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A loucura
Tu, que te dizes tão preocupado com os mortos, nas guerras
Com toda a razão, porque a morte é, sempre, motivo de muita tristeza, seja onde for
Não consegues aperceber-te das mortes, que estás a causar, a tanta gente, que persegues
Pessoas, que os crimes que cometeram foram: procurar uma melhor vida para as suas famílias
Trabalham noite e dia, para engrandecer a tua nação, pedindo, apenas, um pouco de mais pão
E tu, como lhes agradeces, prendendo-os sem que haja acusação, sob um ódio, sem razão
Mandas prender mães, pais, avós, avôs, algemando-os, humilhando-os, sem pena, nem dó
Mas, a tua crueldade não é só sobre os adultos, separas as crianças, dos pais, dos avós, das mães
Terás noção das maldades que estás a praticar? Quem acredita que te doa o coração, quando, nas guerras, matam a juventude?
Quem pode viver na ansiedade de a qualquer hora poder ser deportado, depois de anos sem ser incomodado?
Canto I
Estrofe 106
No mar, tanta tormenta e tanto dano,
Tantas vezes a morte apercebida!
Na terra, tanta guerra, tanto engano,
Tanta necessidade aborrecida!
Onde pode acolher-se um fraco humano,
Onde terá segura a curta vida,
Que não se arme e se indigne o Céu sereno
Contra um bicho da terra tão pequeno?
( Luís Vaz de Camões)
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