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Crianças
Oiço o choro das crianças, que estão presas nas guerras
Oiço o choro das crianças, que estão a morrer nas guerras
Oiço a fome e a sede das crianças, envoltas no pó das guerras
Oiço o choro das crinaças, que têm medo
Oiço a aflição das crianças, que não têm um brinquedo
Oiço os gritos das crianças a quem mataram toda a família
Oiço os passos das crianças, que deambulam no som das balas
Oiço o suplício do que estão a fazer a crianças, homens e mulheres
Oiço as crianças a pedirem uns minutos de silêncio para poderem dormir
Oiço as crianças a pedirem tréguas para poderem sorrir
Oiço as crianças a dizerem que ninguém ganha com guerras
Oiço o barulho do tempo perdido nas guerras
Oiço o barulho dos animais e até das feras mortas nas guerras
Oiço o mar revoltado por causa das guerras
Mas, ninguém dá ouvidos a ninguém!
José Silva Costa
Abril, 2024
Reedição
A Liberdade!
Flor bonita, delicada, singela, vertical, insubmissa: solteira
Não consente ser aprisionada, por nenhum poder: independente
Não há prisões, nem correntes, que a consigam prender: prudente
Desejada por todos, amada, admirada, venerada, cantada: elegante
Luz, amor, dor, ardor, valor, semente, valor, menina arisca: mulher
Alegria, fantasia, teimosia, filosofia, harmonia: inteligente
Pão, paz, liberdade, educação, habitação, fraternidade, igualdade: eloquente
Cabelos ao vento, vozes no pensamento, leis, discussões: Parlamento
Perfume no ar, flores ao vento, trinados da passarada: Primavera
Crianças contentes, em correrias, nos parques, como se fossem abelhas, nas flores: futuro
Como é bela a Liberdade, no perfume de um cravo, nos sorrisos das crianças!
Viva a Liberdade!
Novos tempos
“Não se distinguem brinquedos, roupas ou cores … mas crianças”
https://educarcomvida.blogs.sapo.pt, que muito aprecio, cuja autora é a Maribel Maia
Tudo muda: os valores, a linguagem, as leis, os conceitos, a família, mesmo que seja contra natura
Menina e meninos, nas escolas, separados, empregos só para mulheres, empregos só para homens, tudo bem separado, para não haver mau-olhado
Sou o mais velho de cinco irmãos, (sou o mais velho de três rapazes e duas raparigas) muitas vezes a minha mãe me disse: “se fosses uma rapariga já me podias ajudar na lida da casa”
Os trabalhos fora de casa eram para o sexo masculino, para o sexo feminino os tralhos dentro e fora de casa
A homossexualidade, em Portugal, foi crime até 8/1/1983
Estava escondida, foi doença, jornalistas disseram que era por os rapazes conviverem só com rapazes, e que deveriam conviver com as raparigas, homossexualidade feminina não existia, ou dela não se falava
Quando, no final do século passado, a homossexualidade começou a ser legalizada era notícia, hoje, já não é
Não se falava em orientação sexual, nem identidade de gênero, e muitas mais coisas vão mudando
Dicionário Cambridge
Homem: “ um adulto que vive e se identifica como homem, embora possa ter tido um sexo diferente no nascimento”
Mulher: “ um adulto que vive e se identifica como mulher, embora possa ter tido um
sexo diferente no nascimento”
Antigamente diria, tenho cinco netos. Mas, na verdade só tenho um neto
É mais correto dizer, tenho quatro netas e um neto, ou um neto e quatro netas
Nunca perguntamos, quantas netas tem? Mas, perguntamos quantos netos tem
Em muitas expressões o masculino respondia e responde pelos dois sexos, mas a linguagem está a adaptar-se aos novos conceitos, e ainda bem
Identidade e orientação sexual
Sexo biológico – assume-se frequentemente que é o sexo cromossomático ou o sexo genital, que pressupõe capacidades reprodutivas. Existem vários fatores que contribuem para o sexo biológico: cromossomas (XY, XX, ou outras combinações), genitais (estruturas reprodutivas externas), gónadas (presença de testículos ou ovários), hormonas (testosterona, estrogénios), etc. Uma pessoa intersexo tem órgãos genitais/reprodutores (internos e/ou externos) masculinos e femininos, em simultâneo, ou cromossomas que não são nem XX nem XY.
Identidade de género – sentimento de ser do género feminino (mulher) ou do género masculino (homem) independentemente da anatomia. Uma pessoa transgénero é alguém que não corresponde às convenções sociais e categorias tradicionais de género associadas ao seu sexo biológico. Uma pessoa transexual é alguém que sente que a sua identidade de género é diferente do seu sexo biológico. Algumas pessoas transexuais desejam mudar o seu corpo através de tratamentos e/ou cirurgias, mas nem todas.
