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Portas escancaradas

por cheia, em 31.08.24

Portas escancaradas

Reedição

                                  

Para a Suíça, um país com portas escancaradas, seguiram, no ano passado, 12.000 portugueses, para ajudarem a Suíça a ser ainda mais rica.

Por cá, a direita quer as portas fechadas, principalmente, aos oriundos do Oriente, enquanto o Governo diz não querer as portas nem escancaradas, nem fechadas, não se sabendo bem o que querem. Dizem que querem que os emigrantes tenham condições dignas, o que acho muito bem.

Até que os hotéis de 5 estrelas estejam prontos, para acomodarem os imigrantes, os comerciantes e industriais, bem se podem queixar que não têm trabalhadores, para manterem e expandirem os seus negócios.

Quanto ao referendo do Ventura, que sem assunto para manter as redes sociais, a tudo deita mão, para o país incendiar, mesmo sabendo que nada vai dar, o que lhe interessa é guerrear.

Se precisamos de imigrantes, como pão para a boca, por que razão damos ouvidos a pessoas, que não respeitam os outros indivíduos?

Ninguém se esqueça que violência só gera mais violência.

 

José Silva Costa

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publicado às 10:16

Quingentésimo ano (244)

por cheia, em 31.08.24

Despois que vio Cibele o corpo humano
Do formoso Atys seu verde pinheiro,
Em piedade o vão furor primeiro
Convertido, chorava o grave dano.

E, á sua dor fazendo illustre engano,
A Jupiter pedio, que o verdadeiro
Preço da nobre palma e do loureiro
Ao seu pinheiro désse, soberano.

Mais lhe concede o filho poderoso
Que, crescendo, as estrellas tocar possa,
Vendo os segredos lá do ceo superno.

Oh ditoso pinheiro! oh mais ditoso
Quem se vir coroar da rama vossa,
Cantando á vossa sombra verso eterno!

Luís de Camões

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publicado às 07:49

Quingentésimo ano (243)

por cheia, em 30.08.24

De piedra, de metal, de cosa dura,

El alma dura ninfa os ha vestido,

Pues el cabello es oro endurecido,

Y marmol es la fronte en su blancura.

 

Los ojos, esmeralda verde y escura;

Granata las mexillas; no fingido,

El labrio es un robi no poseydo;

Losblancos dientes son de perla pura.

 

La mano de marfil, y  la garganta

De alabastro, por donde como yedra

Las venas van de azul mui rutilante.

 

Mas lo que más en toda vos me espanta,

Es ver que, por que todo fuese piedra,

Teneis el corazón como diamante.

Luís de Camões

 

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publicado às 07:51

Portas escancaradas!

por cheia, em 30.08.24

Portas escancaradas

                                  

Para a Suíça, um país com portas escancaradas, seguiram, no ano passado, 12.000 portugueses, para ajudarem a Suíça a ser ainda mais rica.

Por cá, a direita quer as portas fechadas, principalmente, aos oriundos do Oriente, enquanto o Governo diz não querer as portas nem escancaradas, nem fechadas, não se sabendo bem o que querem. Dizem que querem que os emigrantes tenham condições dignas, o que acho muito bem.

Até que os hotéis de 5 estrelas estejam prontos, para acomodarem os imigrantes, os comerciantes e industriais, bem se podem queixar que não têm trabalhadores, para manterem e expandirem os seus negócios.

Quanto ao referendo do Ventura, que sem assunto para manter as redes sociais, a tudo deita mão, para o país incendiar, mesmo sabendo que nada vai dar, o que lhe interessa é guerrear.

Se precisamos de imigrantes, como pão para a boca, por que razão damos ouvidos a pessoas, que não respeitam os outros indivíduos?

Ninguém se esqueça que violência só gera mais violência.

 

José Silva Costa

 

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publicado às 07:50

Quingentésimo ano (242)

por cheia, em 29.08.24

De tão divino accento em voz humana,
De elegancias que são tão peregrinas,
Sei bem que minhas obras não são dinas;
Que o rudo engenho meu me desengana.

