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Uma flor
Que a ciência
Antecipou
Ser uma menina
A rosa que se está
No ventre da mãe
A desenvolver
Para mais tarde
Emergir
Fazer o sol e a lua sorrir
A mãe e o pai sentir
Que têm o mundo
Na mão
Uma rosa em botão
Uma luz eterna
Que brilha
Na ausência da espera
Nos minutos
Que uma vida encerra
Como se tivesse começado
Uma nova era.
Nasce uma alegria
Que não tem explicação
E uma preocupação
Que comanda a mão
Prende a atenção
Acompanha a sombra
Sempre
Para todo o lado
Aperta o coração
Só de imaginar
Que o ar
Pode alertar
Para o perigo
Que só os pais sentem.
José Silva Costa
Um raio de Sol
Na ponta da vida
Na penumbra da tarde
Há um raio de sol
A iluminar os nossos beijos
Há um ar fino a massajar-nos os lábios
Como que a arrefecer os nossos desejos
Estávamos imobilizados
Com os olhos postos no mar
Embriagados com as ondas e o seu baloiçar
Num vai e vem
Adormecemos acordados
O sol foi e a lua veio
O mar adormeceu
E, nós continuámos presos
Como se o mundo tivesse acabado
E nada mais nos restasse
Que ficar presos, para sempre, aos nossos beijos.
José Silva Costa
O tempo
Empurrados pelo tempo
Caminhamos de mãos dadas
Por estradas com portas fechadas
À espera de encontrarmos as nossas almofadas
Para, enfim, descansarmos de tantas esperanças afogadas
De demasiadas promessas, sempre, adiadas e goradas
Cansados, exaustos das caminhadas, à procura das portas anunciadas
Mas, que teimam em continuar, cada vez, mais serradas
Deitemo-nos ao luar, sem leira nem beira, nas nossas almofadas imaginadas
Agarrados ao amor, que nos uniu, nos dias e horas desesperadas
Quando acordarmos subiremos com as nossas asas todas as escadas
Para ficarmos bem juntinhos, lá bem no alto, nos braços das nuvens estreladas.
José Silva Costa
Quando nasce uma criança:
É o Natal a chorar
É o presépio a cantar
É uma Estrela no altar
É o Mundo que avança
É a Natureza que dança
É a esperança que nasce
É o amor que renasce
É o amanhecer de um sorriso
É o florir de um grito
É uma flor sem idade
É um presente à humanidade
É o futuro, é a alegria
É um raio de luz
É a maior magia.
José Silva Costa
Vento cruzado
O vento está zangado
Tudo é contestado
Decapitam-se os heróis do passado
Nada está assegurado
Por todo o lado
O perigo está montado
Onde poderemos descansar do peso do tempo andado?
Não há mais, uma esplanada de café
Um banco de jardim onde possamos, por momentos
Pousar as canseiras do dia, dos anos
Para partilharmos com os amigos
A alegria de viver, que outros não nos venham entristecer!
Que pena, não saibam saborear o que de melhor há: conviver!
Mesmo que, para muitos, a vida seja muito dura
Ninguém a deve interromper
Não pedimos para nascer
Tudo, devemos fazer, para a manter
Quanta alegria, ver os filhos, netos, bisnetos a aparecer!
Todos têm um pouco de nós
Vão-nos embalar, no nosso entardecer
Mas, o Mundo está muito magoado
E, tem toda a razão
Muitos dos seus filhos não têm pão
Sinto-me culpado
Por meio mundo esfomeado
Por viver num luxo exagerado
Ser incapaz de contribuir
Para um equilíbrio, sustentado.
José Silva Costa
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