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Quingentésimo ano (9)

por cheia, em 09.01.24

Censura

A estrofe 82, do canto X, e o parecer do Santo Ofício

 

82
"Aqui, só verdadeiros, gloriosos
Divos estão, porque eu, Saturno e Jano,
Júpiter, Juno, fomos fabulosos,
Fingidos de mortal e cego engano.
Só pera fazer versos deleitosos
Servimos; e, se mais o trato humano
Nos pode dar, é só que o nome nosso
Nestas estrelas pôs o engenho vosso

 

 

"O poema épico mais genuíno é o canto da construção duma nação com a ajuda de Deus ou dos deusesOs Lusíadas, como já a Eneida, é uma epopeia moderna, em que o maravilhoso não passa dum artifício necessário, mas só literário. A  única no Deus cristão é defendida por toda a obra.

Não se pode pensar em heresia porque não fazia sentido, em tempos de Contrarreforma, acreditar nos deuses do panteão greco-romano, e a prova é a não censura dos inquisidores aos «Deoses dos Gentios». No episódio da Máquina do Mundo (estrofe 82 do Canto X), é a própria personagem da deusa Tétis que afirma: «eu, Saturno e Jano, Júpiter, Juno, fomos fabulosos, Fingidos de mortal e cego engano. Só para fazer versos deleitosos Servimos». No entanto, críticos defendem que esta fala de Tétis foi introduzida a pedido dos Censores, e que várias outras Oitavas foram ou alteradas, ou mesmo cortadas, para que o Poema pudesse ser publicado.[

Apesar de terem cortado excertos da obra nas suas primeiras edições,[ o Parecer do censor do Santo Ofício na edição de 1572 declara que percebeu que este recurso «não pretende mais que ornar o estilo Poético». Por isso, continua, «não tivemos por inconveniente ir esta fábula dos Deoses na obra», mas não resiste a acrescentar «ficando sempre salva a verdade de nossa santa fé, que todos os Deuses dos Gentios são Demonios».

(Wikipédia)


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publicado às 09:47

Puritanos

por cheia, em 18.09.23

Puritanismo

 

Destruam todas as estátuas

Queimem todos os livros

Senhores, novos, censores

A vossa sensibilidade não quer cores

Os rebanhos obedecem aos pastores

Basta que alguém escreva na internet: “Mate-se”

Que a manada, acéfala, corre a apoiar

Mesmo que não saibam do que se trata!

O que interessa é seguir a moda

Estar entre os milhões, nunca sozinho!

Pensar dá muito trabalho, o melhor é clicar

Apoiar tudo o que seja destruição

Acabar com tudo o que seja civilização

Enquanto os políticos andam de telemóvel na mão

Para saberem o que dizem as redes sociais

Tentam manter-se na crista da onda

Sem opinião, não sabem o que fazer

À primeira gritaria, dizem que sim

Mas, se as pessoas de bom senso se manifestarem

Voltam atrás, dão umas desculpas esfarrapadas

Como aconteceu com o Isaltino Morais, por causa do cartaz a condenar os abusos sexuais, na Igreja

E com o Rui Moreira, por causa da estátua dedicada ao Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco.

 

José Siva Costa

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publicado às 07:57

Ameaças e Censura

por cheia, em 11.07.23

 Os censores estão de volta.

  

 

“Vais ter de levar comigo, se acontecerem algumas coisas menos agradáveis para ti, poderei ter sido eu”: a ameaça contra Joel Neto

“Ah e só mais uma coisa: se acontecerem algumas coisas menos agradáveis para ti, poderei ter sido eu”: foi esta a mensagem enviada pelo Messenger do Facebook que levou o escritor Joel Neto a apresentar uma queixa por ameaça contra António Bulcão, chefe de Gabinete da Secretaria Regional da Educação dos Açores.

 (Expresso de 4/7/2023)

 

 O escritor Joel Neto apresentou uma queixa na justiça contra o chefe de Gabinete da secretária regional da Educação dos Açores. Em causa, estão insultos e ameaças escritas enviadas ao escritor que diz temer pela sua segurança e da família.

A história de Jénifer ou a Princesa da França traça um retrato da pobreza nos Açores. O livro e as opiniões públicas de Joel Neto terão sido o gatilho para o que chegou às mãos e aos olhos do escritor açoriano.

Na queixa, consultada pela SIC, entregue no Departamento de Investigação e Ação Penal de Angra do Heroísmo, Joel Neto diz recear pela sua segurança e da sua família à conta de "uma série de mensagens hostis" com uma "longa lista de acusações e insultos, concretizada com um ameaça expressa".

Para além disso, escreve que a denúncia serve também para "defender o exercício da opinião livre nos Açores".

À SIC, o escritor confirma a queixa, mas prefere não comentar o caso.

