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23 Meses!
Vinte e três meses depois
O vírus parece querer abrandar
Oxalá, esteja mesmo de abalada
Tanta gente infetada!
Tanta gente, em casa, fechada
Para não propagar a doença, malvada
Que conseguiu “fechar” o Mundo
Matar os velhos e o entrudo
Tanta roca sem fuso
Fazendo com que tudo ficasse tão confuso
Alguns negam, das vacinas, o uso
Não pensam na comunidade
Só lhes interessa a sua liberdade
Não querem saber se os hospitais dão vasão
À quantidade de contaminados
Muito menos querem saber de cuidados
Dizem que não querem ser enganados
Porque os efeitos das vacinas não foram testados
Não querem, como cobaias, serem usados
Fazem manifestações contra as restrições
Bloqueiam cidades com camiões
Todos os pretextos são utilizados para manifestações
Não conseguem negar a quantidade de mortos: uns milhões!
Foram dois anos terríveis
Inesquecíveis
Máscaras e testes
Álcool gel
Para desinfetar as mãos
Quarentenas, isolamentos
Recolher obrigatório
Meses de internamentos
Hospitais lotados
Ensino à distância
Teletrabalho
Proibição de sair dos Concelhos
Todos fechados em casa
Vilas e cidades desertas
O mundo “parado”
Como nunca ninguém o tinha presenciado
Vacinas às doses!
José Silva Costa
O futuro é hoje
2
A Adelaide, no dia seguinte, disse à filha que estava de acordo com ela, porque era preciso inverter as políticas, privilegiando os transportes públicos, investir na ferrovia para passageiros e mercadorias, para acabar com os comboios de camiões T.I.R., que ocupam a faixa da direita das autoestradas da Europa
A filha estava muito preocupada com o problema do emprego do pai e de todos os que todos os dias veem os seus empregos desaparecerem, devido às novas tecnologias
Mas, ao mesmo tempo, é uma grande defensora da descarbonização da economia, defendendo que temos de aproveitando todas as oportunidades, que o conhecimento nos proporciona
Como seja o eficiente aproveitamento dos elementos: água, vento, sol
Há noite, ao jantar, perguntou ao pai: o Luís, se já tinha ouvido falar do ivaucher, essa nova palavra mágica, que já fora utilizada para promover o que não se conseguia vender, como foi o caso da restauração, o turismo e a cultura, devido à pandemia
Agora, voltava a ser utilizada para esvaziar a contestação da subida, abrupta, dos combustíveis, com receio de mais um buzinão, como o que aconteceu em 24 de Junho de 1994
O pai respondeu-lhe que a invenção dessa palavra não passava de uma imitação das promoções dos supermercados, com os cupões de desconto, e ao mesmo tempo, tentar que todos passem faturas com número de identificação, para cobrarem mais impostos, com o que concordava, uma vez, que defendia a obrigatoriedade do número de identificação em todas as transações
A Filomena estava mais preocupada com as injustiças, por nem todos terem um cartão multibanco, não podendo beneficiar desses 10 cêntimos de desconto por litro de combustível, no máximo de 5€ por mês, durante 5 meses, dizendo que os mais pobres são sempre os mais prejudicados, porque não conseguem acompanhar as contínuas e aceleradas inovações.
Continua
Mazelas da Guerra
Continuação
Novo Ano
O ano de 1970 começa com nuvens muito negras. Tinha chegado aos ouvidos do Comandante de Batalhão, de que, na nossa Companhia, tinham brincado com a religião
Punidos com 5 e 10 dias de prisão, para Capitão e Furriel Vagomestre, respetivamente, por terem brincado com a religião
Tiveram de abandonar a Companhia, tendo a substituição recaído, no caso do Capitão, na escolha de um Capitão já a caminhar para a reforma, que estava a poucos meses de acabar a comissão
Foi um grande choque, já nos tínhamos esquecido do que tinha acontecido
Penso que a escolha, daquele Capitão, teve a ver com o facto de dentro de poucos meses deixarmos aquele acampamento, para irmos para o centro de Angola
Ainda bem que escolheram um militar com muita experiência, porque a viagem, do Norte para Luanda, foi muito atribulada
Em Maquela do Zombo e na fronteira fazia-se muito contrabando
As lojas vendiam de tudo, desde porcelanas chinesas, toalhas de mesa bordadas, artesanato em madeira e marfim, até um sem número de outro objetos, que podíamos comprar, para oferecer às nossas mães, mulheres, namoradas
Não estávamos sensibilizados para o tráfico do marfim, nem para o extermínio dos elefantes, quase todos comprámos pulseiras em marfim, para além de outras peças em marfim e madeira, para oferecermos às nossas amadas
Poucos dias antes da Páscoa, recebemos ordens para nos prepararmos para seguir para Lunada. Sei que foi pela Páscoa, porque no domingo de Páscoa, fui com outros camaradas conhecer a bonita ilha do Mussulo, e comprámos uma melancia
Aproximava-se o dia da partida, tínhamos de levar tudo o que pertencia à Companhia, para isso tinham sido alugados 17 camiões civis
Feitas as contas ao combustível que deveríamos ter utilizado, tínhamos 1.000 litros de gasolina a mais, porque não fizemos tantas operações, quantos os relatórios, foram queimados
Depois de tudo estar carregado, partimos rumo a Maquela do Zombo, primeira paragem obrigatória
Mal parámos, fomos rodeados pela Pide, queriam ver as nossas malas, para verem se levava-mos contrabando
Mas, o Capitão não autorizou que abrissem nenhuma mala, dando ordem para seguirmos para Carmona, onde íamos almoçar
Chegados a Carmona, outra vez a Pide, para verem as malas
O Capitão, que já devia saber as que podiam ser abertas, autorizou que abrissem uma ou duas
Como, daquela cidade, tínhamos duas estradas para chegar a Lunda, uma considerada segura e outra onde poderíamos sofrer emboscadas, que foi a escolhida pelo Capitão, não sei se por ordem do Quartel-General
Assim, antes de irmos almoçar, avisou todos os condutores civis, por onde seguiríamos
Depois do almoço ficámos a saber que alguns condutores já tinham seguido pela outra estrada, fazendo com que o Capitão tivesse ficado muito preocupado, por ter deixado que a coluna se tivesse dividido em duas.
Continua
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