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Os donos disto tudo!

por cheia, em 12.02.25

Transparência & Banqueiros

 

 "Há falhas reconhecidas na implementação da estratégia anticorrupção do Governo, bem como falta de recursos para monitorizar o executivo. Portugal tem agora o desafio de demonstrar progressos concretos na implementação de reformas, para evitar que a sua posição continue a deteriorar-se nos próximos anos e para recuperar a confiança internacional na integridade do seu setor público.

Transparência Internacional Portugal

A TI Portugal defende que “falta clareza e compromisso político” na estratégia anticorrupção, que “carece de metas concretas, convicção e empenho político

Portugal tem pior resultado de sempre no Índice de Perceção da Corrupçã

O país caiu nove lugares no Índice de Perceção da Corrupção 2024 e obteve o seu pior resultado de sempre, devido a casos como a Operação Influencer. Partilha o 43.º lugar com o Botswana e o Ruanda.

 

Como é que o ‘cartel da banca’ chegou à prescrição?

 

Tribunais condenaram o ‘cartel da banca’, mas processo demorou tanto tempo a ser investigado e julgado que prescreveu há exatamente um ano. A cronologia do que se passou.

Foi há exatamente um ano, dia 11 de fevereiro de 2024, que o caso do ‘cartel da banca’ prescreveu, de acordo com a decisão do Tribunal da Relação de Lisboa conhecida esta segunda-feira. Os bancos foram condenados em duas instâncias (Tribunal da Concorrência e Tribunal da Justiça da União Europeia) pela prática concertada no mercado de crédito, lesando famílias e empresas, mas livraram-se de coimas no valor de 225 milhões de euros, porque, ao fim de quase 12 anos, as infrações já atingiram o prazo de prescrição e o processo vai ser arquivado.

O que se passou?

20 de dezembro de 2012

A Autoridade da Concorrência abre um inquérito para investigar uma denúncia (que partiu do Barclays) sobre a troca de informação entre vários bancos no que toca a preçários e quotas no mercado de crédito às famílias e empresas.

1 de março de 2013

Data em que cessaram as infrações cometidas pelos maiores bancos, incluindo a Caixa Geral de Depósitos, BCP, Santander e BPI, e iniciou o prazo para efeitos de contagem do tempo de prescrição. Para outros bancos o prazo iniciou-se mais cedo.

6 de março de 2013

Ainda em fase de inquérito, a Autoridade da Concorrência realiza diligências de busca em 25 instalações de 15 instituições bancárias, iniciativa que resultou na recolha e apreensão de documentos.

5 de junho de 2016

A Autoridade da Concorrência envia uma comunicação de acusações (nota de ilicitude) a 15 bancos por suspeita de prática concertada na forma de troca de informações comerciais sensíveis no que respeita à oferta de produtos de crédito, designadamente crédito à habitação, crédito ao consumo e crédito às empresas.

9 de setembro de 2019

Mais de quatro anos depois da acusação, e depois de ouvidos os bancos em relação à nota de ilicitude, a Autoridade da Concorrência decide condenar 14 bancos a coimas no valor de 225 milhões de euros por terem trocado informações sensíveis entre si sobre spreads e produção de crédito, num esquema anticoncorrencial que prejudicou famílias e empresas.

19 de março de 2020

A Organização Mundial de Saúde declara o Covid-19 como uma pandemia a 11 de março. Cerca de uma semana depois, foi decretada a suspensão da maior parte dos prazos processuais até ao fim da crise pandémica com efeitos a 9 de março.

28 de abril de 2022

O Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão dá como provado que os bancos trocaram informação sensível sobre as condições comerciais de crédito, mas envia processo para o Tribunal da Justiça da União Europeia para esclarecer se o comportamento dos bancos restringiu a concorrência.

29 de julho de 2024

Dois anos depois, o Tribunal da Justiça da União Europeia decide a favor da Autoridade da Concorrência, considerando que para o funcionamento do mercado “em condições normais”, os bancos “têm de determinar de forma autónoma a política que tencionam seguir e têm de permanecer na incerteza quanto aos comportamentos futuros dos outros participantes”.

20 de setembro de 2024

Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão confirma a decisão de condenação da Autoridade da Concorrência, considerando que se tratou de uma infração “muito grave” ao eliminar a incerteza concorrencial num mercado largamente disseminado em Portugal, e criticando a ausência de sentido crítico dos bancos em relação à conduta que tiveram.

