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Nova Era!
19/01/2025, um dia luminoso, no meio dos dias de trevas em que vivemos
Os loucos, de um lado e do outro, calaram as armas e voltaram às palavras
Foi um domingo diferente, três mulheres viram-se livres do seu cativeiro
Foram só três, mas enquanto as armas estiverem caladas há esperança
Em troca, Israel libertou 90 palestinianos
Quando é que os homens se convencerão de que as guerras só trazem morte, destruição, muita dor, muitos órfãos, viúvas ……..?
Hoje, 20/01/2025, vai voltar, à Casa Branca, o negociante, que acha que tudo se resolve negociando à força, porque o país, que governa, a tem, atirando os princípios para o lixo
Se o mundo está a caminhar para um manicómio, que sejam os loucos a governá-lo
“ Para grandes males, grandes remédios”
José Silva Costa
Há 50 anos
A Lua não nasceu
A manhã não amanheceu
O Sol desapareceu
O país não dormiu
Desaguou no Cais da Rocha do Conde de Óbidos
O monstro estava atracado
Preso com grossas correntes
Com receio que fosse ao fundo
Com a ira daquela gente
Toda vestida de preto
Exceto os que iam embarcar
Os jovens não se queriam apartar
As mães apertavam os filhos, ao peito
Como se quisessem, de novo, esconde-los, no ventre!
Vinte anos a criá-los, para os perderem, para sempre
O monstro rugiu
O cais estremeceu
O Tejo encolheu
O Atlântico embraveceu
As mulheres olharam, para o céu
Desfaziam-se em lágrimas e gritos
Os seus filhos, maridos, irmãos, cunhados, sobrinhos, afilhados; afastaram-se
Os militares ocuparam os seus lugares
Para começarem a entrar, naquele que, para a morte, os ia levar
Não foram suficientes para o abarrotar
No dia seguinte aportou ao Funchal, na Ilha da Madeira
Também o Arquipélago da Madeira ficava sem a sua maior preciosidade
Os seus filhos!
Dali em diante, O Vera Cruz, estava em competição com a Apollo 11
Para ver quem chegava primeiro
Se ela à Lua, se ele a Luanda
Ela ganhou, por um dia.
José Silva Costa
9 de Março
Este ano, o 8 de Março teve mais visibilidade
Porque estamos em ano de eleições
Os políticos sabem muito bem aproveitar as ocasiões
Não sei de quem foi a ideia das casas de abrigo!
Até podem ter sido úteis
Mas, hoje, não fazem sentido
Por que razão, terão de ser as mulheres, com os filhos nos braços,
a fugirem do lar, para casas de abrigo!
Sujeitando-se a um duplo castigo
Deixando para trás tudo: as escolas dos filhos, os amigos, o doce lar
Tendo de andar escondidas e explicar aos filhos, por que não podem, para casa, voltar
Para que os agressores possam, no lar, ficar a, novas agressões, preparar
Se existem dispositivos para se saber quando eles se aproximam delas
Não se compreende por que terão, as mulheres e as crianças, de abandonar o lar!
E não venham dizer que eles, as pulseiras, têm de autorizar, a colocar
Por que, ainda assim, poderiam escolher, entre a pulseira ou a prisão preventiva, na hora
Como acontece com outros crimes, que nem sequer põem em risco, a vida!
É tudo uma questão de leis, que protejam as agredidas e as crianças, e não os agressores!
Muitos juízes determinam que os pais podem ver os filhos, com o que concordo, mas ficam a saber onde fica o esconderijo
Portanto, há muito para fazer, para além da coordenação das diversas entidades e do dia de Luto Nacional.
José Silva Costa
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