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25 de Abril, 24
Em 50 anos muito envelheceste
Já te querem reformar, mesmo que o tempo, para a reforma esteja a aumentar
Ao 24 de Abril, querem regressar, para à “família tradicional” regressar
Ninguém está a querer casar!
E, mais, não só não querem casar, nem filhos criar, quanto mais a casa dos pais abandonar
Uma vez que não ganham o suficiente para uma casa alugar ou comprar
O que eles querem é viajar, mesmo que alguns sejam contra as energias fósseis
Hoje, a prioridade dos jovens é viajar. Os portugueses, mesmo com baixos vencimentos, ou não estando, ainda a trabalhar, dão-se ao luxo de irem fins-de semanas seguidos, por essa Europa fora, com o pretexto de irem visitar amigos/as, que estão a fazer Erasmo, ou sem pretexto
Assim, como é que vamos voltar à ” família tradicional” dos 15 filhos?
A não ser que façamos como o Estado Norte Americano do Arizona, que recorreu a uma lei de 1864, para proibir, também, o aborto em casos de violação ou incesto
A educação sexual, nas escolas, não avança por que razão?
També tem a ver com a “família tradicional”, é que as doenças venéreas estão a aumentar?
Em Espanha já soou o alarme, vão distribuir preservativos aos adolescentes, para que não digam que não os utilizam, porque não têm dinheiro para os comprar
Não queiram voltar ao fado estafado: “quanto mais me bates, mais eu gosto de ti”
José Silva Costa
IBAN
Trabalhador, cada um com o seu valor
Por que razão alguns têm tão pouco valor?
Aqueles que fazem o trabalho que poucos querem
Colher frutos nas estufas, debaixo de uns tórridos cinquenta graus centígrados
Os que constroem as casas, ao vento, à chuva e ao frio
Por um magro salário, que não dá para terem uma casa
Os trabalhos mais duros são os mais mal pagos, porquê?
Porque os doutores que fazem as leis não se lembram deles
Não fazem parte da sua roda de amigos
Quem não tem um curso universitário, não tem valor
Mesmo que saiba construir uma casa, um carro
Uma ponte, uma barragem, criar couves, batatas ou cenouras
Nada disso tem valor, para os senhores doutores
Que fazem as leis e governam o país
Que acham que os aumentos de pensões e ordenados
Com uma percentagem igual para todos é aceitável
Cavando, cada vez, mais desigualdades
Quem ganha 500€ terá um aumento de 17€
Quem ganha 2000 terá um aumento de 70€
Os preços no supermercado não são iguais para todos?
Enquanto não valorizarem todas as profissões, porque todas são necessárias
Não falem de igualdade, de valorização, de reconhecimento, de estima social
Não nos queiram enganar com palavras cor-de-rosa, que são migalhas para ganharem as eleições
Meia pensão para todos, com algumas exceções, tanto faz que tenha uma pensão de 50000€, ou de 500€ (leis socialistas,( faria se não fossem socialistas!)
1€ por dia, para uma minoria, e discriminação para quem não tiver um IBAN, que não receberá nada
Muitos países dentro de um país, muitos Governos, dentro de um Governo
A Ministra da Segurança Social e Emprego disse que quem não tivesse conta bancária podia indicar um IBAN de outra pessoa
Enquanto o Ministro das Finanças, que é mais quero, posso e mando, não aceita IBAN de terceiros, fazendo com que mais de 260 mil pessoas não tenham recebido os 125€ + 50€ por cada filho
Com todas estas manigâncias não admira que continuemos na cauda da Europa
Fomos os primeiros a ir a Bruxelas, de mão estendida, pedir o dinheiro do PRR
Já alguém viu alguma obra estruturante paga com esse dinheiro?
Podiam aproveitá-lo para equiparem o parque escolar para o futuro, com meios tecnológicos
Já é tempo de todos os alunos, de todos os graus de ensino, utilizarem os computadores e neles fazerem os testes
A mobilidade, a saúde e a justiça também poderiam ter beneficiado da chamada bazuca
Mas, a incompetência não o permitiu.
Já gastaram em projetos, pareceres e estudos para o TGV e Aeroporto mais do que custariam a construção das obras
José Silva Costa
Dia Internacional da Mulher
Mulheres, flores delicadas, perfumadas
O seu sonho é serem desejadas, amadas, respeitadas
Se possível, também, serem admiradas, reconhecidas
Ombrearem com os homens em todos os patamares
Sem inferioridade nem superioridade
Num ambiente saudável e de igualdade
Entre homens e mulheres, meninas e meninos, rapazes e raparigas
Na divisão do trabalho dentro de casa
Para que todos tenham mais tempo para comtemplar a lua
Mais tempo para sorrir, brincar, dormir e ver quem passa na rua
Tudo bem repartido, dividido, bem conversado e participado
Na harmonia de que todos somos capazes, úteis e eficazes
Cada um com as suas habilidades, dificuldades, ansiedades
A vida não tem de ser a azia, que nos acompanha ao longo do dia
Se mulheres e homens contribuírem para horas e dias mais felizes
O mundo poderá um dia ser mais bonito e colorido
Será difícil fazer dele um paraíso!
Mas, se a maioria tiver bom coração e juízo
Poderão evitar que caíamos no precipício
Por não sabermos ou nos termos esquecido
O que levou à criação das Nações Unidas
Voltámos a gastar mais dinheiro em armas
Dinheiro que nos faz tanta falta, para coisas melhores, para todos nós
Estávamos fartos de estar bem!
Voltámos a cair na tentação de eleger ditadores.
