Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]


Natal

por cheia, em 25.12.23

Natal

 

Neste dia, para todos, saúde paz e alegria

Chegou o mais radioso e longo dia

Para todas as crianças do Mundo, um dia de magia

Com ou sem Pai Natal, ninguém é indiferente a este dia

Não há coração que não sinta alegria, quando faz uma boa ação

Vamos dar as mãos e fazer um grande cordão, para celebrar esta ocasião

Cada dia tem de ter uma celebração: olhar para o próximo, como irmão

Todos os dias houve o teu coração

Não descanses enquanto vires pessoas a dormirem na rua, no chão

A pobreza não tem razão de ser

Todos necessitamos de pão

O Natal é um dia de amor

Mas não te esqueças de quem não tem um lar

Para dividir com o seu amor

Porque o Mundo está um horror

Há uma grande desumanização

Já ninguém fala, nem pelo telefone

Era tão bom ouvir as vozes

Agora, só se envia e recebe mensagens

Para lermos, no frio e mudo telemóvel

Para muitos a única companhia.

 

Feliz Natal e Próspero Ano Novo!

 

José Silva Costa

 

 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 08:02

A Rua

por cheia, em 09.10.23

A Minha Rua

A luz que te abraça incendeia a harmonia

A formusura da tua silhueta é a beleza nua

Não fujas do nascer da lua

Porque ela torna-te na mais bela estrela na rua

Laços de braços afugentam o cansaço

No rodopio do dia, quanto dele é alegria!

Cruza as pernas e os braços enquanto olhas a rua

Já viste como está engalanada por te ter como sua!

A tua áurea é esperança, é sol, perfume de romaria

Todos os dias todos se deitam e levantam a pensar em ti

Na esperança de os ajudares a vencerem os seus duros dias

Todos dizem que a rua deles é a mais bonita

Enfeitam as varandas com sardinheiras de todas as cores

Todas as mulheres são bonitas flores

Todos gostamos de receber louvores

Não queiras que as outras mulheres de ti tenham inveja

Ajuda-as, com a tua grandeza, a que gostem da sua beleza

 

 

 

José Silva da Costa

 

 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 07:56

Sol a pino!

por cheia, em 07.08.23

Sol a pino!

 

Sol a pino

Mar salgado

Lua cheia

Corpos bronzeados

Deitados na areia

A onda serpenteia

Por entre o pé e a meia

Como que à procura da clareira

Onde se possa infiltrar

Para ao mar voltar

Não quer ouvir ralhar

Por os corpos estar a molhar

Um mar amigo

Que não representa perigo

Onde podemos guardar os sonhos

Enquanto vamos a banhos

Sem olhares estranhos

A medirem-nos de-alto-a-baixo

Como se fossemos extraterrestre

Estamos de férias, que nunca deviam acabar

Não temos de ouvir o despertador tocar

É tempo de descansar, sonhar, e o mundo apanhar

No namoro com o ar, podendo, sempre, a lua beijar

Quando a noite nos for deitar, cansados de amar

Ao acordar, devemos agradecer a alegria de viver

Espreguiçar e voltar a sonhar.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 07:59

À espera de embarque

por cheia, em 27.11.20

As mazelas da guerra

Continuação

 

À espera de embarque

Na última semana que estivemos no Umpulo, a PIDE inundou as mesas do nosso refeitório com panfletos a aliciarem-nos para ingressarmos nos seus quadros, com o fim de darmos instrução aos flechas, mas ninguém aceitou tão tentadora oferta

Só reparei no vencimento: 8.000,00 angolares, podendo metade ficar na Metrópole, em escudos. Por dinheiro nenhum ficaria na PIDE, quando regressei tive de aceitar um emprego a ganhar 2.000 escudos

Desde que fui trabalhar para o lugar de frutas e hortaliças, que fiquei a saber o que a PIED fazia Todas as manhãs, alguns dos operários, da Imprensa Nacional, iam ao estabelecimento “ matar o bicho”, e nas noites em que eram visitados, de manhã, diziam-nos quantos é que tinham ido presos

