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Compras online

por cheia, em 30.12.22

Compras online

Toranjas

 

Desde que começou a pandemia que procuramos não sair da redoma de vidro

Temos feito as compras, sempre que possível, online

Por vezes, quando executam as encomendas, alguns produtos estão em faltam e eles substituem-nos por outros e cobram o preço do produto encomendado, mesmo que o substituto custe o dobro, como foi o caso

Mas, desta vez, substituíram laranjas do Algarve, por toranjas vermelhas, devem ter tido em conta que os nomes só variam em duas letras

Quanto aos frutos, mesmo que fisicamente tenham semelhanças, no sabor e propriedades são muito diferentes, tanto que nunca tínhamos comprado toranjas, já as laranjas não nos lembramos de quando as começamos a saborear

Recorri ao blog da amiga Zé – Liberdade aos 42 – https://liberdadeaos42.blogs.sapo.pt, onde publicou 108 excelentes postes sobre alimentos, na rubrica, Alimentos de A  a  Z…..    

Depois de lermos o excelente post sobre as toranjas, esclarecidos sobre os prós e os contras, só o nosso neto teve curiosidade em fazer sumo do desconhecido fruto, mas ninguém gostou

As toranjas ficaram muito tristes por não gostarem delas, por terem sido rejeitadas, por as terem arrumado para um canto, enquanto saboreavam as outras frutas

Continuam muito tristes, sem saberem o que lhes vai acontecer, já foram informadas de que o seu custo foi devolvido ao comprador, o supermercado não exigiu a sua devolução, sentem-se abandonadas por todos, não têm quem as defenda, deverão ser devolvidas aquando da próxima encomenda, estão com receio de irem para ao lixo, sem qualquer préstimo.

 

A todas as leitoras e leitores desejo um Feliz e Próspero Ano Novo de 2023.

 

 

José Silva Costa  

 

 

 

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publicado às 08:01

Lisboa!

por cheia, em 26.12.22

Lisboa!

 

Moura encantada

Saia rodada

Bebe o sol da madrugada

Na Madragoa

É esta a minha Lisboa

Feiticeira, namoradeira

Um manjerico num vão de escada

Uma sardinheira numa sacada

Dois dedos de conversa

Na porta de entrada

Uma varina apressada

No cais da Ribeira

Um pregão que se ouve na Lisboa inteira

Num banco de jardim, um magala e uma sopeira

Namoram a tarde inteira

Já foram à feira Popular

Estão a ver o tempo a passar

Aproxima-se a noite

Têm de se despedir

Ele tem de ir para o quartel

Ela tem de ir servir o jantar.

 

José Silva Costa

 

 

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publicado às 08:00

Presente de Natal

por cheia, em 23.12.22

Presente de Natal

Nunca se perderam de vista

Cedo começaram a trabalhar

Muitos dias para o mesmo patrão

Começaram pelos 7, 8 anos

Nunca foram à escola

Não havia escolas

Não era obrigatório ir à escola

Seguiram os passos dos pais

Cresceram nos trabalhos do campo

Amparavam-se um ao outro, nos bons e mãos momentos

Um dia o Marcolino disse para a Francelina:” queres namorar comigo? “

A Francelina respondeu-lhe: não temos namorado sempre?

Marcolino aproveitou para beijá-la, e ela não se fez rogada

Continuaram a namorar como duas aves que estivessem a construir o ninho

Até que um dia ele lhe pergunta: “não achas que já chega de namoro?”