José Silva Costa
Natureza à Escuta Antologia de Poesia Volume II
"Natureza à Escuta”!
A natureza é a beleza da nossa casa comum
Todos dependemos desse teto, para cada um
Um lugar, em que todos somos responsáveis pela sua saúde
Não adianta culpar este ou aquele, cada um tem de fazer a sua parte
Temos de assegurar o futuro, com engenho, ciência e arte
Tudo está nas nossas mãos, na nossa determinação, sem elas não há salvação
Ouvir todas as opiniões, escolher as melhores soluções, escutar o nosso coração
Paremos com a louca corrida do aumento da temperatura, porque estamos perto da
rutura
Mas, ninguém pense que a transição não tem muitas alterações e muitos custos
Vale mais lutarmos todos juntos, que mais tarde não conseguirmos conter os sustos
Temos como acelerador a juventude, que muitos não ouvem, porque querem, os
seus interesses, defender
Acautelar o bem comum, sem olhar para quem está a passar, é essencial e
determinante
Aproveitemos as tecnologias, sem medos nem receios, o mundo está cheio de freios
de diamante
O futuro é feito de sonhos, com humanismo, aventura e espirito desafiante
O maior desafio é vencer o imobilismo, há muito quem não goste de mudanças
Criamos hábitos, alterá-los é motivo de preocupação, não gostamos de andanças
Um engodo pode fazer-nos sair da hibernação
Um forte objetivo, uma boa explicação e uma boa governação
Podem fazer com que comecemos a ouvir e compreender a natureza
Com alegria, com determinação, com mais firmeza e sem tristeza
Vamos todos dar as mãos pelo planeta e pela natureza.
A minha participação na obra "Naturea à Escuta" - Antologia de Poesia, volume II, do Instituto Cultural de Évora
Uma obra publicada em versão e-book, sustentável e amiga do ambiente, pode ser lida em qualquer Continente.
Partilhas!
Foi dado um pequeno passo na igualdade da criação e educação dos filhos, pelos dois progenitores
Para que de uma vez por todas, os homens deixem de ajudar em casa, para passarem a partilhar a lida da casa
Uma das situações, em que os pais podem receber o ordenado por inteiro, é alternarem a guarda dos filhos, ficando em casa uma semana um, outra semana o outro
Uma maneira de tentar aliviar as mulheres para deixarem de ser, sempre, elas a carregarem com os filhos
Fazendo com que eles também saibam o que é criar e educar os filhos
Um bom sinal para os patrões, que preferem contratar os homens, porque não “perdem tempo” a cuidar dos filhos
Para os que despedem as mulheres, quando engravidam, não lhes renovando o contrato
Um incentivo à natalidade, fazendo com que as mulheres deixem de carregar o medo de engravidarem, porque podem ser despedidas, ou serem prejudicadas nas suas carreiras
Em suma, uma boa lei venham mais!
José Silva Costa
A escolha
Abril não floriu
O cravo não riu
Está tudo vazio
Estamos em casa, confinados
Por causa do contágio
Que nos pode levar ao frio
Neste ano sombrio
Em que o Mundo está parado
Como que o sistema que o faz rodar
Se tivesse avariado
Há quem esteja desesperado
É duro estar enclausurado
Mais duro é estar internado
Mais duro, ainda, é ficar parado
Num local inesperado
Sem retorno, nem bailado
É fácil falar!
Mas quem tem, no dia-a-dia
De angariar dinheiro, para ir ao supermercado
Só pode estar angustiado
Não pode ouvir o meu recado:
Não se precipitem
Porque a procissão ainda vai no adro
Mas este conselho só serve para quem está instalado
Quem nada tem!
Tem de escolher entre sair ou ficar em casa
Uma escolha difícil
Porque o estômago não pode esperar
Assim, têm de arriscar a vida
Porque promessas não enchem barriga
Temos de manter a distância social
Menos nos aviões!
Onde podemos viajar uns ao colo dos outros
Os políticos um dia dizem para ficarmos em casa
No dia seguinte dizem para sairmos
Para gastarmos, porque a economia não pode parar
Em quem podemos acreditar!
José Silva Costa
9 de Março
Este ano, o 8 de Março teve mais visibilidade
Porque estamos em ano de eleições
Os políticos sabem muito bem aproveitar as ocasiões
Não sei de quem foi a ideia das casas de abrigo!
Até podem ter sido úteis
Mas, hoje, não fazem sentido
Por que razão, terão de ser as mulheres, com os filhos nos braços,
a fugirem do lar, para casas de abrigo!
Sujeitando-se a um duplo castigo
Deixando para trás tudo: as escolas dos filhos, os amigos, o doce lar
Tendo de andar escondidas e explicar aos filhos, por que não podem, para casa, voltar
Para que os agressores possam, no lar, ficar a, novas agressões, preparar
Se existem dispositivos para se saber quando eles se aproximam delas
Não se compreende por que terão, as mulheres e as crianças, de abandonar o lar!
E não venham dizer que eles, as pulseiras, têm de autorizar, a colocar
Por que, ainda assim, poderiam escolher, entre a pulseira ou a prisão preventiva, na hora
Como acontece com outros crimes, que nem sequer põem em risco, a vida!
É tudo uma questão de leis, que protejam as agredidas e as crianças, e não os agressores!
Muitos juízes determinam que os pais podem ver os filhos, com o que concordo, mas ficam a saber onde fica o esconderijo
Portanto, há muito para fazer, para além da coordenação das diversas entidades e do dia de Luto Nacional.
José Silva Costa
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