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Folhas caídas
O vento a uivar pelas esquinas
As árvores a tiritarem de frio
Despidas, com o céu vazio
À espera do último arrepio
Sem folhas, mas aprumadas de brio
O vento com o seu assobio
A avisar, que o tempo é esguio
Que a água procura o rio
Com pressa de, ao mar, chegar
É aí que quer ficar
Até as nuvens a voltarem
A derramar, novamente, sobre a terra
Assim se completa mais um ciclo da água
Folhas caídas, árvores despidas
Alamedas atapetadas de folhas molhadas
Que perderam o brilho, estão amarguradas
Destroçadas por serem espezinhadas
De um dia para o outro perderam a sua função
Tiram-lhes o coração
Agora, são lixo no chão
Choram, perderam a ilusão
De que eram úteis e eternas
Perderam as pernas, perderam tudo
Não voltam a vestir as árvores
Não voltam a ter a admiração do Mundo.
José Silva Costa
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