Expressão de género – diz respeito aos comportamentos, forma de vestir, forma de apresentação, aspeto físico, gostos e atitudes. Uma pessoa andrógina exprime-se de uma forma ambivalente, ou seja, apresenta uma combinação de traços físicos quer masculinos, quer femininos ou uma aparência que não permite identificar claramente o seu género.
Orientação sexual – refere-se ao que cada pessoa pensa e sente sobre si própria e sobre a sua afetividade e sexualidade e por quem se sente atraído afetiva e sexualmente. Uma pessoa é considerada:
Um equatoriano mudou legalmente o seu género para feminino numa tentativa de obter a custódia das duas filhas. Os grupos LGBTQ estão preocupados com os efeitos futuros do uso de uma lei destinada a promover os direitos dos transexuais.
“ As crianças são o melhor do Mundo”
Esta pandemia tem feito com que todas as faixas etárias tenham sido chamadas a darem o seu contributo para minimizar as consequências desta terrível infeção
Primeiro foram chamados os mais velhos, por serem os mais vulneráveis, como se tem visto pela percentagem de óbitos
Ao fim de um ano de vacinação, chegámos à faixa etária entre os 5 e os 11 anos, depois dos de mais de 65 anos já terem sido inoculados com 3 doses, que se têm portado como grandes heróis, comparecendo nos centros de vacinação, prontos para serem vacinados
Sem medos e sem choros, com um discurso admirável, para as suas idades, conscientes de que estão a contribuir para que a doença não seja tão grave, numa tentativa de não sobrecarregar o Serviço Nacional de Saúde que, com a variante ómicron está a ficar, novamente, sob uma grande pressão, ainda assim, muito melhor do que há um ano
Com muitos mais infetados, temos menos internados e menos mortos, graças à vacinação e ao facto desta variante ser menos agressiva, atacando as vias aéreas, enquanto a variante delta ataca mais os pulmões
Assim, as crianças estão a dar uma grande lição aos adultos, que continuam a recusar a vacina, não atendendo ao risco que correm e em que colocam toda a sociedade
Estas crianças, que devido às circunstâncias, foram submetidas a esta prova de cidadania, serão amanhã cidadãos mais esclarecidos e pais mais determinados na vacinação dos seus filhos, fazendo inverter a tendência que se vinha acentuando, de alguns pais pensarem que as vacinas já não eram necessárias
Infelizmente, esta pandemia veio lembrar a importância das vacinas, que têm ajudado, ao longo dos anos, a erradicar algumas doenças que, também, atormentaram muita gente.
José Silva Costa
Os jardins
Nas avenidas das árvores
Passeias a beleza da Natureza
Admiras toda a sua beleza
Cada canteiro, cada árvore, uma certeza
Que o perfume tudo embeleza
Que harmonia, sem tristeza!
As árvores, os pássaros, as flores, na sua dureza
De uma vida parada na incerteza
Sem saberem se vai chover, se vai nevar, se vão viver na pobreza
Cada visitante tem no seu olhar uma delicadeza
Para cada cravo, para cada rosa uma fineza
Os idosos procuram os bancos, para descansarem da moleza
Onde tentam voltar a ser crianças e espantarem a tristeza
Enquanto as crianças, nas suas brincadeiras, exibem a esperteza
Os jardins são ponto de encontro de todos os encontros
São as casas dos pombos, dos namorados, dos abandonados
São palcos de alegria, de tristeza, de beleza e de ventos agitados
O que lhes vale é serem, pelos jardineiros, tão bem tratados
Os seus perfumes e flores são, por todos, muito admirados
São pelas plantas, pelos pássaros, crianças, mulheres e homens muito estimados
Os jardins, públicos, são um chão democrático
Onde todos podemos descansar das fadigas, das alegrias, do doce amar.
José Silva Costa
Dia Mundial da Criança
A criança, tão mal tratada!
Mesmo quando o mundo avança
O elo mais fraco do triângulo
Flor tenra e delicada
Por vezes, apanhada no turbilhão da vingança
Usada como arma de arremesso, pelos progenitores
Quando não estão à altura de assumirem a suas dores
Vítimas das guerras, nas mãos dos raptores
Condenadas a trabalhos forçados
Escravas sexuais, sujeitas a todos os horrores
Órfãos, deambulando, pelo mundo, à procura de alimento e lugar seguro
Felizes das que calham com progenitores, que todos os dias lhes dão carinho
Como quem rega uma semente, que com o tempo se torna numa flor florescente
Haja mais respeito por aqueles, que amamentam ao peito!