Tentámos contactar António Bulcão, chefe de Gabinete de Sofia Ribeiro, mas sem sucesso e a Secretaria Regional da Educação e dos Assuntos Culturais também recusou qualquer declaração sobre o caso.

Fonte do gabinete avança à SIC que não prevê substituir o chefe de gabinete alvo da denúncia na justiça.

(Sic Notícias 4/7/2023)

 

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publicado às 07:57

Indignações!

por cheia, em 22.09.19

Indignações

Por dá cá aquela palha as redes sociais ficam todas indignadas

Mas quando um programa de investigação, da RTP é retirado, fica tudo calado!

O programa de investigação da RTP1, premiado, foi retirado

Caiu da grelha, foi grelhado, desapareceu, está enterrado

O “ Sexta à Noite” da jornalista Fátima Felgueiras, não resistiu

Interrompido para férias, foi extinto, porque sexta é dia de azar

Mal comparado, aconteceu-lhe o que acontece a muitos trabalhadores

Vão de férias, e quando voltam as fábricas fecharam, acabaram

Na RTP, paga com o dinheiro dos contribuintes, há programas eternos

Mas há outros, sabe se lá porquê, vão para o inferno

Não cumprem a ética republicana, incomodam quem manda!

Felizmente não há censura, faria se houvesse!

Por que raio, é que se metem em política!

Falem do futebol, dos passarinhos, das flores, digam só bem dos senhores doutores

Deixem a política para os políticos

Não queiram saber a razão por que entram pobres e saem milionários

O povo não precisa de saber nem compreender de política

Só têm de obedecer e aos políticos bem-querer.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

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publicado às 21:01

Touradas e futebol

por cheia, em 15.01.19

Touradas e Futebol

Nas touradas, os bois são encaminhados, para os curros, pelos campinos

No futebol, os adeptos são escoltados, pelas forças de segurança, porque não sabem o caminho, para os estádios

Os profissionais do terror continuam a acoitar-se nas bandeiras do futebol

Como aconteceu, no jogo entre o Santa-Clara e o Benfica

Onde, cerca de meia-centena de adeptos do Benfica semearam o terror

Deve ser para tentar suavizar as guerras entre adeptos de futebol, que o Presidente da RTP, estação, que somos obrigados a financiar, através da fatura da eletricidade, fez um acordo com a Federação Portuguesa de Futebol, com o pretexto de promover o futebol

Como se o futebol não fosse a coisa mais promovida, por todas as estações de televisão!

Em vez de programas para entreter, promovem espetáculos para embrutecer

Vai estrear uma série de quatro programas, sobre a escravatura, no horário nobre da meia-noite!

Deve ser só para seniores de mais de setenta anos, que tenham insónias, porque os no ativo, de manhã, têm de ir trabalhar

Há muitas maneiras de censura!

Não é só a da Porto Editora

A RTP usa o horário, como aconteceu com a contra informação

Mudaram-na para um horário em que ninguém a via

Daí até acabar, foi um passo

Deem futebol, vinte e quatro horas, por dia, até o povo não mais aguentar!

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

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publicado às 20:39

Paridade

por cheia, em 14.05.18

Festival da Eurovisão 2018

 

Há quem passe a vida a criticar

Que tudo não passa de uma feira de vaidades

Bem vestidas, mal vestidas, feias, bonitas e outras tricas

Mas os resultados dos últimos anos estão a mostrar o contrário

Ganha quem consegue transmitir emoção

Portanto, abaixo o negativismo, vamos à construção

Trabalho, solidariedade, diversidade, modernidade, inclusão

Nem todos podem ser modelos!

Os anos acabarão com esses flagelos

O interior sobrepor-se-á o exterior, ganhando valor

Este vai ser o século do amor!

A paridade entre os sexos é o seu motor

Os censores levarão uma grande lição

Os satélites acabarão com as fronteiras

Os muros não passam de asneiras

Os que proíbem o presente têm medo do futuro!

Não! Nunca muros, censores, conseguirão enclausurar o pensamento

Mais tarde ou mais cedo, aqui ou além, chegará o momento

De abrir os braços, gritar liberdade, fazer do pensamento o sustento

Não há força, nem movimento que consiga aprisionar o vento

Os ventos de mudança avançam contra qualquer força de segurança

Nem peia, nem meia, nem gente feia travarão a alegria da veia

Este século já tem, muita coisa, mudado

Só falta alguns compreenderem que todos temos de ter um lugar onde viver!

Que não é crime procurarmos uma vida melhor

Mais que não seja a pensar num futuro melhor, para os filhos

Acabaram-se as fronteiras que nos impediam de opinar

Ganhou a modernidade sem preconceitos de inferioridade.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

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publicado às 18:06


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