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Barbárie
Aperta a mão ao teu irmão
Não mates o teu irmão
Tu e ele têm coração
As guerras são horrores em contramão
Nenhuma terá razão
Só matam, não dão pão
As vitórias são uma ilusão
Não sejas carne para canhão
Dá a mão ao teu irmão
Quem vos manda para a guerra não entra nela
O heroísmo é uma balela
O mundo morre por causa dela
A bala vai e vem
Mata o homem, a mulher e a criança, também
Tanta destruição de tanta habitação
Tanto suor em vão
O trabalho e o sonho de uma vida
Tanta canseira, num segundo destruída
Por seres mais forte, não espezinhes o teu vizinho
Porque podes ficar sozinho
Sem teres quem te dê a mão
Numa dura e triste ocasião
A vida é mais importante que toda a raiva arrefecida
E que todo o ódio acumulado, extravasado, pelo tempo adiado
Nada justifica a brutalidade das invasões
Nem retaliações, para matar as populações.
José Silva Costa
Assinatura digital
Mais um contributo para melhorar o ambiente
Existe uma aplicação, com a qual podemos criar uma assinatura digital
No dia 21/10/2023, com a ajuda do meu neto, assinei os dois primeiros documentos, com assinatura digital, sem tinta nem papel
Documentos que teria de imprimir, assinar e digitalizar
Com as novas tecnologias podemos poupar muita tinta e papel
Com a pandemia, a nossa médica de família nunca mais nos passou receitas e exames em papel
Envia-nos receitas e exames, sem papel, para o telemóvel, e é mais uma maneira de acabar com os papéis, tão apreciados, neste país
O telemóvel vai passar a ser a nossa carteira, vamos deixar de andar com o cartão da carta de condução, com o cartão de cidadão, com o cartão multibanco, teremos tudo no nosso telemóvel
Há tempos, num Domingo, de manhã, o telemóvel tocou, do outro lado, uma senhora perguntou-me se conhecia o Sr. …., disse-lhe que era meu cunhado, respondeu-me que tinha encontrado uma carteira, que tinha dentro o número do telemóvel, para onde estava a ligar, que é o número do telemóvel da minha mulher.
Agradeci-lhe e disse que ia informar a minha sobrinha, do seu nº de telemóvel, para que ela a contatasse e combinarem a entrega da carteira
Liguei para a minha sobrinha, para ser ela a tratar do assunto, uma vez que o pai já tem 89 anos, disse-lhe que tinham encontrado a carteira do pai, e que tomasse nota do número do contacto, pediu-me para lhe enviar uma mensagem, com o número, porque onde estava não tinha papel nem caneta
Mais tarde, ligou-me a agradecer, dizendo que já tinha a carteira em seu poder
Graças ao empenho de uma Senhora que, ao ver uma carteira atirada para um canteiro de um jardim, se preocupou em ver se tinha dentro algum contacto, para a entregar ao dono. Salvaram-se os documentos, os 30 euros, tinha o gatuno levado
Tudo isto para dizer quanto são maravilhosos os telemóveis, quando bem utilizados!
José Silva Costa
Faz-de-conta
Todos os anos, aquando da apresentação do Orçamento Geral do Estado
Governantes e Deputados brincam ao faz-de-conta
Uma brincadeira de que tenho tão boas recordações
A minha neta mais velha; que tive a felicidade de tomar conta até quase aos 3 anos
Enquanto os pais iam trabalhar, ficava a ler e ouvir a sua respiração até ela acordar
A certa altura começou a fazer sopas invisíveis, instantâneas, que me oferecia, e eu fazia-de-conta que estavam maravilhosas, o que fazia com que ficasse muito contente
Também, todo país fica muito contente, quando os Ministros das Finanças apresentam o Orçamento:
Muitos mil milhões para a educação, para a saúde, para a justiça …….
