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Tempo!
Estas flores, que te dou, simbolizam o meu amor
Têm o perfume dos teus beijos
A alegria dos teus olhos
As suas pétalas são macias como os teus cabelos
Dos teus lábios saem bonitas palavras
Que produzem sinfonias emocionais
E nos transportam para constelações nunca vistas
Meu amor, tu és a mais bonita flor
Aquela que escolhi para estar sempre a meu lado
O caminho, que já percorremos, alado
Com cravos e rosas embalado
Vamos caminhando por este céu estrelado
Colhendo os doces frutos dos muitos anos vividos
É tão bonito ver as nossas flores a crescerem
Bonitas e perfumadas que dá tanto gosto ver
Outras sementes vão germinar e florescer
Todos os dias vão amanhecer
Florir, sorrir, caminhar, ver tudo a evoluir
Como se a caminhada nunca acabasse
A lua e sol querem abraçar-se
Para melhor iluminarem o mundo
Criar uma nova filosofia
Baseada na fraternidade e solidariedade
Para que todos vivam em harmonia
Seja qual for o credo, a cor, a idade
Nestes tempos que exigem verdade e igualdade
Em que entidades milenares têm sido questionadas
Os seus dirigentes têm pedido desculpa pelas barbaridades cometidas
Sofrimentos revelados com a força do momento e a ajuda do vento
É neste contesto, neste leste e oeste, que, felizmente, ainda, podemos ver a solidariedade
Sem darmos o devido valor ao facto de podermos viajar, neste nosso espaço, sem peias nem embaraço
Oxalá, possamos continuar, em paz, a viver, trabalhar, estudar, nesta nossa Europa, num livre abraço.
José Silva Costa
Maio
Maio maduro maio
Sol quente raiado
Flores por todo o lado
Um perfume empoeirado
Sardinheiras no beirado do telhado
As abelhas no seu bailado
O sol chega à noite cansado
São muitas horas a aquecer o relvado
As manhãs acordam de peito inchado
A temperatura sobe ao sobrado
E o trânsito ficou bloqueado
Todos querem, nas praias, um bocado
O calor está muito torrado
Excedeu-se no bronzeado
O vento continua calado
Alguém tem de dar conta do recado!
O Orçamento será hoje aprovado
Com a maioria absoluta está tudo controlado
Está bastante atrasado
O do ano que vem já deveria estar a ser gizado
Mas, com tanta inflação não há antevisão
Não vale a pena fazer a previsão
Melhor seria fazer o Orçamento, para o próprio ano, depois do verão
Quando aquece o coração
E os aumentos dos ordenados e das pensões subirão acima de um tostão
Para fazer face ao aumento do pão
Para acabar com a contestação
Mas as greves continuarão!
José Silva Costa
As minhas flores
As flores que me deste
São lindas, perfumadas
De um amor celeste
Duas Rosas e um Cravo
Que bonitas prendas me ofereceste!
Frutos do calor do nosso amor
Mesmo que quisesse partilhar as dores
Foste tu, meu amor, que as suportaste
Mas, dar vida a novas flores tudo merece
Vê-las crescer, florescer, a primeira palavra dizer
E, essa é, sempre, para ti: Mãe! Mãe! Mãe! Mãe!
Não há palavra que igual o doce da palavra Mãe
As nossas flores já deram as suas flores
Mais quatro rosas e um cravo
Mais perfume perfumado
Cumprimos com a natureza
Acrescentámos, ao mundo, beleza.
José Silva Costa
Amor
As flores que colheste são ternos beijos
São os frutos dos teus desejos
Dos muitos e duros ensejos
Que te fizeram tudo aproveitar
Para lhe mostrar, que só a ela querias amar
Não foi fácil conseguir, o seu coração, abrir
Mas, franqueada que foi a porta
A tua vida inaugurou uma nova rota
Só é exigente quem ama
Quem não te quer só para a cama
Mas que te escolhe para mãe ou pai dos teus filhos
Que está sempre a teu lado, partilha os teus cadilhos
A vida é feita de muitas mudanças, para melhor ou pior
Por isso, o casal tem de ser capaz de assumir compromissos
Para que à primeira contrariedade, cada um não vá para seu lado
A não ser que concluam que o compromisso está acabado
Que o amor que a tudo resiste, já não existe
Então, a separação será a melhor solução
Porque a vida é curta para andarmos em contramão
Temos de saber aproveitá-la
Vivê-la sem rancores
Distribuindo flores
Para que possamos suportar as dores.
