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Outono
Nestes rudes tempos, indiferente à brutalidade, continuas a tua missão
Recolher as secas folhas, lavar as árvores, para receberem o inverno
Mas, as guerras, essas não param, continuam a alimentar o ódio
Os agiotas continuam a amontoar o dinheiro, vivem do seu cheiro
Tudo inútil, tudo sem futuro, tudo para criar fome, dor e morte
Nunca ouviram o puro choro do nascer de uma criança
A pedir, pão, paz, educação, habitação, futuro sem opressão
Mas, os donos do mundo não as ouvem
Só ouvem o telintar do ouro, como se isso fosse bom para o povo
Mais tarde ou mais cedo chega a chuva e o frio
Os migrantes dormem à porta da AIMA, no conforto do humanismo
Saboreando a nova política de acolhimento com dignidade
Dando um novo e bonito colorido à cidade
O Ministro bem os quer enganar, dizendo que podem utilizar o colo da Internet
Mas, eles o que querem é que lhes resolvam os problemas
Estão fartos de sistemas, da burocracia, da exigência de documentos, sem fim
Assim, preferem dormir nos braços da adorável AIMA, à espera de um milagre
Na confortável cama da discriminação da lei dos estrangeiros
Tão boa, para quem tem muito dinheiro, num país tão interesseiro.
José Silva Costa
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