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Natal
Neste dia, para todos, saúde paz e alegria
Chegou o mais radioso e longo dia
Para todas as crianças do Mundo, um dia de magia
Com ou sem Pai Natal, ninguém é indiferente a este dia
Não há coração que não sinta alegria, quando faz uma boa ação
Vamos dar as mãos e fazer um grande cordão, para celebrar esta ocasião
Cada dia tem de ter uma celebração: olhar para o próximo, como irmão
Todos os dias houve o teu coração
Não descanses enquanto vires pessoas a dormirem na rua, no chão
A pobreza não tem razão de ser
Todos necessitamos de pão
O Natal é um dia de amor
Mas não te esqueças de quem não tem um lar
Para dividir com o seu amor
Porque o Mundo está um horror
Há uma grande desumanização
Já ninguém fala, nem pelo telefone
Era tão bom ouvir as vozes
Agora, só se envia e recebe mensagens
Para lermos, no frio e mudo telemóvel
Para muitos a única companhia.
Feliz Natal e Próspero Ano Novo!
José Silva Costa
A guerra
Voltaram os canhões
A paz não passou de ilusões
Porque há povos que se julgam campeões
Não conseguem viver em paz com as outras nações
Têm outras pretensões
Sonham com as suas antigas possessões
Não compreendem os que sonham com, livres, nações
Sem ditaduras, nem pressões
Como é que gostam tanto de ditadores?
Se nos seus governos não há liberdade, nem flores
As ditaduras alimentam-se de horrores
Enquanto as democracias se alimentam de valores
Como é que pessoas avisadas e educadas se deixam enganar
Por políticos cheios de rancores?
Quando deviam lutar por governos sufragados pelos eleitores
Mas, infelizmente, há povos que não têm liberdade
Para os seus representantes eleger
Assim, todas as decisões ficam nas mãos dos ditadores
É tão bom saborear a Liberdade e a Paz!
Sem elas, a vida não tem a alegria do amor.
José Silva Costa
Lisboa!
Ruas estreitinhas
Fados antigos
Colinas com postigos
Bairros contíguos
Muitas colinas despidas
Elevadores estendidos
Estrangeiros aos montes
Já não há fontes
Tudo muito sofisticado
Tudo embalado
Já não há azeite, arroz, açúcar, avulso
Já ninguém sobe a pulso
Os presos sonham com um indulto
Decretaram três dias de luto
Há quem ache que é um insulto
Está tudo tão mudado!
Já não há burros, nem palha
Nada falha
No bairro alto vendia-se amor
Agora, o barulho é um horror
O futebol era uma festa
Hoje, é um campo de batalha
Os adeptos têm de estar em campos opostos
As famílias, cujos membros não sejam todos do mesmo clube
Não podem ver os jogos juntos!
Cada um tem de ir para o seu campo de luta
Ao ponto a que chegou o futebol!
Minha Lisboa, minha princesa, ninguém tem tanta beleza
Como tu, eterna noiva do Tejo.
José Silva Costa
Olhos encantadores!
Formosos olhos, que encantaram os meus
Que toldaram os céus e o sol
O momento em que te vi, nunca mais o esqueci
Todos os dias corro atrás de ti
Queria-te dizer quanto te amo
Mas, tu não ouves os meus lamentos
Passam por ti como os ventos
São terríveis os momentos
Em que tento captar a tua atenção
Mas todas as tentativas têm sido em vão
As mulheres são como o pão
Para o conseguir, mil voltas se dão
Um dia finjo que perdi a visão
Vou contra ti, como quem perdeu o pé
Flutua ao sabor das ondas e da maré
Esperando que me salves e me dês fé
Que me ressuscites para a vida
Que compreendas que sou a outra metade de ti
Que não poderemos viver um sem o outro
Que o amor é mais forte que o sol-posto
Que é tão lindo o teu rosto!
Capaz de ensombrar o luar de Agosto
Que nunca mais ficaremos longe um do outro
Que só a morte nos separará a contra gosto.
José Silva Costa
Os céus!
Os céus estão revoltosos, de cor de fogo
Este inverno parece um inferno
Os elementos revoltaram-se contra os tristes eventos
Não há rosas, nem suaves momentos
Só tempestades e ventos!
