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Bem-vindo, Outono!
Como são bonitas as tuas cores!
Quentes, para nos aquecerem o olhar
São as cores das árvores
A despedirem-se dos nossos olhares
Vão despir-se, vão mudar de visual
Vão passar, o inverno, despidas
Para, na primavera, nos surpreenderem
Com as suas cores garridas, todas floridas
A deslumbrarem-nos, todos os dias
Como só a Natureza o sabe fazer
Para nosso inteiro prazer
Fazendo-nos, as tristezas, esquecer
Mostrar, que o mundo está sempre a mudar
Que se está, sempre, a renovar
Que haverá, sempre, um novo dia
A irradiar alegria, seja noite ou dia
Por muito que o dia nasça triste
Há, sempre, o sorriso de uma criança a crescer
E, o choro de outra a nascer
Para que o mundo não pare de correr
A renovação possa acontecer
E, possamos, com alegria, viver.
José Silva Costa
Bem-vindo outono
Chegaste nos braços da noite
Nas asas da lua cheia
Mal chegaste, escondeste o sol
Começaste a despir as árvores
Para que a primavera as vista de novo
Com a futura moda: a da Natureza!
Aquela que consegue combinar todas as cores
Todas as flores, com toda a harmonia
Como uma melodia: uma sifónia
Que nos embala todos os sentidos
Que nos transporta para o paraíso
Mas, quanto mais despes as árvores
Mais camadas de roupa visto
E quando te despedes e deixas-nos, ao inverno, entregues
Mais camadas de roupa visto
E a quantos mais invernos assisto
Mas camadas de roupa visto
É assim o outono da vida
Tão diferente do outono da Natureza!
Que todos os anos se despe
Para se voltar a vestir de beleza
De flores perfumadas
De novos, doces, frutos
De dias de lutos
De radiosos dias de sol
De radiosos dias de chuva
De novas vidas a darem vivas à vida!
José Silva Costa
Os jardins
Nas avenidas das árvores
Passeias a beleza da Natureza
Admiras toda a sua beleza
Cada canteiro, cada árvore, uma certeza
Que o perfume tudo embeleza
Que harmonia, sem tristeza!
As árvores, os pássaros, as flores, na sua dureza
De uma vida parada na incerteza
Sem saberem se vai chover, se vai nevar, se vão viver na pobreza
Cada visitante tem no seu olhar uma delicadeza
Para cada cravo, para cada rosa uma fineza
Os idosos procuram os bancos, para descansarem da moleza
Onde tentam voltar a ser crianças e espantarem a tristeza
Enquanto as crianças, nas suas brincadeiras, exibem a esperteza
Os jardins são ponto de encontro de todos os encontros
São as casas dos pombos, dos namorados, dos abandonados
São palcos de alegria, de tristeza, de beleza e de ventos agitados
O que lhes vale é serem, pelos jardineiros, tão bem tratados
Os seus perfumes e flores são, por todos, muito admirados
São pelas plantas, pelos pássaros, crianças, mulheres e homens muito estimados
Os jardins, públicos, são um chão democrático
Onde todos podemos descansar das fadigas, das alegrias, do doce amar.
José Silva Costa
Incêndios!
Todos os anos, o martírio!
O mesmo sufoco sem dormir
As sirenes dos Bombeiros a ferirem-me os ouvidos
As chamas a progredirem nos ecrãs das televisões
As populações afogueadas, com receio de perderem as casas
Sem pensarem nas suas vidas
Ninguém quer perder a casa, antes de perder a vida
Mãos assassinas a acenderem fósforos
Mulheres e homens, apertados nas suas fardas, a correrem para o perigo
Sem hesitarem, sem pensarem nas suas vidas
Todos os anos, tantas vidas perdidas
Tantas árvores ardidas
O trabalho de uma vida queimado, num fósforo!
Como é que vamos acabar com este triste fado!
Todos os anos o mesmo estado
Tanto quilómetro queimado
Tanto avião fretado
E muito fogo ateado
O país mobilizado!
Mas basta um churrasco mal pensado
Ou um frango mal assado
Para queimar vidas e três Concelhos
Temos de ser mais cautelosos
O melhor é mesmo acabar com os fósforos
Ou metê-los num cofre
No cofre da nossa cabeça
Com um cadeado a dizer: não acender
Porque este país já não tem mais nada para arder
José Silva Costa
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