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Adeus!

por cheia, em 01.03.21

Fevereiro/Março

 

Um sol radioso

Aqueceste o corpo

Mas não iluminaste o rosto

Não pudemos ver o sol-posto

Um mês e outro

Doze, um ano!

Adeus, até para o ano.

 

Vais chegar

Sejas bem-vindo

Não vamos festejar

Já basta lembrar

Que foste tu a começar

E, nós com a esperança

Que quando regressasses

Já te pudéssemos ir esperar

Contigo ir passear, correr, namorar

Mas não! Continuamos, às casas, atados

Para bem de todos, escondemos o rosto

Não estranhes, não te beijar

Fica para quando isto passar

Não te sintas abandonado

Sabes que temos de ter cuidado

Sorte a tua, por serem só 31 dias

Ninguém sabe quando é que as ruas deixarão de estar nuas

Estão tão tristes, por não saberem o que se passa!

Cada vez que um par de sapatos as beijam

Choram de alegria

Mas a rua continua fria!.

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

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publicado às 10:31

O desgaste

por cheia, em 18.06.20

Os anos

Foi como um sol que nasceu

Olhámo-nos, e em redor tudo estremeceu

O sol levantou-se e a manhã amanheceu

Abrimos a porta e o dia cresceu

Entrámos, foste minha, fui teu

Foi o sol que nos enlouqueceu

O mundo cedeu!

O sol beijou a lua

A alegria, os nossos corpos, unia

Deram-nos as boas-vindas

Ofereceram-nos uma lua-de-mel

Continuámos como se só houvesse uma noite incendiada

Mas, o desgaste dos anos mostraram-nos que também há dias de fel

Valeram-nos os nossos padrinhos: A lua e o sol

Mandaram-nos seguir em frente

Guiaram-nos até ao presente.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 08:14

A amizade

por cheia, em 26.05.19

Maio

Maio, mês do sol, das flores, dos fins de tarde encantadores!

Das cerejas rubras e deliciosas, como os beijos

Do desejo de te beijar, como se cerejas estivesse a provar

Os teus lábios são romãs, com cerejas a namorar, que gosto de saborear

Vamos aproveitar este sol de Maio, para nos embalar

Não há mês como este para nos levar ao altar

Quem me dera que todo o ano fosse Maio

Passar todo o tempo no sorriso do teu encanto

Sem chuva, sem frio, sem vento

Só com o sol a brilhar nos teus olhos e o corpo a saber a mar

Na praia, no campo, no meio das flores, a sonhar

Com futuros, sem muros, sem guerras, sem fomes, sem pobres

Talvez sejam só visões, mas seria tão bom viver na ilusão

Sem saber da realidade, dura e crua

Abraçar um desejo, um sonho, um amanhecer diferente

Onde a humanidade pudesse estar toda abraçada por uma causa

A amizade!

 

José Silva Costa

 

 

 

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publicado às 19:32

Verão

por cheia, em 11.11.18

Verão de São Martinho

Continuem a negar, que o tempo está a mudar

Aí está o São Martinho para vos contrariar

Em vez daquele radioso Verão, com que nos costuma brindar

Mandou, desta vez, chover até nos alagar

Para ver se, o óbvio, continuamos a negar

Assim, como vamos o São Martinho comemorar!

O assador das castanhas está-se, sempre, a apagar

O vinho novo não teve frio para fermentar

A água-pé de tanta água ficou deslavada

A jeropiga, sem castanhas, não sabe a nada

Como foi bom ficar no aconchego do lar!

A ver a chuva a, tudo, lavar

Matar a sede à terra, sedenta, por tantos meses à espera de se saciar

Ver os rios, cheios de alegria, a correrem para o mar.

José Silva Costa

 

 

 

 

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publicado às 16:26

Alentejo

por cheia, em 30.04.16

Maio

Maio, mês de todas as flores e de todos os horrores

Das ceifeiras e das papoilas

Trigueiras ceifeiras, de rosto tapado, para se protegerem dos beijos do sol, das papoilas e das espigas

A ceifa parecia uma orquestra bem afinada, um espetáculo inesquecível

Um movimento com o céu parado: mãos, canudos e foices num movimento sincronizado

Formavam um harmonioso bailado, com as espigas a dançarem no ar abafado

Que tem por fim segar o trigo e coloca-lo no restolho, confortado

À espera de ir para a eira, para ser debulhado.

Ninguém mais verá a planície florida de moças e moços, papoilas e espigas douradas

Não. Não verão mais o mar de trigais, ondulando, pontuado, aqui e além, por papoilas vermelhas

Não. O Alentejo não será mais o celeiro de Portugal

Um sacrifício a que foi condenado

Mesmo que a terra gemesse e já nada desse

Gentes e terra foram condenadas, por não se submeterem

A uma ditadura odiada.

Foste libertado em Abril, mas floriste em Maio

Acabou a adiafa, gratificação que simbolizava o fim de um dos trabalhos mais penosos.

Corpos vergados ao sol escaldante, em movimentos de competição, para colherem o pão

Que bom que seria, que todos soubessem, quantas voltas das, até chegares à mesa!

 

 

José Silva Costa

 

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publicado às 21:59


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