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Dia da criança

por cheia, em 01.06.23

Aniversário

Há dezasseis anos que o charco acolhe o meu blog Cheia

Tem sido uma casa muito acolhedora, com gente muito empenhada

Muito solidária, capaz de ajudar quem tenha perdido o pé e esteja desanimado

Tem sido uma grande escola, onde tanto tenho aprendido

Só todos sabemos tudo!

Concretizam-se sonhos, publicam-se livros

Uns compram-se, outros são oferecidos

São muitos anos, tantas amizades e vidas partilhadas

É imaginar tantas feições, sem saber se correspondem à realidade

Mas como não há rosas sem espinhos, a dúvida mói mais que a certeza

Quando deixam de comparecer ao convívio, sem justificação

Ficamos com o enorme aperto no coração

Fica a pergunta sem resposta

O que terá acontecido?

E, há quem não consiga suportar essa dúvida e tudo faça para saber o que aconteceu

Mas, também, há quem não o queira revelar, só temos de respeitar, a vontade de cada um

O meu primeiro blogue tem uma bonita idade

Está um adolescente irreverente

Em que o clima está, cada vez, mais quente

E, os jovens temem o futuro, que têm pela frente

Os adultos, que são quem toma medidas para o futuro

Estão muito confortáveis nos seus casulos, sem quererem ar puro

Os jovens ainda não estão condicionados ao peso das decisões

Não imaginam quanto poderá ser duro, mudar

Para eles é fácil vir para a rua gritar, o rabo mostrar

E quem é que os faz do telemóvel, do computador, do carro abdicar?

É que não há como mudar, sem alguma coisa alterar!

Sempre houve e haverá choques entre gerações

Em que os filhos não concordam com os pais

Mas quando têm filhos, muitas vezes, dão razão aos pais 

Em breve, não precisaremos de ter carro, chamá-lo-emos pelo telefone, virá ter connosco, levar-nos- á, para o nossos destino, ficará aí parado até que o voltem a chamar

Com essa radical alteração, muito a nossa carteira e o ambiente vão beneficiar

També teremos melhores e mais eficientes transportes públicos

Só espero que todas essas grandes alterações, ainda, cheguem a tempo do nosso planeta continuar com condições de habitabilidade.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

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publicado às 08:00

Chips!

por cheia, em 14.08.18

Chips!

 

Para onde quer que nos viremos lá estamos, todos, com os chips na mão

Hoje, todos andamos de chip em riste, numa onda de navegação

Com um aparelho do tamanho de uma caixa de fósforos, temos toda a informação

Nos jardins, nos cafés, nos restaurantes, nos comboios, por todo o lado, um silêncio ensurdecedor

Acabaram-se as conversas, as discussões, a troca de opiniões, os dedos substituíram essas funções

Outrora, nos comboios da linha de Sintra, havia grupos de amigos, que viajavam sempre na mesma carruagem

Uns jogavam às cartas, outros discutiam os resultados dos jogos de futebol, falando, também, das agruras da vida

Faziam-se amizades, combinavam-se piqueniques, excursões, emprestavam-se livros

Naqueles bancos corridos, cabia sempre mais um, viajávamos como sardinha em lata

Durante as obras de duplicação da linha assistimos a muitas peripécias

Uma mãe arrancava o filho, da cama, às seis horas, apanhava o comboio em Sintra, para ser entregue à avó, na estação do Cacém

Como não se conseguia chegar à porta, porque os comboios circulavam de portas abertas, a abarrotar, a criança era entregue à avó, pela janela, por quem estivesse junto à janela

Numa viagem, no sentido de Sintra para o Rossio, na estação da Amadora, uma jovem, vendo que não conseguia chegar à porta, baixou a janela e saiu, o contato com o cascalho, foi um pouco violento, porque ela estava no lado contrário ao da plataforma

Também arrisquei um dia, na estação do Rossio, iniciar a viagem, no estribo da porta, apenas agarrado com uma mão, quando na plataforma começaram a procurar melhores posições, quase que me atiravam para a linha, já dentro do túnel

Nunca mais arrisquei, porque poderia ter perdido a vida, para ganhar uns minutos, ainda que me custasse esperar pelo comboio seguinte, pois, eram quatro horas perdidas, nos transportes.

 

José Silva Costa

 

 

 

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publicado às 21:55


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