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A Coletânea “ERA UMA VEZ…ALENTEJO” é uma obra que inclui poemas, fotografias, ou obras artísticas originais cujo tema e foco principal seja o Alentejo, e está abrangida no projeto europeu “Antologias Digitais”. Tendo a cidade de Évora sido recentemente nomeada Capital Europeia da Cultura 2027, faz todo o sentido homenagear não só a cidade como também toda a beleza circundante e riqueza cultural da região, e observar as maneiras como estas inspiram as pessoas de vários pontos do globo.
Mais 3 blogueres com participações nesta Coletânea: https://cotoviaecompanhia.blogs.sap... - Mafalda Carmona
P J Cortes
https://aquemtejo.blogs.sapo.pt
https://apeadeirodamata.blogs.sapo.pt - Francisco Carita Mata, a quem agradeço a publicitação, nos seus blogs, da realização desta coletânea e o incentivo para que participasse .
Coletânea "ERA UMA VEZ...ALENTEJO"
Desilusão - uma das minhas 2 participações nesta Colectânea
Sol, sul, terra quente
Mescla de muita gente
Espigas douradas, semente
Planície, um doce ventre
Um povo resplandecente
Um pouco diferente
Quanto a calma consente
Num severo ambiente
De amplitudes térmicas
De muitas desigualdades
De grandes herdades
Onde gerações de trabalhadores
Nasceram e morreram
Sem nunca terem nada de seu
Foi o que aconteceu
Enquanto durou a ditadura, que morreu
Na manhã de Abril
Que deu alento a quem tinha uma vida vil
Promessas foram mil
Mas já se sabe o que são promessas
Resta-nos a Liberdade.
José Silva Costa, Lisboa - Portugal
Ventos do Sul
Ventos do Sul, pássaros azuis
O brilho do sol nascente
És trigo, és fogo, és gente
Na planície bem quente
Papoilas lançadas ao vento
São sangue, são semente
São beijos de um sonho contente
Rubros lábios gretados do vento suão
Mãos calejadas das foices
Faces rosadas e perfumadas como flores
Trigueira ceifeira de olhos castanhos
Cabelos pretos tapados com o lenço
Corpo dorido e cansado
Sonhando com o dia da adiafa
Espigas douradas reluzentes ao sol ardente
Que embalam os grãos que vão alimentar tanta gente
És perfume, és esperança, és pão
Festas de mastros pelo São João
Onde se canta e dança, para esquecer os duros trabalhos do campo
Planície dourada, bonita namorada da madrugada
Que dorme a sexta na sala de entrada
Quando a calma é demasiada.
José Silva Costa
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