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Amor & Guerra (13)
A Bárbara recebeu a visita de um Caixeiro-viajante, que lhe queria vender diversos produtos, entre eles: serviços de chá e de café, de porcelana chinesa
Produtos que se vendiam muito bem, porque os militares gostavam de os comprar, para oferecerem às mães, mulheres e namoradas
Ficou admirada como é que ele tinha passado naquela estrada perigosa, sujeito a acionar minas ou cair em emboscadas
Ele informou-a de que num troço, já não havia perigo de estar minada ou de acontecerem emboscadas, no outro, foi integrado numa coluna civil de abastecimento, com proteção militar
Agora, tinha de esperar que a coluna, por ali voltasse a passar, para regressar a Luanda
Assim, tinham muito tempo para conversar, se não se importasse, todos os dias a iria visitar
A Bárbara disse-lhe que tinha muito prazer em falar com ele, sobre os problemas de Angola e do Mundo, em geral
Quando a Miquelina regressou, do Quartel-General, tinha, na caixa do correio, a carta do Carlos, que o correio lá tinha deixado
Infelizmente, não adiantava nada, parecia que estavam combinados, só saberia o que aconteceu, quando fosse a Lisboa, vê-lo
Os encontros entre a Bárbara e o caixeiro-viajante continuavam, cada vez mais prolongados, ambos chegaram à conclusão, que tinham muitas coisas em comum, que pareciam feitos um para o outro, que tinha sido o destino a juntá-los
O Firmino, quando lhe pediu namoro e ela aceitou, também lhe disse que a ajudaria a criar a Sara, como se fosse sua filha
Já tinham combinado que não ficariam ali muito tempo, porque quando a guerra acabasse, ao contrário do que costuma acontecer, esta não traria nada de bom
O Firmino garantiu-lhe que iria a Lunda entregar o negócio ao irmão e que voltaria, para ficar ao seu lado, para sempre
O Carlos já estava psiquicamente preparado para receber as visitas. O que era muito importante para ele e para as visitas. Uma vez que ainda tinha duros desafios para se adaptar à prótese
Se conseguisse transmitir, aos pais e à namorada, que estava determinado e que conseguiria governar a vida e ser feliz, isso seria a melhor prenda que lhes poderia dar, no primeiro encontro, depois de quase três anos, sem se verem
Nunca tinha dito aos pais que tinha um filho!
Estava muito receoso, sem saber como reagiriam
Estava desejoso que chegasse o dia, a hora de ver o filho, de abraçá-lo, beijá-lo, apertá-lo nos seus braços
E como seria a reação dele: um estranho a fazer-lhe tudo aquilo, ainda, por cima, imobilizado na cadeira de rodas!
Não esquecendo a atitude dos restantes, tudo motivos para ser ainda mais forte e defender a Miquelina, caso eles atirassem as culpas para cima dela.
Continua.
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