10 de fevereiro de 2025

Tribunal da Relação de Lisboa dá razão aos bancos e anula sentença do Tribunal da Concorrência, considerando que os factos do caso do ‘cartel da banca’ prescreveram a 11 de fevereiro de 2024 (se contarmos com a suspensão dos prazos com as leis Covid-19, contabilizando-se 160 dias). A Relação de Lisboa determinou que se aplica a lei da concorrência de 2012 (e não de 2022), que prevê o prazo máximo de prescrição do procedimento contraordenacional de dez anos e seis meses.

https://eco.sapo.pt/2025/02/11/como-e-que-o-cartel-da-banca-chegou-a-prescricao/ Copiar "

 

 

 

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publicado às 07:49


18 comentários

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De Isabel Paulos a 12.02.2025 às 11:39

O argumento da elite fajuta que orienta a opinião na comunicação social, redes sociais e blogues (a quem as plataformas online dão constantemente megafone) diria que isto não interessa nada, chamariam a isto retórica justiceira. Diriam que não passa de Inveja - esse horrível e mesquinho mal português. Acrescentariam que é muito positivo que a banca esteja saudável para que o país se possa desenvolver e ajudar o tecido empresarial que permite melhores salários. E dizem isto sem se rir. Como se acreditassem.
Bom dia, José.
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De cheia a 12.02.2025 às 16:01

Não me parece que os Bancos não estejam saudáveis, todos os dias anunciam milhões de lucro. Quando tiveram prejuízos, fomos nós que os pagamos.
As prescrições mostram que a justiça não funciona, deveriam ser , sempre, evitadas.
Dizer que isto não interessa nada, é o que muitos têm feito, incluindo os Partidos. Mas, para mim, encolher os ombros à corrupção, há falta de justiça, vai fazer com que os charlatões cheguem ao poder.

Boa tarde, Isabel.
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De Di a 12.02.2025 às 15:59

Obrigada pela partilha.
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De cheia a 12.02.2025 às 16:08

Muito obrigado pela visita.
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De Folhasdeluar a 12.02.2025 às 18:13

Cá vamos cantando e rindo...abraço
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De cheia a 12.02.2025 às 20:08

Até nos deixarem, porque a nossa indiferença em relação à corrupção, pode nos custar muito cara.

Um abraço.
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De MJP a 12.02.2025 às 19:09

Vergonhoso!!!!
Boa noite, José!
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De cheia a 12.02.2025 às 20:10

Também acho! Mas, há quem conviva bem com estes crimes.

Boa noite, Zé!
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De Francisco Carita Mata a 12.02.2025 às 19:20

E, esta, hem?! Como diria o outro.
Se a gente se esquece de pagar qualquer conta, somos autuados.
Já estamos tão anestesiados!
Obrigado pela divulgação.
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De cheia a 12.02.2025 às 20:21

Estamos mesmo muito anestesiados, ninguém se indigna com a corrupção, nem com a prescrição dos crimes..

Boa noite com saúde e alegria.
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De jabeiteslp a 13.02.2025 às 07:02

Leis e mais leis
pra contornar
Boa e bela quinta feira, bom dia pra vocês...
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De cheia a 13.02.2025 às 10:06

Não nos faltam leis, falta é aplicá-las.

Bom dia para vocês, com saúde e alegria, João.
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De João-Afonso Machado a 13.02.2025 às 10:10

Ter muito dinheiro faz mal à saúde. Até gera epidemias, como se vê.
Um abraço, caro Amigo.
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De cheia a 13.02.2025 às 10:14

O que faz mal é ter pouco, porque faz mal a tudo.

Bom dia caro Amigo.
Um abraço.
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De Vagueando a 13.02.2025 às 21:26

As leis, desde sempre, serviram para punir pilha galinhas. O ensino era restrito, o acesso ao Tribunais era coisa que a grande maioria nem fazia a ideia de como fazer, quanto mais usá-los.
Com a democratizção do ensino e o despejar de fornadas de licenciados, a par da liberdade de imprensa, trouxe um problema às elites, serem penalizadas pela lei que afinal ta,bém os pode pereseguir.
Então a solução é legislar para complicar e, obviamente, defender a inocência do acusado até ao resultado do julgamento.
.E também serve para isto.
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De cheia a 13.02.2025 às 21:50

Se são eles que fazem as leis ou as mandam fazer, o que é que podemos esperar?
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De Sarin a 14.02.2025 às 04:55

Dois temas distintos, que parecem o mesmo, mas...


A Banca indigna e a Justiça não é digna. Posto isto, não possuimos mecanismos para acabar com a impunidade e não temos legisladores suficientes para os criar. Solução? Pensar muito bem a quem entregamos os poderes legislativo e executivo. E ir para a rua exigir dignidade na instituição e respeito pelo cidadão. Deveria ser instituições, mas depoisnão rimava... ;)

Quanto ao índice de percepção da corrupção, lamento informar que é um falso dado - além de ser sobre percepções e não sobre factos, é um cálculo feito por um grupo muito reduzido de pessoas que nem sequer recorre a metodologias de inquérito, apenas se baseia em opiniões publicadas.

Beijocas, José. É bom ver que continuas activo :) Até breve :*
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De cheia a 14.02.2025 às 20:43

Olá, Sarin
Que bom voltar a ler-te. Desejo-te tudo de bom.

Quanto à perceção não condizer com realidade, como explicas, que todos os dias apareçam novos casos de corrupção?
Para mim, foi a sua desvalorização, pelos partidos, que fez com que o Chega tenha obtido meia centena de deputados, e vamos ver se não chegam ao poder.

Bom fim-de-semana, e dá notícias.
Beijinhos, Sarin.

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