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Luto

por cheia, em 02.11.24

Valência

 

Respeitar a Natureza

Em Valência, no século passado, com recurso à hidráulica, desviaram o rio

Fizeram-no tendo em conta a precipitação da altura, não sei se tiveram em conta outros fatores que, por vezes se associam, causando grandes tragédias

Em Lisboa, também, acabaram com os sete rios, que nasciam perto de onde está localizado o Jardim Zoológico

O espaço, nas cidades é muito valioso, rios a dividi-las não é harmonioso, o melhor é entaipá-los, construir muitos prédios volumosos

Quando acontecem as grandes tragédias, poderão, sempre, distribuir as responsabilidades: a maré cheia, as sargetas que não estavam limpas, as pessoas terem continuado a circular nos seus automóveis até ficarem debaixo de água, a construção de muitos pisos abaixo do chão …..   

Em Valência, ainda, não se sabe quantos perderam a vida. Mas, as duas centenas confirmadas causam-nos muita tristeza, e os que tiveram a sorte de não perdê-la, ficaram sem nada

Espero que sirva de alerta, para os senhores que autorizam construções em cima de rios, com a desculpa de que nos últimos anos tem chovido pouco, sem saberem que o São Pedro, um dia, farto das suas asneiras, os castiga, abrindo todas as torneiras.    

 

José Silva Costa

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publicado às 13:04

Conto de Natal

por cheia, em 11.12.23

“O meu conto de Natal”

A pedido da nossa colecionadora de Contos de Natal, imsilva, do blogue : Pessoas e Coisas da Vida

https://imsilva.blogs.sapo.pt

 

 

Este ano, o Pai Natal está muito triste, por não ter conseguido comprar as prendas, para os meninos e meninas

Mandou, para todos os pais, uma mensagem, porque, também não tinha papel para escrever cartas, pedindo desculpa por não poder visitar os seus lares, descer pela chaminé e entregar as prendas

Queixou-se destes tempos difíceis, de muitas guerras, com muitas casas destruídas, fazendo com que as meninas e os meninos não tenham chaminés, onde colocar os sapatinhos, o que o fez ficar, ainda, mais triste, dizendo que uma desgraça nunca vem só

Já não bastava não haver brinquedos, e ainda destruíam as chaminés

Estava muito preocupado com o que a Natureza lhe tinha dito, com ar de muito zangada, pediu para não estragarmos o resto, senão, cada vez, nos enviará avisos mais violentos:

Ciclones, cheias, incêndios, terramotos, vulcões, nevões: tudo o que seja preciso, para nos fazer parar a destruição, que lhe estamos a causar

Para a Natureza não é admissível que proíbam as crianças e os adultos de saírem de casa, por o ar, em certas cidades, estar irrespirável

Não compreende a vaidade de termos casas com 1.000 m2, carros com 500 cavalos, querermos conhecer o mundo, viajando de avião, por todo o lado, todos os dias trocar de telemóvel, computador ……………

Em Portugal, todos os anos, morrem 200.000 pessoas devido à poluição do ar

O Pai Natal, também, está muito preocupado com a falta de água. Em certas regiões há anos que não chove, os animais e as pessoas não têm água para beber

Assim, pede a todos que não desperdicem nem água, nem alimentos, nem brinquedos, nem roupas, nem sapatos porque é preciso tudo poupar, para ver se a Natureza se consegue regenerar

Este ano, os contentores do lixo não vão ficar a transbordar de embalagens de cartão, porque não há prendas para desembrulhar

Todos se podem, mais cedo, deitar, sem o nervosismo de pela meia-noite esperar

O consumismo pode não ter vindo para ficar, se a Natureza, um dia, com tudo isto acabar

Não há dúvida de que se regenerará, não sabemos a que preço será, nem quando isso acontecerá

Para todos um bom Natal, no acolhedor e doce lar, e que com o próximo ano venha a Paz, muita saúde e alegria.

José Silva Costa

 

  

  

 

 

 

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publicado às 07:57

Chuva!

por cheia, em 15.08.21

Chuva de estrelas!

 

Do céu caíam lágrimas

Na noite estrelada

Os teus olhos eram rosas perfumadas

Na noite iluminada, tu eras a estrela

Nos teus rubros lábios rolavam cerejas

Atraentes, deliciosas, desejadas

Quanto mais as beijava

Mais crescia o desejo

Que encantadores beijos!