Chegou o tão esperado dia de deixarmos o palco das operações e irmos para um local seguro, onde aguardaríamos o embarque, para regressarmos à Metrópole

Dissemos adeus ao Umpulo, com a alegria estampada nos rostos de quem ia para o paraíso

Voltámos para Nova Lisboa, mas a ansiedade voltou, porque nunca mais chegava a ordem para irmos para Luanda, para embarcarmos, para voltarmos para as nossas casas

Cada um matava os dias como podia, ou fazendo o que mais gostava, como sempre, o futebol tinha muitos adeptos, fazendo com que muitos fossem, todas as noites, jogar futebol de cinco, no Pavilhão Desportivo da Cidade

Uma manhã, quando cheguei ao quartel, informaram-me do horrível acidente, da noite anterior, em que um condutor enfiou um jeep debaixo de um Unimog, também da nossa Companhia, que estava estacionado fora da faixa de rodagem, avariado

O condutor, felizmente, mais uma vez, saiu ileso, já tinha acionado uma mina, tendo sido projetado a 10 ou 15 metros, sem qualquer beliscadura. Mas, naquela noite, o Torres e o Ramos morreram de imediato

O Torres, como era conhecido, por ser da região de Torres Vedras, o nosso melhor futebolista e o Furriel Ramos não resistiram ao embate. Mais 2 mortes num acidente!

Ainda que de noite, mas numa reta, como é que o condutor foi enfiar o jeep na outra viatura, parada, na berma?

Estaria o condutor alcoolizado! Mal dito álcool, que tanto foi usado, para nos anestesiarem.

Do Torres, pouco sei, mas do Ramos, sei que era filho de emigrantes, em França, era funcionário da Câmara Municipal de Lisboa, estava tão contente, por ter um emprego à sua espera, enquanto muitos de nós tínhamos à nossa espera os nossos familiares

Finalmente chegou o tão esperado dia, saímos de Nova Lisboa para Luanda, onde nos esperava o barco Vera Cruz, foi uma alegria imensa!

Foi ao final do dia, mal o barco se fez ao mar, a Companhia reuniu para o Furriel Enfermeiro nos informar que depois do jantar, nos iria dar vários comprimidos, que nos atordoariam durante 24 horas, mas que era indispensável que os tomássemos, para prevenir futuras doenças, foram 24 horas de agonia, mas deu resultado, durante alguns anos nem um constipado

Dias depois, o barco atracou no Funchal, Ilha da Madeira, foi a primeira saída de passageiros

Os camaradas madeirenses prometeram levar-nos a comer filetes de peixe-espada preto, uma delícia! Depois cada um foi para seu lado, aproveitei para ir ver um pequeno aquário, não muito longe do cais, tive receio de ir para longe, porque tínhamos poucas horas para estar em terra

Mal acabaram de descarregar as bagagens, seguimos viagem, chegámos ao Tejo, numa madrugada, ficámos ao largo. Não consegui dormir, quando amanheceu, começámos a ver a cidade: estava linda, nunca a vira assim!

Assim que o barco atracou, saímos, abraçámos os familiares. E pouco depois fomos transportados para o quartel.

Já não me lembro o que fui lá fazer, os soldados, acho que foram entregar a farda, a minha, como a tinha pago, fiquei com ela, a minha filha mais velha é que acabou com ela, gostava de vestir o blusão e colocar a boina.

Não sei se foi nessa ocasião que nos entregaram a Caderneta Militar. Lembro-me de nos terem dado uma morada para, no caso de adoecermos durante um determinado tempo, nos dirigirmos.

Foi um dia de muitas emoções, tão desejado, despedimo-nos cheios de alegria e felicidade.

