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Mal dita pandemia
Quem diria
Que tanta gente mataria
Tanta gente desesperada
Tanta casa fechada
No jardim, no banco, não nos podemos sentar
Nem beber café ao postigo
Temos de estar em casa fechados
Podemos ir à varanda
Espreitar a vizinha
Ver se está acompanhada
A rua está sozinha
Nem homem das castanhas
Nem o artista de rua
Nem o arrumador de automóveis
Ela está completamente nua
Até as aves estão a penar
Não há um resto de bolo
Nem pão, nem miolo
Está tudo tão limpo
Tão desinfetado
Mas ninguém tem cuidado
Andam sem máscaras
Em multidão
Para poderem sair à rua
Alugam um cão
Gabam-se de a todos enganar
Menos o vírus
Que sem esperarem
Os faz pararem
Depois, queixam-se da má sorte
Nunca dizem que é a cabeça que não tem norte
Não acreditam na ciência
Só em milagres!
José Silva Costa
24/03/20
O duro futuro
Antes, não tínhamos tempo para nada
Agora, só temos tempo, não temos mais nada
Não nos podemos beijar, abraçar, reunir
Melhores tempos estão para vir
Devemos ficar em casa
Só assim podemos ajudar
A que esta onda negra possa passar
Vemos os amigos, os filhos e os netos, pelo whatsApp
Cantamos-lhes os parabéns
Beijamo-nos e abraçamo-nos
Mas, não sentimos calor nem cheiro
Estamos parados, no nosso canteiro
Não queremos parceiro
Queremos afastamento, por inteiro
Nunca o Mundo esteve tão parado
Nunca, como hoje, o afastamento foi apreciado
Temos de ter todo o cuidado
Para que em breve
Possamos voltar a viver, como no passado
Mas, preparemo-nos!
Porque o futuro vai ser duro.
José Silva Costa
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