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57.
Cantiga
a este moto:
Esconjuro-te, Domingas,
pois me dás tanto cuidado,
que me digas se te vingas:
viverei menos penado.
VOLTAS
Juravas-me que outras cabras
folgavas de apacentar;
eu, por nao me magoar,
fingia que eram palavras.
Agora d'arte te vingas
d'algum meu doudo pecado,
qu'inda [que] queiras, Domingas,
não posso ser enganado.
Qualquer cousa busca o seu;
a fonte vai para o Tejo,
e tu para o teu desejo
por te vingares do meu.
De mi te esqueces, Domingas,
como eu faço do meu gado.
Praza a Deus que, se te vingas,
que moura desesperado.
Na fantasia te pinto;
falo-te, responde o monte;
busco o rio, busco a fonte,
endoudeço, e não o sinto.
Domingas! no vale brado;
responde o eco:-Domingas!
E tu ainda te não vingas
de me ver doudo tornado?
Qualquer cousa busca o seu;
a fonte vai para o Tejo,
e tu para o teu desejo
por te vingares do meu.
De mi te esqueces, Domingas,
como eu faço do meu gado.
Praza a Deus que, se te vingas,
que moura desesperado.
Na fantasia te pinto;
falo-te, responde o monte;
busco o rio, busco a fonte,
endoudeço, e não o sinto.
Domingas! no vale brado;
responde o eco:-Domingas!
E tu ainda te não vingas
de me ver doudo tornado?
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