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Rosas!

por cheia, em 11.02.20

Rosas de Maio

 

Rosas de Maio

Tanto amar

Ventos do sul

Tanta dor

 

Tanto perfume

No chão, derramado

Por rosas de fogo

No Alentejo, queimado

 

Rosas de Maio, por que chorais?

Se todos os anos voltais

Com novos perfumes, mais …..

Só, as humanas não voltam mais!

 

Rosas de ventre inchado

Trarão ao mundo

Tanto bebé inacabado

Que, com leite e ternura, será criado

 

Rosas, por que me deixais?

Triste, sozinho, abandonado

À espera do dia prometido

O dia perfumado

 

Rosas, rosas de Maio

O mês mais perfumado

Por que não vindes, todos os meses?

Trazer-me novas e perfumes do meu amor.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 08:22

Frio!

por cheia, em 27.01.20

Frio!

No vazio do frio

A lua sorriu

Unimos os nossos corpos

Galgamos os sótãos

Acasalámos os sonhos

Aquecemos o futuro

Na ilusão de uma lareira

Sentados numa cadeira

Dormimos a noite inteira

Como se estivéssemos nas asas do vento

Tudo tão calmo, reconfortante, suave

Os nossos corpos estavam leves como penas

Rodopiamos no espaço como se fossemos pássaros

Foi um sonho, só podia ser!

Para acordarmos ao entardecer

Antes da noite cair

Abraçados, sempre a sorrir

Como se séculos tivessem passado

Beijamo-nos, e o encanto ficou acordado.

 

José Silva Costa

 

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publicado às 18:54

Junho!

por cheia, em 16.06.19

Junho

O sol de Junho é diferente

Aquece-me a mente

Nasce cedo e põe-se tarde

Tem cheiro a verdade!

Já passou metade

O que é bom acaba depressa

Bebo-te de manhã à noite

Antes que arrefeças

Não creio em promessas

E, de políticos muito menos

Antes das eleições prometem tudo a todos

Mais Funcionários Públicos e aumentos

Para acomodar as raparigas e rapazes do partido

A dívida abaixo dos cem por cento do PIB

Prefiro o tempo!

Este Junho que nos levará ao Verão

Cujo calor amadurece o pão

Ver uma planície de trigo ondulante

Um rancho de ceifeiras trigueiras

A cantarem para espantar o calor

Pedirem ao aguadeiro, mais um cocharro de água

Porque o calor está insuportável

Desejando que a ceifa termine

Que chegue o dia da adiafa.

José Silva Costa

 

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publicado às 16:01

As casas do futuro

por cheia, em 15.09.18

 

As casas do futuro

Não é só o clima que está a mudar

O constante aumento da temperatura está-nos a afetar

Neste setembro quente, na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa

A receção aos caloiros foi feita em ambiente diferente

Em traje de roupa interior, o que está de acordo com o curso!

Na arquitetura, para além da fachada, o mais importante são os interiores

Na perspetiva de mais ondas de calor e de mais duração

As futuras arquitetas e arquitetos tiraram a roupa, que os estava a afoguear

Despiram-se de preconceitos e de vaidades, confraternizando quase nus

É para o natural que estamos a caminhar

No futuro, as casas serão mais personalizadas

O cliente irá, ao ateliê, mostrar o perfil, para que arquitetas e arquitetos lhes desenhem a habitação

Tudo será à medida do freguês, porque o espaço é, cada vez, mais reduzido

Se não tivessem inventado os trapos

Ainda hoje andaríamos todos nus

Sem que ninguém achasse estranho

Ninguém perderia tempo a observar e a comparar o tamanho

Não vivemos num mundo estranho

Caminhamos no sentido das leis da Natureza

Em que, cada um, procurará apresentar-se como é

Sem disfarces, maquilhagens, próteses invisíveis

Para não nos enganarmos uns aos outros

Vamos poupar muitos recursos, ao planeta, mostrando a nossa natural beleza.

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 16:10

Peste grisalha!

por cheia, em 07.08.18

Peste grisalha

 

A mortalidade, da “peste grisalha”, como foram cognominados, no auge da crise, tem vindo a aumentar

No dia mais quente, desta vaga de calor, morreram quase quinhentos!

Aqueles que defendem, que a solução seria uma injeção, atrás da orelha

Talvez não tenham muita razão

A Natureza parece ter encontrado uma solução mais aceitável

Acusados de deverem muitos anos à cova, foram uma almofada preciosa

Para filhos e netos, cujas famílias faliram, tendo, muitos, sido obrigados a voltarem para a casa dos pais

E, aqueles que esperavam uma vida mais folgada, aquando da reforma, viram-se, de férias e viagens, privados

Viram, nalguns casos, voltar a casa mais do que tinham saído

Mas, o que é que os pais não fazem pelos filhos?

Tristes por os filhos terem perdido a casa, o emprego, etc.

Confortados por voltarem a ter a companhia dos filhos e até de netos

As duas faces da moeda.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

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publicado às 22:08

Luar ao Sul

por cheia, em 30.07.18

Luar ao Sul

                        

Ceifeiras: papoilas ao vento a esvoaçar

Trigueiras, a perfumarem a planície

Cantam, para espantarem as dores

De corpo e faces tapadas, para enfrentarem o calor

Sob um sol escaldante, de foices em riste

Para desafiarem o vento levante

Quantas canseiras, para ver o pão nas eiras!

Mulheres determinadas, que cortam o sol com o regaço

Que sabem todo o circuito do pão:

Alqueivar, gradar, semear, mondar, ceifar, debulhar, limpar, moer, peneirar, amassar, tender,

O forno aquecer, para o pão cozer

Se soubessem, as voltas que a mão dá, até fazer do grão de trigo pão!

Não o estragariam, dando-lhe muita mais atenção

Há multidões de esfomeados, que nunca, o pão, verão

Acabada a ceifa, chega a adiafa, para suavizar o cansaço

Um dos trabalhos mais duros, que mulheres e homens

Enfrentaram, nos campos do Alentejo

Sob um sol ardente, de cortar a respiração!

 

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 21:34


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