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Enfermeiros

por cheia, em 08.02.19

O CARTEL DOS ENFERMEIROS_ __

___O que tem sido apresentado à opinião pública como uma greve 
decretada pelos sindicatos de enfermeiros pode ter outras leituras. Os 
profissionais de enfermagem tanto podem ser vistos como assalariados 
ou como empresários.___

___É que alguns (muitos? poucos?) são assalariados no serviço público 
e simultaneamente são empresários no privado, uns a título individual, 
outros como patrões de empresas prestadoras de serviços, outros ainda 
são assalariados no público e no privado.___

___Assalariados no público e no privado, assalariados no público e 
patrões no privado, empresários de sociedades anónimas e a título 
individual, no entanto todos se apresentam perante a opinião pública 
acolhidos debaixo do manto protector e facilitador de obtenção de 
reconhecimento público de “sindicatos” e todos invocam as leis do 
trabalho para justificarem ao “patrão” Estado as suas reivindicações 
de trabalhadores, de explorados pelo capital! Já quanto ao sector 
privado, onde são patrões, não há revindicações! Claro.___

___Ora, estes “sindicatos” onde se reúnem os interesses de patrões e 
assalariados são típicos do corporativismo! Portugal foi um Estado 
corporativo até ao 25 de Abril de 74. A contrapartida da 
consensualização de interesses do trabalho e do capital, arbitrada 
pelo Estado, é a renúncia à greve ou a sua proibição.___

___Estas corporações, de facto, sob a máscara de sindicatos, 
aproveitam-se do estatuto da greve enquanto trabalhadores para obterem 
lucros patronais! É o dois em um. A Ivone Silva fez uma rábula numa 
revista em que jogava com esta ambiguidade: segundo as conveniências 
de umas vezes Olívia Patroa e de outra Olívia Costureira. É esta 
rábula hipócrita e oportunista que os sindicatos de enfermeiros estão 
a representar, mas uma rábula macabra, que joga com a saúde e a vida 
dos cidadãos.___

___No presente, esta organização corporativa de patrões e assalariados 
na área da prestação de serviços de enfermagem, que até tem um fundo 
de maneio de origem anónima (talvez os enfermeiros patrões saibam 
alguma coisa) apresenta-se ao maior patrão, o Estado (os 
contribuintes), aquele que paga a base fixa e segura dos seus 
rendimentos, com a máscara dolorosa dos assalariados reunidos em 
sindicato para defenderem as suas justas revindicações, 
constitucionalmente garantidas a trabalhadores por conta de outrem. 
Chama-se a isto mamar em todas as tetas. É legítimo? É merecedor de 
consideração e respeito?___

___Vistos como empresários, os enfermeiros estão a agir em cartel. 
Sendo que “Cartel é um acordo explícito ou implícito entre empresas 
para fixação de preços ou cotas de produção, divisão de clientes e de 
mercados, de atuação coordenada entre os participantes para aumentar 
os preços dos produtos, obtendo maiores lucros, em prejuízo do 
bem-estar do consumidor.”___

___A dita “greve” dos ditos “sindicatos” corresponde a esta definição 
de cartel. E até à de cambão: isto é, a acção concertada para obterem 
a compra de determinados bens ao preço definido entre os elementos do 
cambão.___

___Não me parece que um governo, independentemente da sua matriz 
ideológica, deva aceitar negócios propostos por um cartel ou por um 
grupo de empresários que acertaram entre si um cambão. E toda esta 
mistificação sob o manto nada diáfano de sindicatos e de sagrados 
direitos… Isto, mesmo sem considerar que se trata de um bem essencial, 
a saúde e a vida dos cidadãos.  ___

___ NB:- Os enfermeiros exigem: Reforma aos 57 anos e um aumento de 
400€. Recorde-se que o vencimento na função pública é de: Mínimo de 1 
201€ e máximo de 3 364€ e a carga horária 35 horas/semana.___

___         Os enfermeiros negociaram contrato de trabalho no privado 
(boletim do M. trabalho nº. 26/2018), com as seguintes condições: 
Vencimento mínimo 985€; vencimento máximo 1 720€ e carga horária 40 
horas/semanais___

___Obviamente, nota-se uma diferença entre uma entidade (pública) e a 
outra (privada)! Pergunta-se: Porque será, num sector (público) onde 
têm melhor salário e menos carga horária promovem greve e no privado 
não?___

 

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publicado às 20:13


10 comentários

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De cheia a 14.02.2019 às 19:41

Não vemos solução para esta greve, que muito tem penalizado, quem espera por uma cirurgia.

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