 

 

Continua

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 08:03

Bela

por cheia, em 13.04.20

Bela

Bela é a lua

Que ilumina a rua

Onde nasce e fica nua

 

Bela é a vizinha

Que me prende

Sempre que vem à janela

Mas nunca falei com ela

Na esperança de que um dia

Ela adivinhe o quanto  gosto dela.

 

Bela é a que encontra uma companhia

Com quem partilha a tristeza e a alegria

Cuja felicidade brilha mais que a luz do dia.

 

José Silva Costa

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 10:32

Acabou

por cheia, em 26.02.20

25/02/20

O Carnaval acabou

Vamos descansar

Amanhã temos de ir trabalhar

Foram dias de euforia

Descansámos da monotonia

Fizemos um hino à alegria

Foi só um dia!

Mas foi o suficiente para desanuviar

Brincar ao Carnaval, com os miúdos

Ou vê-los brincar

Ajuda-nos a amar

A com eles contracenar

A nossa cientista, prestes a fazer dez anos

Estava muito compenetrada na sua ciência

Bata branca cheia de fórmulas químicas

Com uma peruca hilariante

Só falava de Albert Einstein

É para isto que serve o Carnaval

Para darmos asas a todas as nossas fantasias

No Carnaval, podemos ser tudo, por um dia

É por isso que é miopia

Os políticos não terem a alegria

Para declararem o Carnaval como feriado nacional

Porque há uma tradição secular

No nosso País

De, neste dia, tudo dizer

Porque ninguém leva a mal.

José Silva Costa

 

     

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 09:18

Frio!

por cheia, em 27.01.20

Frio!

No vazio do frio

A lua sorriu

Unimos os nossos corpos

Galgamos os sótãos

Acasalámos os sonhos

Aquecemos o futuro

Na ilusão de uma lareira

Sentados numa cadeira

Dormimos a noite inteira

Como se estivéssemos nas asas do vento

Tudo tão calmo, reconfortante, suave

Os nossos corpos estavam leves como penas

Rodopiamos no espaço como se fossemos pássaros

Foi um sonho, só podia ser!

Para acordarmos ao entardecer

Antes da noite cair

Abraçados, sempre a sorrir

Como se séculos tivessem passado

Beijamo-nos, e o encanto ficou acordado.

 

José Silva Costa

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 18:54

Feliz Natal

por cheia, em 23.12.19

Natal

O dia está a chegar

As famílias vão festejar

As crianças, por fim, vão sossegar

Com as prendas vão sonhar

O Natal é o coração a falar

Com crianças a sonhar

Com uma noite de ternura

Cheia de alegria!

A desembrulharem a magia

Para quem há muito não dormia

Sempre à espera do Pai Natal

Como se a noite de Natal fosse o único dia

Para disfrutar todo o ano num só dia

Não há outro que consiga tanta harmonia

Com toda a família por companhia

Todos a reverem-se nas crianças

Lembrando-lhes a infância

Não há palavras para descrever a noite da consoada

Uma noite que nos lembra quem já partiu

Mesmo que os seus lugares estejam vazios

Os nossos corações estão cheios

Porque estarão sempre connosco.

Feliz Natal

José Silva Costa

 

 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 19:43

Maio

por cheia, em 29.04.19

Abril

Abril, o mês mais florido

O mês da liberdade

O mês de águas mil

Abril, trouxeste uma madrugada perfumada

Cheia de dúvidas e sonhos

Uma promessa de mudança, na cor de um cravo

Uma promessa de amor do tamanho do coração

Uma revolução que não queria que o sangue manchasse a sua ação

Abril, 45 anos a sonhar com cravos a florir

Nos canos das espingardas, como se fossem balas perfumadas

As ruas, primeiro, ficaram caladas

Depois, rebentaram de alegria

Nunca Lisboa tinha assistido a tanta magia

Em todas as ruas, a liberdade, corria

Para adultos, jovens e crianças, sorria

Foi o mais longo dia

À espera de sabermos para onde o futuro iria

José Silva Costa

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 22:31


Mais sobre mim

foto do autor


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.


Posts mais comentados


Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D