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Flores vermelhas
Flores quentes de Junho
Amores doces de verão
Apertam o meu coração
Beijos eternos te verão
Os meus olhos rasos de comoção
Nos teus rosáceos lábios de romã
Deposito os meus desejos
Ver-te feliz são os meus ensejos
Na formosura dos teus beijos
Aqueço todo o meu corpo
Na silhueta do teu olhar
Vejo todos os meus sonhos a navegar
Minha flor, quão doce é o amor
Embalado pela tua formosura
No ar puro da tua doçura
Onde colocamos a noite segura
Com a lua esguia à mistura
A iluminar os beijos na tua cintura
De bailarina de dança do ventre
Nas mil umas noites dormidas no vento
Os bonitos sonhos foram o nosso sustento
Nos teus sedosos cabelos coloco um beijo sedento
Meu amor, minha flor, somos o fermento
Abraçados continuaremos a desafiar o momento.
José Silva Costa
Natal
Neste dia, para todos, saúde paz e alegria
Chegou o mais radioso e longo dia
Para todas as crianças do Mundo, um dia de magia
Com ou sem Pai Natal, ninguém é indiferente a este dia
Não há coração que não sinta alegria, quando faz uma boa ação
Vamos dar as mãos e fazer um grande cordão, para celebrar esta ocasião
Cada dia tem de ter uma celebração: olhar para o próximo, como irmão
Todos os dias houve o teu coração
Não descanses enquanto vires pessoas a dormirem na rua, no chão
A pobreza não tem razão de ser
Todos necessitamos de pão
O Natal é um dia de amor
Mas não te esqueças de quem não tem um lar
Para dividir com o seu amor
Porque o Mundo está um horror
Há uma grande desumanização
Já ninguém fala, nem pelo telefone
Era tão bom ouvir as vozes
Agora, só se envia e recebe mensagens
Para lermos, no frio e mudo telemóvel
Para muitos a única companhia.
Feliz Natal e Próspero Ano Novo!
José Silva Costa
Barbárie
Aperta a mão ao teu irmão
Não mates o teu irmão
Tu e ele têm coração
As guerras são horrores em contramão
Nenhuma terá razão
Só matam, não dão pão
As vitórias são uma ilusão
Não sejas carne para canhão
Dá a mão ao teu irmão
Quem vos manda para a guerra não entra nela
O heroísmo é uma balela
O mundo morre por causa dela
A bala vai e vem
Mata o homem, a mulher e a criança, também
Tanta destruição de tanta habitação
Tanto suor em vão
O trabalho e o sonho de uma vida
Tanta canseira, num segundo destruída
Por seres mais forte, não espezinhes o teu vizinho
Porque podes ficar sozinho
Sem teres quem te dê a mão
Numa dura e triste ocasião
A vida é mais importante que toda a raiva arrefecida
E que todo o ódio acumulado, extravasado, pelo tempo adiado
Nada justifica a brutalidade das invasões
Nem retaliações, para matar as populações.
José Silva Costa
Apertos de mão
Perfume quente de verão
O sol brilha e enche o coração
Encontros de amigos e apertos de mão
As férias são a mais bela missão
Vamos gozá-las com toda a atenção
Há sempre o perigo de uma má condução
Se não cumprirmos as regras, perdemos a razão
Ninguém devia andar em contramão
Julho quente, no sol transparente, na areia reluzente
É o mar refrescante, que atrai tanta gente
É no calor quente, que a praia se enche no crescente
Toda a alegria ajuda a aumentar a corrente, que a gente sente
E o vento é de todos o mais valente, que na brisa da tarde massaja a mente
É na hora da sexta, que o sol é mais quente e adormece as ondas do poente
É na explosão da germinação de uma semente, que o mundo fica mais quente
Cada nova vida traz a esperança de um mundo mais florescente
Se no mundo não houvessem guerras, nem fome, tudo seria tão diferente
Por que razão há tanta violência? Só pode ser por o mundo estar doente
Por todo o lado tanta morte, tanta destruição, quando há tanta falta de pão
Todo o dinheiro para a construção, não de casas, mas de canhões para as destruir
E, mesmo assim, o mundo continua, alegremente, a dançar e sorrir!
