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Amor & guerra (26)
Na madrugada de 25 de Abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas decidiu fazer um golpe militar, para acabar com a ditadura e pôr fim à guerra
Cansados de muitas comissões, na guerra, vendo que os políticos não tinham nenhuma solução, depois do mais prestigiado General ter publicado um livro, dizendo que Portugal tinha de alterar o seu relacionamento com as colónias, só lhes restava tentar mudar o regime
Foi uma grande aventura, ninguém sabia o que ia acontecer, felizmente correu bem, mas podia ter terminado num banho de sangue, bastava o atirador, do carro de combate do Regimento de Cavalaria nº7, ter cumprido a ordem de fogo contra o carro de combate da Escola Prática de Cavalaria, para a Rua do Arsenal, em Lisboa, ter ficado manchada para sempre
Foi um longo dia, até o poder passar para os militares, o Presidente do Conselho, Marcelo Caetano, pediu para que o Movimento das Forças Armadas nomeasse um representante, para receber o Poder. Escolheram o General António de Spínola
Estava derrubada a ditadura! Mas o que é que se seguiria, ninguém sabia, foram quase dois anos de ziguezagues
As comemorações, do primeiro de Maio de 1974, foram uma coisa indiscritível, todas as avenidas foram poucas e estreitas, para tanta gente em festa. Ainda não havia divisões, era como se fossem todos irmãos, foi uma alegria imensa, que em poucos meses se desvanecia
Por todo o império português, de Cabo Verde a Timor, foi como se tivesse sido abalado por um grande terramoto
Se, neste pequeno retângulo europeu, não se sabia o que aconteceria, como seria, por esse mundo fora, onde se dizia que era território português!
A Miquelina, o marido e o filho deixaram a pensão, foram viver para a nova casa, na Amadora, um rés-do-chão, perto da estação ferroviária
O Carlos começou a trabalhar, como telefonista, num Banco. A Miquelina arranjo trabalho, na Escola, do filho, estava muito feliz, por ter o filho, por perto
Em Luanda, a Bárbara estava, cada vez, mais nervosa. Não havia autoridade, desde o dia 26 de Abril de 1974, que não se sabia quem mandava, os guerrilheiros do MPLA faziam operações de stop, interrogavam as pessoas, tentavam saber se simpatizavam ou não com eles, ninguém estava em segurança.
Continua
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