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Compras online
Toranjas
Desde que começou a pandemia que procuramos não sair da redoma de vidro
Temos feito as compras, sempre que possível, online
Por vezes, quando executam as encomendas, alguns produtos estão em faltam e eles substituem-nos por outros e cobram o preço do produto encomendado, mesmo que o substituto custe o dobro, como foi o caso
Mas, desta vez, substituíram laranjas do Algarve, por toranjas vermelhas, devem ter tido em conta que os nomes só variam em duas letras
Quanto aos frutos, mesmo que fisicamente tenham semelhanças, no sabor e propriedades são muito diferentes, tanto que nunca tínhamos comprado toranjas, já as laranjas não nos lembramos de quando as começamos a saborear
Recorri ao blog da amiga Zé – Liberdade aos 42 – https://liberdadeaos42.blogs.sapo.pt, onde publicou 108 excelentes postes sobre alimentos, na rubrica, Alimentos de A a Z…..
Depois de lermos o excelente post sobre as toranjas, esclarecidos sobre os prós e os contras, só o nosso neto teve curiosidade em fazer sumo do desconhecido fruto, mas ninguém gostou
As toranjas ficaram muito tristes por não gostarem delas, por terem sido rejeitadas, por as terem arrumado para um canto, enquanto saboreavam as outras frutas
Continuam muito tristes, sem saberem o que lhes vai acontecer, já foram informadas de que o seu custo foi devolvido ao comprador, o supermercado não exigiu a sua devolução, sentem-se abandonadas por todos, não têm quem as defenda, deverão ser devolvidas aquando da próxima encomenda, estão com receio de irem para ao lixo, sem qualquer préstimo.
A todas as leitoras e leitores desejo um Feliz e Próspero Ano Novo de 2023.
José Silva Costa
Abandono!
Chamas venenosas por todas as encostas
Aceleradas pelo vento, matam tudo por onde passam
As pessoas assistem, indefesas, ao roubo de bens e vidas
Rezam, mas as chamas não as ouvem e continuam com as suas investidas
As lágrimas sulcam-lhes as faces e inundam as rugas
Como se quisessem apagar as chamas
Arderam os animais, as plantas, as casas e as camas
O trabalho de muitas vidas, em pouco tempo, desaparecido
Nos choros sustidos, afogam-se os gritos, para não magoarem os sentidos
Corpos abandonados, às dores, vagueiam no fumo espesso dos horrores
Um silêncio aterrador inunda os campos ardidos
Todos os anos se repetem as tragédias dos incêndios
Abandonados e vergados pelos anos não conseguem retomar a vida
Se ninguém os ajudar, em breve vão definhar
Ninguém aguenta voltar a perder tudo quando se estava a reerguer
Os políticos papagueiam, como se soubessem tuto
Têm o seu sustento garantido, com o rendimento certo ao fim do mês
Saberão quão duro é arrancar, da pouca e pobre terra, o sustento?
Não é com palavreado, nem discurso estafado, muito bem preparado
Mas com muito trabalho, suado, à chuva, ao frio, ao sol
Sob o peso dos impostos
Para um dia perderem tudo
Que, para muitos, é nada!
Uns tarecos velhos, sem utilidade
Para os que vivem em palácios
Que conhecem o mundo
Que nunca precisaram de contar os cêntimos
Que não sabem nada
Do trabalho necessário, para produzir os seus alimentos.
José Silva Costa
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