Não há brilho, nem sol que nos aqueça
Que despedida mais avessa!
De quem passou, quase todo o tempo, com uma promessa
De que seria um inverno vestido de Primavera
Mas, o homem rasgou a razão e avançou com o canhão
E, os tempos não ficaram indiferentes
Foram ao mal buscar as sementes
Para castigarem todas as gentes
Que colaboraram com mentes doentes
A esperança é que chegue depressa a Primavera
Que traga perfume e amor, e leve a guerra
Que os céus voltem a brilhar, sem poeiras, nem bombas
E se encham de pombas brancas
Que vença a paz!
Já que o homem não é capaz
De olhar para o outro como irmão
Tanto ódio, tanta violência, tanta destruição
Em vez de um abraço e um aperto de mão!
José Silva Costa
Mulher
Mulher! Enigma difícil de ler
Deusa do meu saber
O teu ventre me fez nascer
Magia do teu poder
Como te agradecer!
Tu és fogo, terra, água
Sol a amanhecer
Rio a correr
Colo de saber
A amamentar a vida
Perfume que me inebria os sentidos
Lume que me queima as entranhas
Companheira
Flor dos nossos frutos
Porto de abrigo
Onde ancoramos o tempo
Tu és o brilho do sol
Suave e doce
Como a Primavera em flor
Para todas as mulheres
Todas as rosas.
José Silva Costa
Rosas de Maio
Rosas de Maio
Tanto amar
Ventos do sul
Tanta dor
Tanto perfume
No chão, derramado
Por rosas de fogo
No Alentejo, queimado
Rosas de Maio, por que chorais?
Se todos os anos voltais
Com novos perfumes, mais …..
Só, as humanas não voltam mais!
Rosas de ventre inchado
Trarão ao mundo
Tanto bebé inacabado
Que, com leite e ternura, será criado
Rosas, por que me deixais?
Triste, sozinho, abandonado
À espera do dia prometido
O dia perfumado
Rosas, rosas de Maio
O mês mais perfumado
Por que não vindes, todos os meses?
Trazer-me novas e perfumes do meu amor.
José Silva Costa
Frio!
No vazio do frio
A lua sorriu
Unimos os nossos corpos
Galgamos os sótãos
Acasalámos os sonhos
Aquecemos o futuro
Na ilusão de uma lareira
Sentados numa cadeira
Dormimos a noite inteira
Como se estivéssemos nas asas do vento
Tudo tão calmo, reconfortante, suave
Os nossos corpos estavam leves como penas
Rodopiamos no espaço como se fossemos pássaros
Foi um sonho, só podia ser!
Para acordarmos ao entardecer
Antes da noite cair
Abraçados, sempre a sorrir
Como se séculos tivessem passado
Beijamo-nos, e o encanto ficou acordado.
José Silva Costa
O futuro
Amanhã não será Verão!
Amanhã será dia de te dar a mão
Vamos construir o nosso futuro
Que, como qualquer outro projeto
É um salto no escuro
Estamos confiantes de que o nosso está nas nossas mãos
Será que o conseguimos segurar!
Ou vai, por entre os dedos, esgueirar-se!
Amanhã, de mãos dadas, vamos colher uma flor
Para perfumar o mosso amor
Que com a passagem dos anos, não pode perder a cor
Temos de saber alimentá-lo, para que nunca esmoreça
Se mantenha vigoroso dos pés à cabeça
Para que consiga aguentar o desgaste do tempo
O cansaço do presente, a rotina de ser diferente
A alegria de nos abraçarmos em frente de toda a gente
Amanhã, com ou sem descendente
Vamos caminhar firmemente
Abraçar o futuro, viver o presente.
José Silva Costa
Na silhueta de quem traz a salvação
Oiço o barulho do clarão
Os lábios aceleram o bater do coração
Os olhos trocam mensagens de emoção
O sol e a lua já sabem a nossa reação
Vamos de encontro à sedução
Os corpos parecem um vulcão
Ardem como estrelas, sem solução
Amanhã consertamos o coração
Porque sem ele não há continuação
A vida pode esperar por outra estação
Nós é que não podemos perder a ocasião
De viver o amor desta paixão
Que arde como estrelas, sem solução!
José Silva Costa
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