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Jovens mães carregam os filhos com a ajuda do brilho das estrelas
(do poema o fulgor da Língua/ o Estado do Mundo)
As guerras
Nas guerras não há coração, nem razão
Matam, indiscriminadamente, por impulsão
A culpa é de quem construiu o canhão
Disparam, como se fosse para o ar, contra o irmão
Mais tarde, com todos os horrores, terão de conviver
Mas, por muito que chorem, não haverá perdão
Porque tinham de pensar, antes de, utilizar, a mão
Os gritos dos filhos, agarrados às mães, nunca mais o deixarão
Acompanhá-los-ão, para onde quer que vão
Foi brutal e triste a sua missão
Matar, nunca será de louvar!
Tudo devemos fazer para o evitar
Quem consegue suportar e ver?
A separação: crianças a gritarem, agarrados aos pais e às mães
Mas, os pais têm de ficar, para matar ou morrer
As mães seguirão, à procurar de quem lhes dê uma mão
de um lugar em paz, onde os possam criar
Onde, quem encontrarão, com coração, que as ajude a suportar a dor da separação?
Como suportar a humilhação dos ditadores assassinos, que lhes roubaram os companheiros,
os pais dos filhos, os seus cheiros, os seus beijos, os seus projetos?
Com os filhos nos braços, sem terem onde os agasalhar, sem nada para lhes dar
Têm de ser muito fortes, para tanto desespero conseguirem suportar!
Mas, serão eles que lhes darão a força necessária, para os criarem, com os seus sorrisos, beijos e a palavra mais doce e mais pronunciada: Mãe!
Que grande castigo! Dos que não têm cabeça nem coração que, por muito que falem, nunca encontrarão, palavras suficientes, para justificarem os disparates, os horrores, as mãos ensanguentadas, os ouvidos cheios de gritos, dos assassinatos cometidos.
José Silva Costa
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