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O encanto das Cidades
Quando os turistas desaguam nas praças das nossas cidades
E ficam de boca aberta com o encanto dos nossos monumentos
Não sabem nem sonham, o que se esconde, por de trás das bonitas fachadas
Muitos idosos, na solidão de quatro paredes, sustentam, com os seus corpos, o desmoronamento das cidades
Já não lhes bastavam as dores, o peso dos anos, o tempo a escoar-se por entre os dedos
Ainda têm de viver com o medo, a incerteza de não saberem o que lhes pode acontecer
Assediados por quem lhes quer roubar o lugar onde nasceram ou onde há muito vivem
Não conseguem, nem nos últimos anos de vida, um momento de paz
Mesmo que a lei os proteja, os fundos de investimento não têm sensibilidade nem rosto
E, quando não aceitam as miseráveis condições em que os querem despejar
Ou quando não há dinheiro que lhes pague o que sente por o seu lugar
Porque saírem de onde têm raízes e alguém que lhes dê atenção
É como condená-los a uma morte antecipada
Então, os novos donos das cidades, recorrem a métodos criminosos
Mandando incendiá-las
Triste tempo deste deslumbramento!
Em que para o vil metal, uma parte da peste grisalha é um impedimento
Para que o resto da peste grisalha calcorreie todo o mundo, a todo o momento
Há qualquer coisa de errado, quando os cabelos prateados não são acarinhados
José Silva Costa
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