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Janeiro
Dias inteiros
Soalheiros
Noites geladas
Árvores prateadas
Vento e rajadas
Frio e nortadas
Mãos gretadas
Velhotas curvadas
Das luas passadas
Beijadas, amadas
Ruas deitadas
Casas assombradas
Há muito abandonadas
As terras não são semeadas
Outrora todas ocupadas
Vidas apagadas
Sombras sonhadas
Luas desenhadas
Memórias arrumadas
Fontes magoadas
Águas branqueadas
Esperanças molhadas
Telhas desalinhadas
Estrelas afiadas
Lágrimas salgadas
Vidas adiadas
Bocas escancaradas
Desesperadas.
José Silva Costa
Pobre povo
Entregue a corruptos vaidosos
Sempre prontos para eventos únicos
1 0 estádios de futebol para Euro 2004
Alguns para ovelhas pastarem
Que ainda estamos a pagar
Um palco altar, mais um evento único
Feito em ouro, para ficar para posterioridade
80 milhões de euros atirados aos ventos
Ninguém nos ganha na organização de eventos
Para a construção de casas, escolas e hospitais não temos tempo
Felizmente, dinheiro não nos falta!
Todos os dias vamos, de cesta na mão, pedi-lo emprestado
Somos os maiores em tudo!
Temos a terceira maior dívida do mundo
O Governo acaba de ir buscar mais um fundo de pensões
O da Caixa Geral de Depósitos, no valor de 3 mil milhões
Os dos outros Bancos, já tinha sido absorvidos, no tempo do Governo de Sócrates
Para tantos luxuosos e únicos eventos, temos de fazer alguns sacrifícios
Dormir na rua ao frio, ao relento neste inverno gelado, e em casa sem aquecimento
Esperar, dezenas de horas nas urgências dos hospitais, anos por consultas externas
Alunos sem aulas, a algumas disciplinas, todo o ano, por falta de professores
Mas todos estes sacrifícios serão bem compensados, quando já não fizer frio
Em Agosto conviveremos com jovens de todo o Mundo
Esqueceremos todos os nossos problemas
Viveremos felizes para sempre.
José Silva costa
Comemorações
Flores bonitas de janeiro
Este país é um tinteiro
Para cada político o seu mealheiro
Todo o político é porreiro
A polícia bem pode trabalhar o tempo inteiro
Porque ninguém resiste ao dinheiro
Todos de consciência tranquila
Quase meio século neste atoleiro
Como é que acreditei que poderia ser diferente?
Só por que os militares entregaram a liberdade a toda a gente
Entregaram-lhe, também, o poder de escolher
Mas, o pior é que não há por onde escolher
Estão todos inocentes, são todos do melhor
Quem é que acreditaria, que cinquenta anos passados, estávamos neste estado
Um pais, sempre, inacabado, adiado, mal tratado, roubado, enganado
Como é que poderia ser diferente, se o problema está na gente!
Tem sido assim ao longo dos séculos
Já não há esperança
Todas as tentativas falharam
Os dias estão agoniados
São os nossos fados
Este era o ano do tudo ou nada
Mas não saímos desta maçada
Desta vez temos de cumprir
Da avaliação não podemos fugir
E o tempo está a contar, a passar
Dizem que não nos podemos mais atrasar
Mas não há tempo para Governar
Porque o Governo passa o tempo a novos membros nomear.
José Silva Costa
Obrigado!
Eugénio de Andrade
19/01/1923 – 19/01/ 2023
Como gostava de te homenagear
Neste dia do teu aniversário
Neste dia do teu centenário
Mas não tive o teu condão
A poesia não me deu a mão
Mas tenho uma enorme alegria
Por poder ler os teus poemas
Poemas como ninguém fazia
Grato por me teres deixado a tua poesia
Posso lela todo o dia
Nunca me cansarei, eu sei
Porque ela é única, é sabedoria
Quero que saibas que hoje é o teu dia
Todos te estão a homenagear
Podes em paz descansar
Os teus versos nunca se vão apagar
A morte foi um acordar
Para os que em vida nunca te viram versar
Daqui a cem anos já cá não estarei para te homenagear
Mas outros te vão, nesse dia, lembrar
Mas descansa, nunca te esquecerão, outros te louvarão.
