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Mulher e Amor

por cheia, em 16.02.24

Mulher e Amor

 

Cada mulher é uma flor, seja qual for a sua cor

Ninguém como ela sabe como expressar o amor

Mãe, mulher, companheira, avó: umas flores

Mulher que, em desespero, no beco escuro

Num quarto esconso, vendes prazer aos homens

Obtusos, que não sabem o que querem

Mas gostam de humilhar as mulheres

Tens filhos, pedem comer

Quem te os fez não quer saber

Como estão, se têm pão

Tens de vender o teu corpo

Para lhes dares de comer

Já bateste às portas das 101 instituições

Que ajudam as mulheres

Sempre a mesma resposta:

“Tomámos nota da sua situação

Depois, contatá-la-emos”

Como se não precisasses de uma ajuda imediata

Tens de continuar a vender prazer

Aqueles que o quiserem

Sonhas com quem te veja como mulher

Que não te queira como rameira, mas para a vida inteira

Enquanto isso não acontecer, vais ter de vender prazer

Com os filhos a crescer, cada vez, é mais difícil esconder o que fazes

Desesperas, mas ninguém te ajuda

Para muitos a vida é muito dura

Para as mulheres é ainda mais

São elas que ficam com os filhos

Quando os pais não são mais

Do que irresponsáveis

Nunca chegando a ser pais.

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

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publicado às 07:54

Adeus!

por cheia, em 01.03.21

Fevereiro/Março

 

Um sol radioso

Aqueceste o corpo

Mas não iluminaste o rosto

Não pudemos ver o sol-posto

Um mês e outro

Doze, um ano!

Adeus, até para o ano.

 

Vais chegar

Sejas bem-vindo

Não vamos festejar

Já basta lembrar

Que foste tu a começar

E, nós com a esperança

Que quando regressasses

Já te pudéssemos ir esperar

Contigo ir passear, correr, namorar

Mas não! Continuamos, às casas, atados

Para bem de todos, escondemos o rosto

Não estranhes, não te beijar

Fica para quando isto passar

Não te sintas abandonado

Sabes que temos de ter cuidado

Sorte a tua, por serem só 31 dias

Ninguém sabe quando é que as ruas deixarão de estar nuas

Estão tão tristes, por não saberem o que se passa!

Cada vez que um par de sapatos as beijam

Choram de alegria

Mas a rua continua fria!.

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

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publicado às 10:31


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