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Resististe!
Mas a resistência também tem limites
Espero que haja humanidade
Mas dos dois lados
Há coisas !
que não se fazem
Mesmo que haja inimizades
Para, hoje, exigirmos
Temos de, ontem, ter dado o exemplo
Não podemos praticar a barbaridade
E, depois, esperar que os outros não a pratiquem
O extremismo nunca deu bom resultado
Nem de um, nem de outro lado
Espero que haja humanismo, mesmo para com o inimigo
A vingança será, para ambas as partes, um grande castigo
Quando estamos na mó de cima não nos podemos esquecer
Que um dia poderemos estar na mó de baixo
Por alguma razão dizem que somos racionais
Mas não deixámos de ser animais
O melhor seria nunca nos esquecermos que somos todos irmãos
Mesmo quando nos metem uma arma nas mãos
Acima de tudo está a razão
Nunca a devemos perder
Devemos de andar com ela pela mão
E nunca nos podemos esquecer
Que “toda gente é pessoa”
José Silva Costa
25, de Abril de 2022
Depois de 48 anos de democracia, esperávamos ter um país mais desenvolvido
Continuamos com as inaceitáveis desigualdades, em que uns tem tudo e outros não têm nada
Um litoral superlotado e um interior desertificado, deserdado, abandonado, desaproveitado
Onde não chegam as telecomunicações: as autoestradas do presente e do futuro
Neste quase meio século ainda não apareceu um governante capaz de derrubar o muro
Só governam para as sondagens e para o presente, não têm ambição, nem solução para o dia duro
A pobreza continua a condenar-nos à tristeza. Antes de qualquer transferência social, em 2020, tínhamos 4,48 milhões de portugueses (43,5%) em risco de pobreza
Quase metade da população em risco de pobreza: é muita pobreza!
Todos os governantes, que tiveram responsabilidades nestes resultados, devem sentir-se muito envergonhados
Quase todos os governantes, nos discursos do ato de posse, dizem que vão ter em atenção os mais desfavorecidos, mas nunca mais se lembram deles
Nos momentos de reconhecimento dos méritos nunca aparece um pedreiro, um carpinteiro, um mecânico, um varredor, um condutor …………….., só os engenheiros e doutores é que têm mérito
Um país, cada vez mais desequilibrado, onde os ricos estão mais ricos e os pobres mais pobres
E, isso é revoltante, criaram o Ministério da Coesão, que não passa de um chavão, mais uma ilusão, para enfeitar a governação
Os Municípios ricos estão a criar transportes públicos gratuitos, a equipar as escolas com novas tecnologias, com quadros interativos, enquanto as escolas, dos outros, continuam com os quadros pretos e sem transportes públicos gratuitos
É esta a regionalização, que o referendo reprovou, mas que este Governo está a implementar à força. Agora, sem a colaboração de qualquer outro partido, devido à maioria absoluta
Política e futebol, uma mistura que gera corrupção, se faltassem exemplos, bastava o de Luís Filipe Vieira, cuja falência das suas empresas já nos custou 290 milhões de euros, através do fundo de resolução do BES
Um país, onde o futebol é mais importante que a educação. Quantos professores veem o seu mérito reconhecido?
Ainda não foi desta que Portugal se tornou num país solidário e desenvolvido
Nem com tantos milagres conseguimos vencer o castigo.
José Silva Costa
12/02/2005
A seca
O dia é de primavera
A noite de Inverno
A chuva não aparece
Tudo, com o frio, esmorece
Não há erva, nem trigo
As pessoas e os animais
Sob o mesmo castigo!
Que a água falte no verão
Já o Alentejo está habituado
Mas em pleno inverno
É arder no inferno.
Os ovinos e bovinos
Com os focinhos
Varrem os campos
Acariciam o chão
Tudo em vão
Morrem de fome
Naquela que era a melhor estação.
Os Montes outrora, caiados,
Estavam repletos de gente
Agora, todos, desboroados.
Nem a liberdade!
Com os seus progressos:
Estradas, água, luz
Conseguiu evitar a debandada
Porque chegou atrasada.
As modestas habitações
Completamente desventradas
Com as partes íntimas
Em exposição:
Ao vento, ao sol, à lua
Num silêncio estarrecedor
Ouvem-se as almas reclamar,
Porque a iluminação pública
Passa a noite a incomodar
Quem, em vida, só tinha o luar!
Que tristeza observar
As velhas pedras a chorar
Por não terem quem agasalhar:
Nem mulher, nem homem
Nem cão, nem gato, nem pardal.
Assusta, o barulho das oliveiras, sobreiras e azinheiras
A sonharem com uma gota de água.
José Silva Costa
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