“Já chega e sobra”, disse ela,” vai mas é falar com o meu pai”

No dia seguinte o Marcolino encheu-se coragem e foi pedir a Francelina em casamento

Não sabia como começar, o pai dela farto de esperar, “disse-lhe: desembucha rapaz, achas que não sei como vocês olham um para o outro, tratem de juntar os trapinhos, que eu arranjo-vos um cantinho para viverem”

Pouco tempo depois casaram-se, continuaram com os beijinhos, como dois pombinhos

Em menos de um ano chegou o primeiro bebé, e continuaram até ao décimo

Assim que acabavam a instrução primária iam trabalhar, mas não para o campo

Não queriam seguir os passos dos pais

Procuraram trabalho nas cidades, não queriam o trabalho duro do campo

Mas, para mais de metade, Portugal era pequeno demais

Foram para o estrangeiro, espalharam-se por vários continentes

Só três ficaram no país, mas na capital

Eram os únicos que todos os anos passavam o Natal com os pais

Os outros nem sempre tinha possibilidades de vir a Portugal

Viviam muito longe, tinham casado, tinham filhas e filhos, era difícil conciliar a vinda de todos a Portugal

Os pais todos os anos lhes pediam que os viessem ver, que queriam conhecer toda a família, que o melhor presente, de Natal, seria juntar todos os filhos, as filhas, as netas e os netos 

Já estavam na década dos 90 anos, não podiam esperar muito mais

Poucos anos depois, conseguiram, pelo Natal, juntarem-se todos, na casa dos pais

A casa estava cheia como um ovo, e os seus corações estavam repletos de contentamento

Os primos trocavam mensagens uns com os outros, para que quando regressassem a casa, se pudessem contactar

Tinham pena que os avós não soubessem lidar com as novas tecnologias, para poderem vê-los todos os dias

Quando se despediram, os pais disseram-lhes que tinha sido o melhor presente de Natal

Foi a última despedida em vida.

 

Para todas e todos um Feliz Natal e um próspero Ano Novo

 

Este é o meu Conto de Natal, conseguido com a inspiração que comprei na farmácia, por recomendação da amiga Isabel, que podem e deevem visitar em: https://imsilva.blogs.sapo.pt 

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publicado às 07:59

Nomes & números

por cheia, em 19.12.22

Dezembro

Um mês em que muitos põe um sorriso diferente, mas que não é para sempre, é só porque é o mês do Natal

Mas, infelizmente, nem todos conseguem essa maquilhagem anual, uma vez que os comerciantes capturaram o Natal, para o tornarem num mês de desenfreado consumismo

Aqueles que não conseguem acompanhar esse despesismo, só lhes resta desesperar, por as prendas não puderem comprar

A troca de prendas tornou-se quase obrigatória, e isso faz com que muitas pessoas, em vez de um Natal em festa, tenham um Natal amargurado

As exigências de filhos e netos faz com que alguns pais e avós tenham um Natal muito triste, por não terem possibilidades de lhes comprarem prendas para colocarem no sapatinho

Dezembro já ia avançado, uma Senhora entrou no comboio, ainda não ia apinhado, as portas ainda fechavam, não tinha posto o sorriso do Natal, mal se sentou, tirou da mala uma calculadora, uma esferográfica e uma folha de papel com nomes e números

Fazia contas à vida, tentava encaixar as pendas de Natal, no subsídio de Natal

Contas e mais contas, nos intervalos arrepelava os cabelos, falava sozinha, perguntava a si mesma o que fazer, foi assim toda a viagem, e não conseguiu aprovar o orçamento

Hoje, todos somos bombardeados com publicidade, cada vez mais apelativa, capaz de nos influenciar na compra de mais coisas, mesmo que não necessitemos delas

Muitas crianças não conseguem compreender a razão por que pais e avós não lhes compram o que eles querem, a sua tenra idade, ainda não lhes permite perceberem as dificuldades por que passam as suas famílias

O Mundo, infelizmente, será sempre muito desequilibrado, com muitos muito pobres e poucos muito ricos, que têm mais que todos os muitos muito pobres!

 Neste mês de reflexão, pensemos nos que não têm nada, na maneira como os poderemos ajudar, não com esmolas, mas com direitos

Os políticos incompetentes, incapazes de fazerem reformas, que poderiam tornar o mundo melhor, optam por dar esmolas, numa tentativa de enganar os eleitores

Mas, pior que ser enganado, nos países onde se pode votar, é viver sob regimes autoritários, onde não se pode abrir a boca

Para todas e todos, um Feliz Natal e um Ano Novo próspero.

