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A autoestrada

por cheia, em 17.04.23

A linha

Minha primavera perfumada

O teu perfume, os meus olhos encanta

Na lonjura da grande estrada

Toda a beleza que a ladeia está cansada

De ver tanta gente tão apressada

Sem que tenha tempo para parar um segundo

Sentada na sua máquina voadora de prego a fundo

Conspurcando com gases e fumo toda a sua beleza

Sem cheirar nem olhar para a bonita Natureza

Nem na noite escura consegue esquecer tanta tristeza

Rasgaram-lhe as entranhas para construírem a autoestrada

Com a promessa de que os automobilistas lhe dedicariam uma grande paixão

Que diriam muito bem do seu perfumado chão

Que dava tão boas espigas douradas para fazer o saboroso pão

Agora, não consegue respirar, está coberta de alcatrão

Saem dos grandes centros populacionais para só pararem nas areias quentes

Como se o mar tivesse mais beleza que uma planície florida

Não têm tempo para apreciarem as melhores coisas da vida

Quem é que já apreciou um mar de espigas douradas, a ondularem ao vento e ao sol?

Como se fosse um grande mar de areia fina, onde o vento dorme e a perdiz aninha

Onde os filhotes ensina, como debulhar a dourada espiga, para uma vida digna

Com casa, pão, liberdade, sem stresse, nem pressa de chegar ao fim da linha

Soubéssemos nós, humanos, aprender com os pequenos seres, a viver

Sem ódios nem receios, que nos roubem o nosso quinhão, que nos comam o nosso pão

Seríamos muito mais felizes, viveríamos mais tranquilos, seríamos mais solidários

Não levamos nada, tudo deixaremos, nem mesmo a ilusão de que somos poderosos nos acompanhará.

 

José Silva Costa

 

 

              

 

 

 

 

 

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publicado às 07:59

Velocidade!

por cheia, em 29.10.19

A viúva negra

A viúva negra, como, pelo Bandarra, foi batizada

Está por todo o lado, onde passam os carros

Autoestrada, estrada, e até na rua, cansada

Sempre à espreita de quem, o código, não respeita

Não escolhe entre géneros nem idades!

Mas não gosta de ser desafiada

Aplica uma pena pesada

E, há muito quem goste de a desafiar

Jovens irreverentes, pouco prudentes, irresponsáveis

Mas, também, pessoas de todas as idades

Que gostam de beber, de acelerar, comunicar

Como conduzir não exige atenção e concentração!

Aproveitam para, as mensagens, enviar

Falar ao telefone e ver o facebook

Como a viúva negra é insaciável

Pagam caro o deslumbramento

Com a própria vida, ou ficam com ela, presa por um fio

Como se as estradas não se tivessem transformado em granadas

Os carros não atingissem velocidades escusadas

E, as pessoas não gostassem de sair disparadas.

 

Hoje, comemora-se o quinquagésimo ano do email

Por favor, nunca envie nem leia emails, enquanto conduz.

 

José Silva Costa

 

 

 

   

 

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publicado às 19:02


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