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As palavras
As palavras andam de boca em boca, à procura do amor
São muitas, umas mais doces outras mais azedas
Umas mais novas, outras mais velhas
As mais novas saltitam entre as mais velhas
Numa sinfonia de sons e cores
Na esperança de entrarem, num livro, num jornal, num telejornal
Na boca de um autor, de um comediante, de um locutor
Os poetas e os escritores penteiam-lhes os longos cabelos
Fazem-lhes bonitas tranças e colocam-lhes flores, nos cabelos
Mas, não contentes, cortam-lhes o cabelo e fazem-lhes permanentes
Pintam-lhes as sobrancelhas, os olhos e a boca, uma rotina louca
Mas, mesmo depois de tantas transformações, ainda não estão ao seu sabor
Beijam-nas na testa, na face, na boca, nos seios
Depois de tantos devaneios
Procuram que transmitam: amor, alegria, esperança, calor
Mas também, ódio, raiva, desilusão, ingratidão, dor
Todas querem estar na ribalta, no escaparate
Não as conseguem utilizar todas!
Algumas, por mais voltas que lhes deem, não as conseguem fazer rimar
Mas, elas não desanimam, nunca perdem a esperança
Mais tarde ou mais cedo, aparecerá um poeta ou um escritor, que lhes dará o devido valor.
A todas as leitoras e leitores, desejo um Feliz Natal, bem como, para todos os seus familiares.
José Silva Costa
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