As crianças de tão assustadas, sem pais nem mães, não conseguem dormir
Parem com todas as guerras, seja em França, na Palestina, na Ucrânia ou no Sudão.
José Silva Costa
Primavera
Campos verdejantes, salpicados de papoilas vermelhas
Manhãs acordadas, pela passarada endiabrada
Com cantorias para encantarem as namoradas
O amor é a mais poderosa força, que nos faz concentrar todas aa nossas energias, para conquistarmos uma parceira
Somos capazes de subir todas as montanhas, derrubar todas as barreiras
A paixão é uma atração, que nos acelera o coração
Na primavera, se ouvirmos e observarmos a natureza!
Veremos como o acasalamento transforma a dura realidade em pura beleza
As batalhas, entre os machos por uma fêmea, são atos cheios de emoção
Parece haver uma distribuição das tarefas para a construção dos ninhos
Feitos com tanto amor e carinho, tão perfeitos e fofinhos, para acomodarem, primeiro, os ovos, depois os filhinhos
Já nós, muitas vezes, primeiro fazemos os filhos, e só depois construímos os ninhos
Árvores floridas, pela paisagem perdidas, a baloiçar os seus bonitos ramos
Perfumes por todo o lado, com flores de todas as cores, embalo de todos os sonhadores
Dias de sol, de alegria, de passeios por entre a luz fugidia das árvores a namorarem
Como se tudo tivesse parado, e só houvesse tempo para o momento aproveitar
Deixemos as nossas prioridades, saiamos das nossas prisões, aproveitemos as ocasiões
A primavera espera por nós, lá fora, ao vento, ao sol, para nos oferecer a sua beleza
Toda a sua luxúria, encantamento, exaltação, momentos poéticos, puros e únicos!
José Silva Costa
Coração
Oh homens sem coração!
Parem com a destruição
Das casas que, agasalho, são
Parem com as guerras
Que matam mulheres, crianças, homens e a ilusão
Não queiram ser criminosos, sem salvação!
Não semeiem horrores, que só dão dores
Semeiem campos de trigo, que dão pão
Não matem os girassóis, que são bonitas flores
Oh homens com coração!
Deem as mãos.
José Silva Costa
Natureza à Escuta Antologia de Poesia Volume II
"Natureza à Escuta”!
A natureza é a beleza da nossa casa comum
Todos dependemos desse teto, para cada um
Um lugar, em que todos somos responsáveis pela sua saúde
Não adianta culpar este ou aquele, cada um tem de fazer a sua parte
Temos de assegurar o futuro, com engenho, ciência e arte
Tudo está nas nossas mãos, na nossa determinação, sem elas não há salvação
Ouvir todas as opiniões, escolher as melhores soluções, escutar o nosso coração
Paremos com a louca corrida do aumento da temperatura, porque estamos perto da
rutura
Mas, ninguém pense que a transição não tem muitas alterações e muitos custos
Vale mais lutarmos todos juntos, que mais tarde não conseguirmos conter os sustos
Temos como acelerador a juventude, que muitos não ouvem, porque querem, os
seus interesses, defender
Acautelar o bem comum, sem olhar para quem está a passar, é essencial e
determinante
Aproveitemos as tecnologias, sem medos nem receios, o mundo está cheio de freios
de diamante
O futuro é feito de sonhos, com humanismo, aventura e espirito desafiante
O maior desafio é vencer o imobilismo, há muito quem não goste de mudanças
Criamos hábitos, alterá-los é motivo de preocupação, não gostamos de andanças
Um engodo pode fazer-nos sair da hibernação
Um forte objetivo, uma boa explicação e uma boa governação
Podem fazer com que comecemos a ouvir e compreender a natureza
Com alegria, com determinação, com mais firmeza e sem tristeza
Vamos todos dar as mãos pelo planeta e pela natureza.
A minha participação na obra "Naturea à Escuta" - Antologia de Poesia, volume II, do Instituto Cultural de Évora
Uma obra publicada em versão e-book, sustentável e amiga do ambiente, pode ser lida em qualquer Continente.
O coração!
Passas no passo do teu encanto encantado
Ninguém fica indiferente à tua beleza, nem à leveza do perfume ajustado
Não perco um passo do teu passeio, num cintilante encantamento
Que bem empregue esse meu tempo!
