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Património

por cheia, em 25.09.23

DE AlTEMIRA FIZ UM RAMO

 

Este é o título de um dos livros, que o Senhor Francisco Carita Mata, autor dos blogs: https://aquem-tejo.blogs.sapo.pt e https://apeadeirodamata.blogs.sapo.pt, me ofereceu, o outro é a XXIII Antologia da Associação Portuguesa de Poetas, 2019, o que muito agradeço.

Uma obra feita de muitas joias, algumas muito antigas, um testemunho escrito, para que o passado chegue au futuro

Este livro preserva a alma de um povo, de uma região: do Alto Alentejo, onde o autor guarda os tesouros da sua terra: A Aldeia da Mata

Para aguçar o apetite e espevitar a curiosidade, transcrevo alguns trechos dos muitos tesouros que o livro, De Altemira Fiz um Ramo, encerra.

 

Quadras de Amor e Desamor

   Enganos e Desenganos)

 

“  Todos me mandam cantar

 Mas ninguém me dá dinheiro

Pensam que a minha garganta

    É o fole de algum ferreiro.”

 

Quando eu era…

 

“Quando eu era pequenina

           Usava fitas e laços

        Agora que sou casada

 Uso os meus filhos nos braços.”

 

“Quando eu era solteirinha/pequenina

                   Usava sapato branco

                    Agora que sou casada

                 Nem sapato nem tamanco”.

 

 

Cantigas de Oito Pontos

“Amor p´ ra toda a vida”

 

Sepultei minha tristeza

      Na raiz do alecrim

Já não achas com certeza

Outro amor igual a mim.

      Na palma da tua mão

       Tá outra palma nascida

        Se me souberes amar

    Tens amor p´ ra toda a vida.”

 

 

 

Bem-haja, por preservar o nosso património

A nossa maior riqueza

São muitos séculos de arte e beleza

Num mundo globalizado, é ele que nos diferencia.                                                      

 

    

 

 

 

 

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publicado às 07:56

Puritanos

por cheia, em 18.09.23

Puritanismo

 

Destruam todas as estátuas

Queimem todos os livros

Senhores, novos, censores

A vossa sensibilidade não quer cores

Os rebanhos obedecem aos pastores

Basta que alguém escreva na internet: “Mate-se”

Que a manada, acéfala, corre a apoiar

Mesmo que não saibam do que se trata!

O que interessa é seguir a moda

Estar entre os milhões, nunca sozinho!

Pensar dá muito trabalho, o melhor é clicar

Apoiar tudo o que seja destruição

Acabar com tudo o que seja civilização

Enquanto os políticos andam de telemóvel na mão

Para saberem o que dizem as redes sociais

Tentam manter-se na crista da onda

Sem opinião, não sabem o que fazer

À primeira gritaria, dizem que sim

Mas, se as pessoas de bom senso se manifestarem

Voltam atrás, dão umas desculpas esfarrapadas

Como aconteceu com o Isaltino Morais, por causa do cartaz a condenar os abusos sexuais, na Igreja

E com o Rui Moreira, por causa da estátua dedicada ao Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco.

 

José Siva Costa

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publicado às 07:57

Abrupto

por cheia, em 11.09.23

Despedida

 

O verão está a despedir-se, este ano, abruptamente

Com chuva, que é muito bem-vinda, mas a destruição, não

O clima está muito doente, como tem mostrado, por todo o lado

Tão depressa está tudo a arder, queimando o que levou anos a crescer

Como tudo engole, com a força a força da água mole

Valha-nos o sol que, mesmo quente, parece não estar tão doente

Que continua a fazer germinar a semente

A amadurecer tudo, a iluminar o dia e a alegrar a nossa mente

Com o tempo doente ou não, temos de seguir em frente

Os que conseguem sobreviver a tantas calamidades

Que destroem tudo, incluindo vilas e cidades

Que não escolhem idades, utilizando todas as brutalidades

Como que a castigar-nos pelo desrespeito pela Natureza

Que, cada vez, nos presenteia com fenómenos de maior dureza

Será que conseguiremos aprender alguma coisa com a sua clareza?

Ou contentar-nos-emos com tanta perda de riqueza

Com meio mundo a morrer de pobreza

Sem sabermos o que fazer, sem termos nenhuma certeza

Num tempo em que a inteligência artificial sabe tudo

Por que razão não lhe perguntamos como poderemos acabar com o que nos aflige:

As guerras, a fome, as doenças, a ganância, as desigualdades, as calamidades, o orgulho

Tanta coisa, tanto sofrimento, para tão pouco tempo

Aproveitemos para melhorarmos o nosso comportamento

Enquanto, ainda, estamos a tempo

Se queremos evitar maior sofrimento

Não perdendo o resto do alento.

 

José Silva Costa

 

 

 

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publicado às 07:54

Flores de Verão!

por cheia, em 04.09.23

Flores de verão

 

O sol acende o brilho das flores

Os namorados acendem um beijo

Num canteiro escondido e perfumado

Esquecem-se que o dia está quase terminado

Para a lua embevecida, nem um olhado

Absortos no seu beijo estrelado

Não viram o mundo passar a seu lado

Ficaram presos na melodia de um fado

Como se a vida se tivesse esgotado

Não deram pela presença do sol, acordado

Só quando um sorriso apressado

Lhes entrou no peito, cansado

Os braços se abriram, mostrando o seu estado

Acordando-os do sonho encantado

Abandonaram o banco, pelo perfume esmagado

Caminharam de braço dado

Por todo o jardim, de lado a lado

Alimentando-se do perfume inalado

Como quem vive do olhar do seu amado

De um encanto nunca acabado

Numa casa com o teto enfeitado

E flores como telhado

Onde repousa o ar, parado

Como é bom viver enamorado!

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 07:55


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