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A formosura
Formosura pura e dura que estás na altura
À espera dos que todos os dias lutam para te alcançar
Como se fosse um jogo de sorte ou azar
Mas o que é que acrescenta ser formosa ou formoso, para além da vaidade
Da pequenez e aridez de quem não sabe que a formosura é invisível
As mais bonitas formas são as que não se veem, que estão no nosso interior
Tal como a sabedoria, a bondade, o respeito pelo outro, o humanismo
A formosura está no aperto de mão, num sorriso contido, num abraço com brilho
No choro de uma despedida, que nos separa de uma pessoa querida, abrindo uma ferida
Na partilha de um pão com um mendigo, no socorro a um ferido, que está em perigo
No carinho de despender de algum do nosso tempo, para ajudar um idoso que está sozinho
Nas rugas esculpidas pelo tempo, no rosto de quem está perto do sol-posto
Na leveza e felicidade da criança que brinca no jardim, fazendo com que os avós a tentem apanhar
No leito, nas margens, na voraz corrida e na foz, onde o rio vai desaguar, no mar
Num ninho cheio de bicos abertos à espera que os progenitores os vão alimentar
No trabalho de fêmea e macho, na construção do ninho, que de vez em quando fazem uma pausa para se beijarem e fazerem amor, para que os ovos fiquem galados
No sorriso das perfumadas flores, que nos oferecem abraços e beijos
No ventre da mulher grávida, onde esconde o seu maior tesouro.
Não se esfalfem para obterem a formosura, porque ela está por todo o lado
Tudo depende dos olhos que a conseguem ou não ver
Todos temos muita formosura, para dar e vender, só precisamos de a saber vender
A quem a conseguir entender, senão não vale a pena o nosso tempo perder!
Todos: crianças, jovens, adultos e velhos têm muita formosura, em cada olhar ou beijo de doçura.
José Silva Costa
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