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Formosura

por cheia, em 21.11.22

A formosura

 

 

Formosura pura e dura que estás na altura

À espera dos que todos os dias lutam para te alcançar

Como se fosse um jogo de sorte ou azar

Mas o que é que acrescenta ser formosa ou formoso, para além da vaidade

Da pequenez e aridez de quem não sabe que a formosura é invisível

As mais bonitas formas são as que não se veem, que estão no nosso interior

Tal como a sabedoria, a bondade, o respeito pelo outro, o humanismo

A formosura está no aperto de mão, num sorriso contido, num abraço com brilho

No choro de uma despedida, que nos separa de uma pessoa querida, abrindo uma ferida

Na partilha de um pão com um mendigo, no socorro a um ferido, que está em perigo

No carinho de despender de algum do nosso tempo, para ajudar um idoso que está sozinho

Nas rugas esculpidas pelo tempo, no rosto de quem está perto do sol-posto

Na leveza e felicidade da criança que brinca no jardim, fazendo com que os avós a tentem apanhar

No leito, nas margens, na voraz corrida e na foz, onde o rio vai desaguar, no mar

Num ninho cheio de bicos abertos à espera que os progenitores os vão alimentar

No trabalho de fêmea e macho, na construção do ninho, que de vez em quando fazem uma pausa para se beijarem e fazerem amor, para que os ovos fiquem galados

No sorriso das perfumadas flores, que nos oferecem abraços e beijos

No ventre da mulher grávida, onde esconde o seu maior tesouro.

Não se esfalfem para obterem a formosura, porque ela está por todo o lado

Tudo depende dos olhos que a conseguem ou não ver

Todos temos muita formosura, para dar e vender, só precisamos de a saber vender

A quem a conseguir entender, senão não vale a pena o nosso tempo perder!

Todos: crianças, jovens, adultos e velhos têm muita formosura, em cada olhar ou beijo de doçura.  

José Silva Costa

 

 

 

 

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publicado às 08:00

A lua-de-mel!

por cheia, em 07.07.22

A lua-de-mel!

 

Sonhos longos planos

Mar salgado ondulado

Um beco apertado

Rio sombrio magoado

Luzes acesas sem telhado

Frio escorregadio molhado

Braços num abraço sufocado

Beijos num céu estrelado

Mãos a afagar um corpo suado

A lua a iluminá-los com cuidado

Um sono acordado

A sorrir em cada namorado

Um grito de alegria queimado

O sobrolho da rua arrepiado

O sol a subir ao sobrado

A prometer ficar para sempre acordado

Para que ninguém acorde gelado

Uma noite de juras de amor encantado

Duas vidas atadas por um lençol esticado

O amor no perfume deitado

Tudo o resto passou ao lado

Como se o mundo já tivesse acabado

Nem um ruido incomodado

O tempo ficou parado

Na areia as gaivotas ensaiavam um bailado

Tudo ficou alado

Voaram num voo imaginado

Aterraram nas nuvens de um dia ensombrado

Com um bonito penteado

O futuro para sempre enleado.

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

  

 

 

 

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publicado às 08:02

Chuva!

por cheia, em 15.08.21

Chuva de estrelas!

 

Do céu caíam lágrimas

Na noite estrelada

Os teus olhos eram rosas perfumadas

Na noite iluminada, tu eras a estrela

Nos teus rubros lábios rolavam cerejas

Atraentes, deliciosas, desejadas

Quanto mais as beijava

Mais crescia o desejo

Que encantadores beijos!

Na frescura da ardente boca

A saciarem o fogo da Lua-cheia

Mas, quanto mais te beijava

Com mais fome ficava

Nada conseguia apagar aquele calor

Nem a noite fria, nem a água que, no rio, corria

Foi a noite mais curta!

Quando o sol nasceu

Ainda da tua boca

Água doce corria

Por que razão é que não há

Chuva de estrelas, todos os dias?

Para dormirmos nos beijos um do outro

Até o sol nos acordar

Para começarmos, de novo, a namorar

E passar o dia no doce teu olhar

Até a lua nos voltar a abraçar.

José Silva Costa

 

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publicado às 07:46

A amizade

por cheia, em 26.05.19

Maio

Maio, mês do sol, das flores, dos fins de tarde encantadores!

Das cerejas rubras e deliciosas, como os beijos

Do desejo de te beijar, como se cerejas estivesse a provar

Os teus lábios são romãs, com cerejas a namorar, que gosto de saborear

Vamos aproveitar este sol de Maio, para nos embalar

Não há mês como este para nos levar ao altar

Quem me dera que todo o ano fosse Maio

Passar todo o tempo no sorriso do teu encanto

Sem chuva, sem frio, sem vento

Só com o sol a brilhar nos teus olhos e o corpo a saber a mar

Na praia, no campo, no meio das flores, a sonhar

Com futuros, sem muros, sem guerras, sem fomes, sem pobres

Talvez sejam só visões, mas seria tão bom viver na ilusão

Sem saber da realidade, dura e crua

Abraçar um desejo, um sonho, um amanhecer diferente

Onde a humanidade pudesse estar toda abraçada por uma causa

A amizade!

 

José Silva Costa

 

 

 

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publicado às 19:32


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