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Amor & guerra (4)
O tempo voava, já se tinham passado nove meses, a Miquelina já tinha terminado o tempo, estava à espera do bebé a qualquer momento. Enquanto o Carlos achava que o tempo não passava, aqueles nove meses pareceram-lhe dois anos
Carlos não deixava de pensar no bebé, que ia nascer e no que queria para ele, e se fosse um rapaz, não queria que fosse para a guerra, porque nunca tinha imaginado, que se pudessem cometer tantas barbaridades: pessoas decapitadas, cabeças e braços pelos ares, devido às granadas, pessoas atropeladas nas picadas, emboscadas, helicópteros equipados com canhões, contrariando as convenções internacionais, horrores indiscritíveis!
Começava a estar indeciso na preferência do sexo do bebé, ainda bem que não dependia dele, a Natureza que decidisse. Só pedia que se fosse menino, não fosse para a guerra. O que viesse era bem-vindo
A Barbara, à medida que o fim da gravidez se aproximava, mais sentia a falta dos seus pais. Gostava de ver a sua felicidade por serem avós. Tanto que a poderiam ajudar a criar aquela criança, que ia nascer sem o pai saber
Estava muito preocupada por não ter ninguém a seu lado para a ajudar, para a ensinar, para tomar conta da criança, caso lhe acontecesse alguma coisa.
Se o natural é serem duas pessoas para o conceber, um homem e uma mulher, então para o criarem, também deveriam ser duas.
Tinha tantos pretendentes, a dizerem que a queriam ajudar, mas eram todos militares, que estavam em comissão de serviço, o que lhe fazia lembrar o Carlos, que de um minuto para o outro, desapareceu
A todos dizia, que só aceitava namorar com quem, no fim da comissão, trocasse a viagem grátis para a Metrópole, pelo seu amor.
Continua
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