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Paragem
Há três anos o mundo parou todo ao mesmo tempo, um inédito acontecimento
Foi uma grande contrariedade que nos vai por muito tempo afetar
Bem queríamos passar pelos intervalos dos pingos da chuva
Já nos bastaram as restrições, o afastamento dos ente-queridos, o confinamento
Mas, infelizmente, temos de pagar as consequências da grande paragem
Não saímos disto: 2008, 20014, 2020, 2022, quando pensamos que é desta que nos erguemos, levamos novo abanão
Como não há uma sem duas, o Putin achou que, depois da pandemia, era a melhor altura para abocanhar o resto da Ucrânia
A inflação já nos vinha a perseguir, e com a pandemia aproveitou para acelerar, para os mais pobres, ainda, mais empobrecer
Quando abriram as portas do mundo, ninguém quis saber dos efeitos de termos estado todos parados
Todos correram a fazer o que os impediram, durante tanto tempo de fazerem, e que tanto os deprimiu
Tinham poupado algum dinheiro era preciso gastá-lo, antes que ficasse fora de prazo
Comprar roupa e calçado, viajar, ao restaurante ir almoçar e jantar, para o tempo recuperar
Com a procura a superar a oferta, a inflação não dá sinais de abrandar
Com os Bancos e os Governos a faturarem e a esfregarem as mãos de contentes, que fazer aos descontentes?
Deram-lhes umas migalhas, para continuarem a dar trabalho aos dentes
A inflação é uma menina indomável, com quem os economistas não sabem como lidar
Dizem que é como a pasta de dentes, que depois de sair do tubo, dificilmente volta entrar
No princípio a causa da sua subida foi o preço da energia, que já baixou para o nível antes da guerra, mas ela continua nos altos pireneus
Aqueles que têm como missão fazê-la baixar para os dois por cento, sem saber o que fazer, perguntaram aos computadores como proceder
Obtiveram como resposta: subam os juros até os consumidores perceberem que a pandemia e guerra exigirão sacrifícios, por mais uns tempos, e disseram mais, estão muito mal habituados, antigamente contentavam- se com os legumes e frutas da época, hoje comem de tudo todos os dias
E, também, têm de perceber, que o clima está a mudar, quem não tem estufas aquecidas, não faz as alfaces, os tomates, os pepinos……., no inverno, crescerem
Espero que o doente não morra da cura, os bancos estavam todos contentes por subirem os juros dos empréstimos e não pagarem nada pelos depósitos, mas já começaram a tremer
É certo que algumas pessoas continuam a proceder como se nada tivesse acontecido, senão os destinos de férias da Páscoa não estariam todos esgotados
Mas não é a subirem os juros à bruta, que vão fazer a inflação descer, sem matarem a economia, que tem muito que se lhe diga.
José Silva Costa
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