Na frescura da ardente boca

A saciarem o fogo da Lua-cheia

Mas, quanto mais te beijava

Com mais fome ficava

Nada conseguia apagar aquele calor

Nem a noite fria, nem a água que, no rio, corria

Foi a noite mais curta!

Quando o sol nasceu

Ainda da tua boca

Água doce corria

Por que razão é que não há

Chuva de estrelas, todos os dias?

Para dormirmos nos beijos um do outro

Até o sol nos acordar

Para começarmos, de novo, a namorar

E passar o dia no doce teu olhar

Até a lua nos voltar a abraçar.

José Silva Costa

 

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publicado às 07:46

O último helicóptero

por cheia, em 25.09.20

As mazelas da guerra

Continuação

 

A queda do último helicóptero

 

Todos os azares vinham ter connosco

O último helicóptero, daquela série, avariou

Ficou sem leme, tendo o piloto conseguido imobilizá-lo num morro

Felizmente, não houve feridos: oficiais e piloto saíram ilesos

Para guardar o helicóptero, fomos mobilizados

A seguir ao almoço, um pelotão foi guardá-lo

Ao fim do dia pediram-nos, pelo rádio, para lhes levarmos água

A minha secção foi mobilizada para, ao nascer do sol, sairmos com os garrafões de água que conseguíssemos carregar

Quando chegámos, andavam a lamber o capim

Também tinham utilizado os componentes acrílicos do helicóptero, para durante a noite, captarem alguma água

Ninguém sabia como o tirar dali 

O Alferes responsável pela proteção estava preocupado, com aquela operação, e com razão

Do Batalhão só lhe diziam que estavam a estudar o problema

Respondeu-lhes com um ultimato, se não encontrassem uma solução, dentro de um prazo de que não me lembro, o helicóptero seria desmantelado de maneira a ser levado, pelos trabalhadores da fazenda, para as viaturas, que o levariam para o Batalhão

Como não recebeu nenhuma resposta, mobilizou homens e ferramentas para a destruição, do mesmo

Mas, não conseguiram dividir o motor, que era muito pesado

Ordenou que arranjassem paus, para colocarem debaixo de cada bocado, para ver se o conseguiam levantar

Tudo testado, o mais difícil foi gerir aquela operação, pelo morro abaixo, em que alguns não queriam fazer força ou já não aguentavam mais

Estava ultrapassado mais um pesadelo

O Natal estava a chegar, seria a noite mais longa do ano.

 

 

Continua

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 06:56

Junho!

por cheia, em 16.06.19

Junho

O sol de Junho é diferente

Aquece-me a mente

Nasce cedo e põe-se tarde

Tem cheiro a verdade!

Já passou metade

O que é bom acaba depressa

Bebo-te de manhã à noite

Antes que arrefeças

Não creio em promessas

E, de políticos muito menos

Antes das eleições prometem tudo a todos

Mais Funcionários Públicos e aumentos

Para acomodar as raparigas e rapazes do partido

A dívida abaixo dos cem por cento do PIB

Prefiro o tempo!

Este Junho que nos levará ao Verão

Cujo calor amadurece o pão

Ver uma planície de trigo ondulante

Um rancho de ceifeiras trigueiras

A cantarem para espantar o calor

Pedirem ao aguadeiro, mais um cocharro de água

Porque o calor está insuportável

Desejando que a ceifa termine

Que chegue o dia da adiafa.

José Silva Costa

 

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publicado às 16:01

Lavar a corrente!

por cheia, em 01.02.18

Fevereiro

 

Fevereiro leva a velha e o cordeiro

Fevereiro quente traz o diabo no ventre

Peço-te que mandes água para a gente

Mas, o suficiente para lavar a corrente

Levar para longe do nosso olhar

Todo o lixo que encaminhamos para os rios

Que desaguam no mar

Que tudo consegue abarcar

Mas, que um dia também pode avariar

Começar, o veneno, a vomitar

Para tudo matar

O Tejo já está a agonizar

Passa os dias e as noites a vomitar

Espuma branca, que mandaram aspirar

Temos de optar!

Não podemos querer, ao mesmo tempo

Sol na eira e chuva no nabal

Alguma coisa está mal!

Quando substituímos o plástico por o papel

Não será melhor apostar no virtual?

Deixando de estar enterrado em papéis

Muito ao nosso gosto e hábito!

Reduzir, reutilizar e reciclar

Se não quisermos, com o Mundo acabar.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

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publicado às 20:57


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