Porém da vossa penna illustre mana
Licor que vence as águas Caballinas;
E comvosco do Tejo as flores finas
Farão inveja á cópia Mantuana.

E pois, a vós de si não sendo avaras,
As filhas de Mnemosine formosa
Partes dadas vos tẽe ao mundo claras;

A minha Musa, e a vossa tão famosa,
Ambas se podem nelle chamar raras,
A vossa de alta, a minha de invejosa.

Luís de Camões

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publicado às 07:49

Quingentésimo ano (241)

por cheia, em 28.08.24

Como quando do mar tempestuoso
O marinheiro todo trabalhado,
De hum naufragio cruel sahindo a nado,
Só de ouvir fallar nelle está medroso:

Firme jura que o vê-lo bonançoso
Do seu lar o não tire socegado;
Mas esquecido ja do horror passado,
Delle a fiar se torna cobiçoso:

Assi, Senhora, eu que da tormenta
De vossa vista fujo, por salvar-me,
Jurando de não mais em outra ver-me;

Com a alma que de vós nunca se ausenta,
Me tórno, por cobiça de ganhar-me,
Onde estive tão perto de perder-me.

Luís de Camões

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publicado às 07:49

Quingentésimo ano (240)

por cheia, em 27.08.24

Bem sei, Amor, que he certo o que receio;
Mas tu, porque com isso mais te apuras,
De manhoso mo negas, e mo juras
Nesse teu arco de ouro; e eu te creio.

A mão tenho metida no meu seio,
E não vejo os meus damnos ás escuras:
Porém porfias tanto e me asseguras,
Que me digo que minto, e que me enleio.

Nem somente consinto neste engano,
Mas inda to agradeço, e a mi me nego
Tudo o que vejo e sinto de meu dano.

Oh poderoso mal a que me entrego!
Que no meio do justo desengano
Me possa inda cegar hum moço cego?

Luís de Camões

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publicado às 10:01

Quingentésimo ano (239)

por cheia, em 26.08.24

Como fizeste, ó Porcia, tal ferida?
Foi voluntaria, ou foi por innocencia?
He que Amor fazer só quiz exp'riencia
Se podia eu soffrer tirar-me a vida.

E com teu proprio sangue te convida
A que faças á morte resistencia?
He que costume faço da paciencia,
Porque o temor morrer me não impida.

Pois porque estás comendo fogo ardente,
Se a ferro te costumas? He que ordena
Amor que morra, e pene juntamente.

E tẽes a dor do ferro por pequena?
Si; que a dor costumada não se sente;
E não quero eu a morte sem a pena.

Luís de Camões

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publicado às 07:52

Quingentésimo ano (238)

por cheia, em 25.08.24

Vós, Ninfas da gangética espessura,
cantai suavemente, em vez sonora,
um grande Capitão, que a roxa Aurora
dos filhos defendeu da noite escura.

Ajuntou-se a caterva negra e dura,
que na Áurea Quersoneso afouta mora,
para lançar do caro ninho fora
aqueles que mais podem que a ventura.

Mas um forte Leão, com pouca gente,
a multidão tão fera como nécia
destruindo castiga e torna fraca.

Pois, ó Ninfas, cantai! que claramente
mais do que Leonidas fez em Grécia,
o nobre Leonis fez em Malaca.

Luís de Camões

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publicado às 07:55

Quingentésimo ano (237)

por cheia, em 24.08.24

Vossos olhos, Senhora, que competem
Com o sol em belleza e claridade,
Enchem os meus de tal suavidade,
Que em lagrimas de vê-los se derretem.

Meus sentidos prostrados se submetem
Assi cegos a tanta magestade;
E da triste prisão, da escuridade,
Cheios de medo, por fugir, remetem.

Porém se então me vêdes por acêrto,
Esse aspero desprêzo com que olhais
Me torna a animar a alma enfraquecida.

Oh gentil cura! Oh estranho desconcêrto!
Que dareis co'hum favor que vós não dais,
Quando com hum desprêzo me dais vida?

Luís de Camões

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publicado às 07:50

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