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Amor & guerra (12)
A amputação, da perna do Carlos, correu bem. Os médicos afiançaram-lhe que com uma prótese ficaria em condições de continuar a governar a vida
Possivelmente teria de ir uns meses para o Centro de Reabilitação de Alcoitão, para se adaptar à prótese. A esperança, que os médicos lhe conseguiram incutir, deixaram-no mais tranquilo, com força de vontade capaz de enfrentar todos os obstáculos, certo de que ainda seria muito feliz ao lado da Miquelina e do Miguel
Os pais do Carlos foram informados de que o filho tinha sido ferido em combate e estava livre de perigo, no Hospital Militar, em Lisboa
Assim que os médicos lhe disseram que ia ficar capaz de governara a vida, já se sentia em condições de escrever à Miquelina. Pediu a um enfermeiro se fazia o favor de lhe arranjar uma carta e uma caneta, para poder informar a namorada do que tinha acontecido
O enfermeiro aconselhou-o de como dar a notícia à namorada. Disse-lhe para não lhe dizer, ainda, que lhe tinham amputado a perna
O Carlos escreveu à namorada, dizendo-lhe que tinha sido ferido em combate, mas já estava melhor, e a prova disso era a carta, que lhe enviava
Esperava que ela e o Miguel estivessem bem. Assim que tivesse visitas informá-la-ia
A Bárbara estava radiante com a chegada de uma nova Companhia, na esperança que nela viesse o seu futuro amor. Tudo estava a correr bem: a Sara já falava e corria tudo, era uma boneca, uma bonita flor, para um quadro perfeito, só faltava arranjar um companheiro
A Miquelina pediu aos pais para ficarem com o Miguel, para ir ao Quartel-General do Porto
Apanhou a camioneta da carreira bem cedo, ainda não eram dez horas já estava à porta do Quartel-General. Foi muito bem recebida e fizeram tudo para a ajudarem. Como não tinham autorização para a avisarem, teria de apresentar qualquer coisa que provasse que para além de namorada tinha um filho dele
Miquelina tirou da mala, a carta onde ele dizia que perfilhava o filho. O militar leu as palavras, entregou-lhe a carta e disse-lhe, para aguardar, que ele ia falar com o Comandante
Já estava a ficar nervosa, devido à demora, quando abriram a porta, o militar que a tinha atendido vinha acompanhado de outro mais velho e com muitos galões
O Comandante cumprimentou-a e disse-lhe:” embora não tenhamos autorização para a informar, compreendo a sua ansiedade e preocupação, pode estar descansada, o seu namorado está no Hospital Militar, livre de perigo, por ter sido ferido em combate, já falei com os nossos camaradas do Hospital, e informaram-me de que em breve terá visitas. Tem aqui o número do telefone, amanhã ou depois, pode telefonar, que eles, talvez já lhe saibam dizer quando começam as visitas”
A Miquelina não ficou descansada, esperava que pudessem dar mais pormenores. Do mal, o menos, não tinha morrido, e em breve podia ir vê-lo.
Continua.
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