José Silva Costa
Primavera, 20/03/20
Chegou a Primavera
Ficou em casa
Sem campos floridos, nem perfumes
Mas, solidária!
Trouxe-nos água
Para podermos continuar a lavar as mãos
A lembrar-nos que os tempos mudaram
Que estamos todos no mesmo barco
Que nunca estivemos tão ligados
E, o que nos liga não escolhe entre ricos e pobres
Que não se justifica, uns terem tudo e os outros só fome
Que chegou a hora de respeitar a Natureza
Não a destruindo com a força rude da ganancia
Numa exploração desenfreada, matando tudo, não deixando nada
Numa ambição desmesurada, que nunca está saciada
Aproveitamos este interregno, para mudar de rumo
Construir um novo futuro
Aproveitando os novos recursos
Para aprender e trabalhar
A partir de outros locais
Onde a presença não seja vital
Para os transportes não sobrecarregar
Um novo estilo de vida temos de inventar.
José Silva Costa
Santo António
Santo António, por Lisboa venerado
Por Pádua e Lisboa disputado
É grande o seu legado
Celebrar o Amor, é o seu fado
Todos os anos, tão empenhado
Em cumprir o apostolado
Levar homens e mulheres aos altares, e dizerem:
“Aceito casar contigo e estarei, nos bons e maus momentos, ao teu lado”
Um dia, sempre, recordado
A Sé de Lisboa já não tem memória de quantos rostos, nos dias 13 de Junho, por ela, passaram
Para os casamentos de santo António
Sempre com promessas de amor, que nem sempre resistiram ao tempo
A vida a dois exige muito amor, compreensão, tolerância
Mas, a relação entre a mulher e o homem é que dá origem à mais bela flor: a criança
José Silva Costa
Maio
Maio, mês do sol, das flores, dos fins de tarde encantadores!
Das cerejas rubras e deliciosas, como os beijos
Do desejo de te beijar, como se cerejas estivesse a provar
Os teus lábios são romãs, com cerejas a namorar, que gosto de saborear
Vamos aproveitar este sol de Maio, para nos embalar
Não há mês como este para nos levar ao altar
Quem me dera que todo o ano fosse Maio
Passar todo o tempo no sorriso do teu encanto
Sem chuva, sem frio, sem vento
Só com o sol a brilhar nos teus olhos e o corpo a saber a mar
Na praia, no campo, no meio das flores, a sonhar
Com futuros, sem muros, sem guerras, sem fomes, sem pobres
Talvez sejam só visões, mas seria tão bom viver na ilusão
Sem saber da realidade, dura e crua
Abraçar um desejo, um sonho, um amanhecer diferente
Onde a humanidade pudesse estar toda abraçada por uma causa
A amizade!
José Silva Costa
Abril
Abril, o mês mais florido
O mês da liberdade
O mês de águas mil
Abril, trouxeste uma madrugada perfumada
Cheia de dúvidas e sonhos
Uma promessa de mudança, na cor de um cravo
Uma promessa de amor do tamanho do coração
Uma revolução que não queria que o sangue manchasse a sua ação
Abril, 45 anos a sonhar com cravos a florir
Nos canos das espingardas, como se fossem balas perfumadas
As ruas, primeiro, ficaram caladas
Depois, rebentaram de alegria
Nunca Lisboa tinha assistido a tanta magia
Em todas as ruas, a liberdade, corria
Para adultos, jovens e crianças, sorria
Foi o mais longo dia
À espera de sabermos para onde o futuro iria
José Silva Costa
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