Encostado à sombra do teu passo apertado
Segurando a lua da tarde, bebo, do teu perfume, demasiado
Fico extasiado, vendo-te desaparecer, por entre o montado
Todos os dias a mesma tortura, ensaio umas palavras de admiração
Mas quando estás perto, a minha boca não as consegue pronunciar
Só oiço o bater do coração, a querer do peito saltar
Pelo teu olhar, sei que te apercebeste do meu mal-estar
Mas tu continuas na tua altivez de para mim não quereres olhar
Pareces feliz por conseguires fingir que nunca me viste
Sabendo que todos os dias te enfeitas para provocares a minha timidez
Sentes que o meu olhar queima a tua pele, e isso faz com que não queiras quebrar o encantamento
Mas, um dia encho-me de força e sigo-te até onde for o teu pensamento
Sempre quero ver se és capaz de nem sequer me dares um cumprimento
Boa tarde, como está, precisa de ajuda, onde mora, boa noite, até amanhã
Sabes que uma palavra tua pode ser a minha salvação
Mas, por enquanto vais fazer- me sofrer, para ver se é verdadeira a minha admiração por ti
Vou continuar, por o tempo que for preciso, a vigiar os teus passos, na certeza de que um dia me vais compensar por todo este esforço
É o meu coração que diz, que um dia se vai unir ao teu
Os corações não se enganam!
José Silva Costa
Maio
Maio maduro maio
Sol quente raiado
Flores por todo o lado
Um perfume empoeirado
Sardinheiras no beirado do telhado
As abelhas no seu bailado
O sol chega à noite cansado
São muitas horas a aquecer o relvado
As manhãs acordam de peito inchado
A temperatura sobe ao sobrado
E o trânsito ficou bloqueado
Todos querem, nas praias, um bocado
O calor está muito torrado
Excedeu-se no bronzeado
O vento continua calado
Alguém tem de dar conta do recado!
O Orçamento será hoje aprovado
Com a maioria absoluta está tudo controlado
Está bastante atrasado
O do ano que vem já deveria estar a ser gizado
Mas, com tanta inflação não há antevisão
Não vale a pena fazer a previsão
Melhor seria fazer o Orçamento, para o próprio ano, depois do verão
Quando aquece o coração
E os aumentos dos ordenados e das pensões subirão acima de um tostão
Para fazer face ao aumento do pão
Para acabar com a contestação
Mas as greves continuarão!
José Silva Costa
Jovens mães carregam os filhos com a ajuda do brilho das estrelas
(do poema o fulgor da Língua/ o Estado do Mundo)
As guerras
Nas guerras não há coração, nem razão
Matam, indiscriminadamente, por impulsão
A culpa é de quem construiu o canhão
Disparam, como se fosse para o ar, contra o irmão
Mais tarde, com todos os horrores, terão de conviver
Mas, por muito que chorem, não haverá perdão
Porque tinham de pensar, antes de, utilizar, a mão
Os gritos dos filhos, agarrados às mães, nunca mais o deixarão
Acompanhá-los-ão, para onde quer que vão
Foi brutal e triste a sua missão
Matar, nunca será de louvar!
Tudo devemos fazer para o evitar
Quem consegue suportar e ver?
A separação: crianças a gritarem, agarrados aos pais e às mães
Mas, os pais têm de ficar, para matar ou morrer
As mães seguirão, à procurar de quem lhes dê uma mão
de um lugar em paz, onde os possam criar
Onde, quem encontrarão, com coração, que as ajude a suportar a dor da separação?
Como suportar a humilhação dos ditadores assassinos, que lhes roubaram os companheiros,
os pais dos filhos, os seus cheiros, os seus beijos, os seus projetos?
Com os filhos nos braços, sem terem onde os agasalhar, sem nada para lhes dar
Têm de ser muito fortes, para tanto desespero conseguirem suportar!
Mas, serão eles que lhes darão a força necessária, para os criarem, com os seus sorrisos, beijos e a palavra mais doce e mais pronunciada: Mãe!
Que grande castigo! Dos que não têm cabeça nem coração que, por muito que falem, nunca encontrarão, palavras suficientes, para justificarem os disparates, os horrores, as mãos ensanguentadas, os ouvidos cheios de gritos, dos assassinatos cometidos.
José Silva Costa
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