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O futuro é hoje (8)

por cheia, em 22.11.21

O futuro é hoje (8)  

 

A Adelaide disse que, substituir o plástico por o papel, não era uma boa solução

Temos de privilegiar a reutilização, por isso, o melhor é voltar a usar os sacos de pano para o pão, e guardanapos e lenços de pano

Assim como em muitas circunstâncias, teremos de deixar de usar o carro particular, passar a andar nos transportes públicos

Tomar banho todos os dias é muito agradável, mas pode de ser um luxo a que tenhamos de abdicar

Se a água continuar a escassear, teremos de a guardar para outras utilizações mais importantes

Só nos restam os rios, há muito que secámos as fontes

A demografia é um grande problema, que os políticos têm de tentar resolver

A pandemia veio agravar a situação, em 2020 morreram 123.358 e nasceram, apenas, 84.426, um saldo negativo de 38.932, que não fez encolher a população, graças ao saldo migratório, que conseguiu que o saldo fosse positivo, com mais 2.243

Depois de mais de dois meses do início das aulas, 20 a 30 mil alunos continuam sem aulas, por falta de professores. Como é que nos vamos aproximar dos países do Norte da Europa, que têm noventa por cento da população licenciada?

Falam de inovação, de empregos melhor renumerados, para sairmos da cauda da Europa

Mas, com o é que vão faze-lo, se nem sequer são capazes de assegurarem educação à população? Sem professores os alunos dificilmente conseguirão obter conhecimentos, para a tão propalada inovação

Parece que a grande ambição do primeiro-ministro é que tenhamos cinquenta por cento dos portugueses licenciados daqui a não sei quantos anos

O Ministro da educação já encontrou a solução, diz que vai criar uma task-force, mais uma palavra mágica, que resolve todos os problemas, na hora

 

 Introdução de pronome não-binário em dicionário francês agita linguistas em França

De um lado, é um sinal de que a França está a inclinar-se em direção a uma ideologia "acordada" ao estilo americano, do outro, está uma nova geração de cidadãos que adotam o não-binário como norma.

 

 

A introdução de um pronome não binário — iel — no Le Petit Robert, um conceituado dicionário francês, desencadeou uma forte discussão de linguistas no país, uns a favor, outros contra.

Le Petit Robert introduziu o pronome “iel” — a junção de “il” (ele) e “elle” (ela) — na sua edição online no mês passado e, embora o termo esteja a ganhar popularidade entre os jovens, ainda está longe de ser amplamente usado, ou mesmo compreendido, por muitos falantes de francês.

Embora a princípio a mudança tenha passado despercebida, um forte debate estalou esta semana numa nação que se orgulha da sua tradição de direitos humanos, mas que também protege ferozmente a sua herança cultural da intromissão estrangeira.

De um lado estão os tradicionalistas, incluindo alguns líderes políticos, que criticam a medida como um sinal de que a França está a inclinar-se em direção a uma ideologia “acordada” ao estilo americano, do outro, está uma nova geração de cidadãos que adotam o não-binário como norma.

Segundo esta é também uma forma de “confrontar a Academia Francesa, que permanece no seu canto conservador e continua a ignorar e a desprezar os usuários da língua francesa”.

Por seu turno, o ministro da Educação, Jean-Michel Blanquer, não partilha da mesma ideia, tendo escrito na sua conta do Twitter que “a escrita inclusiva não é o futuro da língua francesa”.

O ex-professor de direito, de 56 anos, alertou que os alunos não deveriam usar “iel” como um termo válido, apesar da sua inclusão em Le Robert, visto como uma autoridade linguística em francês desde 1967.

François Jolivet, um legislador do partido centrista do presidente Emmanuel Macron, também deixou claro o seu desgosto, afirmando que os pronomes não binários são “um sinal preocupante de que a França está a adotar uma ideologia ‘acordada'”.

Jolivet escreveu uma carta ao bastião da língua francesa, a Academie Française com 400 anos, alegando que a “campanha solitária de Le Robert é uma intrusão ideológica óbvia que mina a língua comum e a sua influência”.

O diretor geral das edições Le Robert, Charles Bimbenet, veio, por seu turno, em defesa do dicionário na quarta-feira através de um comunicado.

“Longe de ditar quais os termos que devem ser usados, Le Petit Robert estava a elucidar o significado da palavra, agora que está crescendo em todo o país”, referiu.

Uma vez que “o significado da palavra “iel” não pode ser compreendido lendo-o sozinho”, disse Bimbenet, acrescentando que “pareceu útil especificar o seu significado para aqueles que o encontram, se desejam usá-lo ou … rejeitá-lo”.

A missão do Le Peiti Robert é “observar e relatar a evolução de uma língua francesa mutável e diversa”, disse Charles Bimbenet.

Em 2017, a Academie Française alertou que movimentos para tornar a língua francesa mais neutra em termos de género criariam “uma língua desunida, com expressões díspares, que podiam criar confusão ou ilegibilidade“.

Línguas com género, como o francês, são vistas como um obstáculo particular para os defensores de termos não binários, pois todos os substantivos são categorizados como masculinos ou femininos, ao contrário do inglês.

 

( Observador, 19/11/2021)   

 

Continua

 

 

 

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publicado às 08:01


2 comentários

Sem imagem de perfil

De R y k @ r d o a 22.11.2021 às 13:54

Texto fabuloso que me deliciou ler. Remete-nos para uma profunda reflexão sob o que temos e o que deveríamos ter ao nível da educação. A verdade é que há muitas palavras e poucos atos

Cumprimentos poéticos
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De cheia a 22.11.2021 às 14:04

Muito obrigado pela visita.
Infelizmente, a educação e a saúde estão pela rua da amargura.
Bom dia!
Cumprimentos.

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