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Amor & Guerra (21)
O Carlos, finalmente, recebeu a prótese. Estava desejoso de a começar a utilizar
Já o tinham avisado de que a adaptação não era fácil. Tentou colocar-se em pé e andar, mas não conseguiu, nem com o auxílio de uma canadiana. Era uma coisa estranha, que o seu corpo não reconhecia, como acontece, quando colocamos, a primeira vez, uma prótese, seja para o que for
Os enfermeiros pediram-lhe para não desesperar, por que com o tempo tudo ia ao lugar, e com a força de vontade que ele tinha, ainda era mais fácil
Queria ir a Braga, para ver o filho e a namorada, conhecer os pais dela e agradecer-lhes, por a terem acolhido, quando ficou gravida e não pode continuar a trabalhar, em Lisboa
Estava-lhes muito grato, por terem tido uma atitude muito diferente, do que alguns pais fazem. Negando-se a ajudarem as filhas e, por vezes, também os netos, quando lhes aparecem em casa, por terem sido abandonadas pelos pais dos filhos
Como é que, ainda, há pais que se negam a ajudarem as filhas, no momento, em que estão tão fragilizadas, por terem sido rejeitadas, por quem as enganou, com promessas de que as amariam para sempre, e ainda, por cima, grávidas ou com um filho nos braços!
Também queria aproveitar para fazer uma visita aos pais, acompanhado da namorada e do filho
Os enfermeiros compreendiam a pressa em, voltar à terra dele, abraçar e beijar o filho e a namorada, mas aconselharam-no a esperar mais uns dias, até conseguir utilizar a prótese, mesmo que fosse com a ajuda de uma canadiana
Uma coisa era ter o apoio de uma canadiana, outra era a de ter de utilizar duas canadianas, por não conseguir utilizar a prótese, dando impressão, a quem o visse, de que estava inválido
O General António De Spínola preconizava um país pluricontinental, com estados na Europa, em África e na Ásia. Coisa que os movimentos de libertação não aceitavam
Uma coisa nova, nunca vista, em que pouca gente acreditava. Isto antes do Movimento dos Capitães desencadear a revolução do 25 de Abril de 1974
Depois dos Capitães tomarem conta do poder, ainda era mais difícil implementar um sistema, que não tinha pés, nem cabeça
Com que força impúnhamos condições, aos movimentos de libertação, para a independência das colónias, quando antes não o conseguimos fazer?
Na descolonização, os políticos fizeram o que os militares lhe ordenaram, porque eram eles que mandavam
Aqueles, que defendem que a descolonização deveria ter sido diferente, deveriam ter tido oportunidade de a fazer
Naquelas condições não tínhamos mais nenhuma opção, senão reconhecer-lhes a independência.
Continua.
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