 

José Silva Costa

 

 

 

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publicado às 08:00

A Natureza

por cheia, em 16.12.22

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Natureza à Escuta Antologia de Poesia Volume II


"Natureza à Escuta”!


A natureza é a beleza da nossa casa comum
Todos dependemos desse teto, para cada um
Um lugar, em que todos somos responsáveis pela sua saúde
Não adianta culpar este ou aquele, cada um tem de fazer a sua parte
Temos de assegurar o futuro, com engenho, ciência e arte
Tudo está nas nossas mãos, na nossa determinação, sem elas não há salvação
Ouvir todas as opiniões, escolher as melhores soluções, escutar o nosso coração
Paremos com a louca corrida do aumento da temperatura, porque estamos perto da
rutura
Mas, ninguém pense que a transição não tem muitas alterações e muitos custos
Vale mais lutarmos todos juntos, que mais tarde não conseguirmos conter os sustos
Temos como acelerador a juventude, que muitos não ouvem, porque querem, os
seus interesses, defender
Acautelar o bem comum, sem olhar para quem está a passar, é essencial e
determinante
Aproveitemos as tecnologias, sem medos nem receios, o mundo está cheio de freios
de diamante
O futuro é feito de sonhos, com humanismo, aventura e espirito desafiante
O maior desafio é vencer o imobilismo, há muito quem não goste de mudanças
Criamos hábitos, alterá-los é motivo de preocupação, não gostamos de andanças
Um engodo pode fazer-nos sair da hibernação
Um forte objetivo, uma boa explicação e uma boa governação
Podem fazer com que comecemos a ouvir e compreender a natureza
Com alegria, com determinação, com mais firmeza e sem tristeza
Vamos todos dar as mãos pelo planeta e pela natureza.

 

A minha participação na obra "Naturea à Escuta" - Antologia de Poesia, volume II, do Instituto Cultural de Évora

Uma obra publicada em versão e-book, sustentável e amiga do ambiente,  pode ser lida em qualquer Continente.

 

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publicado às 07:49

Mimada

por cheia, em 12.12.22

Lisboa

Feiticeira no Paço da Ribeira

Namoradeira e estrangeira

Varina de canasta à cabeça rua acima

Em cada colina uma floreira

O fado em todo o lado

Flausina de nariz arrebitado

Na procura do moço amado

Para marcharem no dia de Santo António

Beijada no vão da escada

Um beijo roubado, na despedida

O amor é um desassossego

Mesmo que queiramos não conseguimos escondê-lo 

Sobe ao Castelo, de fugidia

Ver a cidade dali é como a beijar

Uma das colinas parecia uma bailarina

Junho é o maior mês da folia

As ruas enchem-se de magia

Nos arraiais a sardinha é rainha

Lisboa, cidade tão velhinha

Sempre renovada e de cara lavada

Tem nas Amoreiras a sua mais nova e bonita entrada

Por todos quer ser beijada

Sejam nómadas digitais, seja quem for

Todos são bem recebidos

Vêm de todo o mundo

Dizem que é por causa do sol, da comida, das pessoas ……

Seja lá pelo que for

As ruas estão cheias de beijos e amor.

José Silva Costa

 

 

 

 

 

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publicado às 10:14

Mãos de fada

por cheia, em 05.12.22

Mãos de fada

 

Mãos que abraçam e confortam

Sombras nuas em noite de luar

Olhos que iluminam a escuridão

Beijos em noites de solidão

Que queimam o coração

Noturnos silêncios em combustão

Corpos que sublimam na perfeição

A natureza a sorrir de tanta pureza

Rios que nos embalam os sonhos

Com os seus bonitos olhos risonhos

Vertical amanhecer da madrugada

Como se fosse uma noiva dourada

Sol quente na terra molhada

A lavar-nos os lábios da noite suada

Uma rosa vermelha, perfumada, para a namorada

Corpos fundidos a respirarem o ar quente

Terra ávida de sol, água e semente

Temos uma longa e bonita vida pela frente.

 

 

 

José Silva Costa

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publicado às 08:00


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