Não enjeitem a nobre missão de criar uma criança, com todas as mãos
Infelizmente, nem todos têm condições para escolherem, quando querem ter filhos
Mas, uma vez gerados, todos temos o dever de lhes prestarmos todos os cuidados
No primeiro dia Mundial da Criança, desta nova era, ajudemos as crianças, na dura aprendizagem, que as espera
O Mundo não volta a ser o que era!
Está nas nossas mãos, torna-lo melhor e mais humano.
José Silva Costa
Natal
O dia está a chegar
As famílias vão festejar
As crianças, por fim, vão sossegar
Com as prendas vão sonhar
O Natal é o coração a falar
Com crianças a sonhar
Com uma noite de ternura
Cheia de alegria!
A desembrulharem a magia
Para quem há muito não dormia
Sempre à espera do Pai Natal
Como se a noite de Natal fosse o único dia
Para disfrutar todo o ano num só dia
Não há outro que consiga tanta harmonia
Com toda a família por companhia
Todos a reverem-se nas crianças
Lembrando-lhes a infância
Não há palavras para descrever a noite da consoada
Uma noite que nos lembra quem já partiu
Mesmo que os seus lugares estejam vazios
Os nossos corações estão cheios
Porque estarão sempre connosco.
Feliz Natal
José Silva Costa
Santo António
Santo António, por Lisboa venerado
Por Pádua e Lisboa disputado
É grande o seu legado
Celebrar o Amor, é o seu fado
Todos os anos, tão empenhado
Em cumprir o apostolado
Levar homens e mulheres aos altares, e dizerem:
“Aceito casar contigo e estarei, nos bons e maus momentos, ao teu lado”
Um dia, sempre, recordado
A Sé de Lisboa já não tem memória de quantos rostos, nos dias 13 de Junho, por ela, passaram
Para os casamentos de santo António
Sempre com promessas de amor, que nem sempre resistiram ao tempo
A vida a dois exige muito amor, compreensão, tolerância
Mas, a relação entre a mulher e o homem é que dá origem à mais bela flor: a criança
José Silva Costa
Faz de conta
Começaram as férias escolares do Natal
Vamos brincar ao faz de conta
Uma brincadeira muito apropriada
Para fazermos com as crianças
Principalmente quando nos obrigam a comer
Aquelas comidas invisíveis, que elas confecionam
Com a ajuda das fadas, em que só vemos o prato, garfo e colher
Mas que fazemos de conta, que nunca comemos melhor comer
Faz de conta que ninguém morre por comer demais ou de menos
Faz de conta que ninguém dorme na rua, porque todos temos direito a um lar
Faz de conta que Natal é todos os dias, e não um dia
Faz de conta que o texto, sobre banqueiros e políticos corruptos, foi publicado
Faz de conta que todas as guerras acabaram, para poder dormir descansado
Faz de conta que as imagens do Iémen, que já vimos em tanto outro lado, são um fantasiado
Faz de conta que o meu blog foi publicitado
Faz de conta que vivemos no mundo das fadas, um mundo onde não há impossíveis e tudo é perfeito, sem refugiados, esfomeados, deserdados
Desejo-vos um feliz Natal, mas não de faz conta, real.
José Silva Costa
O negócio das crianças institucionalizadas
Mil euros por cabeça!
Quantas mais melhor, para que enriqueça
O círculo vicioso, que ninguém quer ver
Instituições públicas de proteção das crianças
Presididas, pelos mesmo que Presidem ou fazem parte
Das administrações das instituições, que acolhem as crianças
Que foram arrancadas ( para não dizer roubadas) aos pais
Por que é que ninguém quer ver?
Porque são pessoas importantes, acima de quaisquer suspeitas
Aquelas que enchem a boca, quando pronunciam: “os superiores interesses da criança”
Que, também são os seus superiores interesses de enriquecimento
Terá isto, alguma coisa a ver com a enorme quantidade de crianças institucionalizadas?
Com a dificuldade de adotar as crianças?
Ora, se essas instituições são geridas como sociedades anónimas!
Por cada criança adotada são menos mil euros na mesada
Quem é que acredita nestas instituições?
Não há fiscalização nem justiça!
Para que uma mãe tenha reavido os filhos
Foi preciso que o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos o ordenasse!
Não há vergonha, nem clemencia, só corrupção
Por que é que este assunto nunca incendiou as redes sociais?
Como aconteceu com o jantar no Panteão
Coisa de somenos importância: as vidas de crianças e país!
José Silva Costa
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