Obrigado, Eugénio de Andrade!
José Silva Costa
Ventos do Sul
Ventos do Sul, pássaros azuis
O brilho do sol nascente
És trigo, és fogo, és gente
Na planície bem quente
Papoilas lançadas ao vento
São sangue, são semente
São beijos de um sonho contente
Rubros lábios gretados do vento suão
Mãos calejadas das foices
Faces rosadas e perfumadas como flores
Trigueira ceifeira de olhos castanhos
Cabelos pretos tapados com o lenço
Corpo dorido e cansado
Sonhando com o dia da adiafa
Espigas douradas reluzentes ao sol ardente
Que embalam os grãos que vão alimentar tanta gente
És perfume, és esperança, és pão
Festas de mastros pelo São João
Onde se canta e dança, para esquecer os duros trabalhos do campo
Planície dourada, bonita namorada da madrugada
Que dorme a sexta na sala de entrada
Quando a calma é demasiada.
José Silva Costa
Agradecimento
Destaque
SOCIEADEPERFEITA
"Governantes em desafiosQuem fica menos tempo nos assentosQuem entende estes tempos?"
O meu blog “Socieadeperfeita” esteve, no fim-de-semana, em destaque
Agradeço aos leitores, leitoras e à Equipa do SAPO BLOGS a visibilidade dada ao mesmo.
Para todos e todas uma boa semana, com saúde e alegria.
Dias líquidos
Perfumes vazios
Água em rios
Anos luzidios
Amores frios
Governantes em desafios
Quem fica menos tempo nos assentos
Quem entende estes tempos?
Cada vez mais quentes
A afetarem as mentes
Tanta demissão
Pode comprometer a corrupção
Haja esperança
Nesta Nação
Quando o crime não compensar
Pode ser que o deixem de praticar
Este povo tem tido muito azar
Mas um dia ainda vai brilhar
Uma vez que tudo está a mudar
Só temos de esperar
Que as novas gerações
Educadas com tantas pressões
Sejam capazes de inverter as situações
Dar valor a quem o tem
Em vez de esperar empurrões
Não liguem aos sermões
Não tenham ilusões
Procurem novas soluções
Os velhos são uns foliões.
José Silva Costa
Bem-vindo 2023!
Todos os anos é isto!
Nasce radiante, perfeito, formoso
Recebido com alegria e euforia
Fogo-de-artifício e champanhe
Mais ninguém tem uma receção assim
Em todo o Mundo, fazes os corações bater fundo
Vestem-se a rigor para te receberem com todo o esplendor
Todos esperam que sejas bom e próspero
Mas, passada a euforia, volta tudo ao que era no outro dia
Ninguém sabe como te vais portar
Não depende só de ti o bom ou mau comportamento
Os teus colaboradores também têm o dever de te ajudar
A começar pela Natureza, que pode criar a maior calamidade ou a maior beleza
As mulheres e os homens também têm as suas culpas, no que de bom ou mau acontece
Se todos conseguissem chegar a acordo, o Mundo seria um paraíso
Mas, para isso seria preciso que alguns tivessem mais juízo
E, não nos impusessem tantos horrores e prejuízo
Vale-nos a primeira noite, como se fosse de núpcias, cheia de alegria, sonhos e votos de bom
ano
Depois começam as agruras: o aumento do custo de vida, as mesmas guerras, ou pior, mais guerras, pandemia, destruição e dor, muito horror, gente conformada, que não faz nada
Quando chegares ao fim, voltaremos a receber o teu substituto, com muita alegria e esperança de que seja melhor, é isso que nos faz correr, acreditar que o dia seguinte será melhor, fazendo com que todos os dias nos levantemos com força para enfrentar um novo dia, que esperamos traga tudo de bom.
Um Feliz e Próspero 2023 para todas e todos.
José Silva Costa
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