O consumismo, sempre, à mão
Para alegrar o Natal de toda a população
Ao menos, todos têm, um dia no ano
Para se esquecerem da solidão
Para se esquecerem dos filhos e dos netos
Que lhes levou a emigração
Sempre tão lembrados, pela Nação
Quando mandam, para os Bancos, as suas economias
Para ajudarem a pagar os juros da dívida
Que não é para pagar, mas para gerir
Uma dívida, que já faz parte do nosso sorrir
Ano após ano, tantos milhões, tantas promessas
Mas, os milhões de pobres não diminui
Mas, para o ano é que é!
Vamo-nos ver livres do vírus
Vamos ficar mais ricos
Vamos ser mais solidários
Vamos voltar a sorrir, apertar a mão, beijar, abraçar, ouvir os corações.
José Silva Costa
Dívida Portuguesa
Atingimos o quinto lugar mundial dos países com maior dívida
A este ritmo, em breve, estaremos em primeiro lugar
Todos os dias, de cesta na mão, lá vamos aos mercados, pedir mais pão
Vamos ver até quando os especuladores nos vão alimentar a ilusão
Habituámo-nos ao fiado, vamos, por muitos anos, pagar a diversão
Há quem diga que a dívida não é para pagar, mas para gerir
Mesmo que assim seja, o melhor é não sorrir
Porque os juros estão-nos a consumir
Não temos dinheiro para investir
O que faz com que, a educação, a saúde, a habitação, os transportes estejam a regredir
Porque nós, o que melhor sabemos fazer, é pedir!
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