Mas, muitos daqueles milhões não são para gastar, é mais um faz-de-conta
São as famosas cativações, que fazem com que muitos milhões não sejam utilizados
O resultado do faz-de-conta está bem à vista nos Serviços Públicos:
Serviços hospitalares fechados, fazendo com que os doentes não saibam a quem recorrer
As grávidas não sabem onde os seus bebés irão nascer
Os médicos e professores estão zangados, de promessas, cansados
A justiça está parada, o que dá muito jeito a certos arguidos, que querem que os seus processos prescrevam
Os investimentos e as infraestruturas marcam passo, como tem acontecido com a ferrovia, os novos hospitais .....
O aumento dos juros virou do avesso a vida de muitas pessoas
A inflação matou todas as esperanças, mesmo que queira descer
É nos produtos alimentares, que continua a crescer, fazendo com que alguns produtos, de primeira necessidade, tenham subido cinquenta por cento ou mais
Os sem-abrigo, em Lisboa, quase que duplicou, e para eles ninguém olhou
O Governo deu algumas esmolas, mas fê-lo sem critério, deu mais a quem não precisava, talvez a intenção tenha sido a compra de votos
É triste ver o país, sempre, de mão estendida e de miséria escondida
Os jovens são os primeiros a darem o corpo ao manifesto, não adormecem ao som das balelas, pintam a manta
Os pobres não têm dinheiro para a janta
Os políticos continuam com as promessas e a propaganda.
José Silva Costa
A chuva
O verão já ia longo
Não queria dar lugar ao outono
O vento acordou do sono
Trouxe a chuva ao ombro
Que há muito tinha adormecido
Que não deu por estar atrasada
Costumava chegar pelo quinze de agosto
Este ano chegou um mês atrasada
Depois, ainda, tirou mais um mês de férias
Espero que não queira, agora, chover tudo de uma vez
Ainda temos mais meio mês de outubro
E meses sem fim, que gostam de ser lavados
Mas com água suave, para os massajar
Sem pressas, nem vagares, na medida certa
Para que a possamos apreciar, guardar, admirar
Sem ela não há vida, mas também tem tirado muitas vidas
Temos de atribuir à água mais valor
Não podemos continuar a desperdiça-la como se não valesse nada
Se lhe atribuirmos o valor do ouro
Será mais difícil estragá-la
Talvez, até faça com que passemos a poupá-la
Cai do céu, mas nem sempre
E, nós todos os dias a utilizamos
Sem ela não há vida!
José Silva Costa
A Minha Rua
A luz que te abraça incendeia a harmonia
A formusura da tua silhueta é a beleza nua
Não fujas do nascer da lua
Porque ela torna-te na mais bela estrela na rua
Laços de braços afugentam o cansaço
No rodopio do dia, quanto dele é alegria!
Cruza as pernas e os braços enquanto olhas a rua
Já viste como está engalanada por te ter como sua!
A tua áurea é esperança, é sol, perfume de romaria
Todos os dias todos se deitam e levantam a pensar em ti
Na esperança de os ajudares a vencerem os seus duros dias
Todos dizem que a rua deles é a mais bonita
Enfeitam as varandas com sardinheiras de todas as cores
Todas as mulheres são bonitas flores
Todos gostamos de receber louvores
Não queiras que as outras mulheres de ti tenham inveja
Ajuda-as, com a tua grandeza, a que gostem da sua beleza
José Silva da Costa
Sabores e cores
O doce setembro acabou
Bem-vindo outubro
Que nos traz outros sabores e cores
Tempos de amores
Em que se beijam as flores
Noites e dias dividem o dia
A noite é fria
Mas o dia ainda aquece o olhar
De quem já está no outono da vida
Que tem tanto para contar
Mas tão poucos para o escutar
O tempo está a encurtar
É importante o seu saber passar
A quem o queira apanhar
Aproveitem, porque não é preciso pagar
Só querem colaborar
As novas gerações ajudar
O futuro, no passado tem de assentar
O saber não tem par
Tem corrido ao longo dos séculos
Sem que ninguém o consiga apanhar
E, assim, vai continuar
Nunca se deixando agarrar.
José Silva Costa
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