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Bem-vindo, Outono!
Menos horas de sol
Mais tempo para o sono
É importante acompanhar e respeitar a Natureza
Não devemos tentar enganar o sono
Tomando substâncias para o afugentar
Pode não querer voltar!
É muito importante descansar
Não podemos querer tudo abarcar
O outono e o inverno são para recuperar
Das loucuras do verão
Em que o sol nos obriga a desrespeitar os bons hábitos
”Deitar cedo e cedo erguer, dá saúde e faz crescer”
Com a invenção da eletricidade é dia todo o dia
E, não pararam as invenções a apelarem-nos para que as descubramos
Para nos mantermos sempre à tona e não ficarmos para trás
Tantos séculos, tantos progressos!
Mas, o tempo continua na mesma, nem mais um segundo!
Como conseguir dar atenção a todas a solicitações?
Temos de fazer escolhas
A melhor é fazer uma vida saudável
Sem saúde as escolhas ficam muito limitadas
Com os anos, temos de ir abandonando algumas autoestradas
Todos os dias devemos fazer o que podermos
Não deixar para quando estivermos reformados
Podemos chegar atrasados
Não conseguindo fazer o que tínhamos planeado
O nosso tempo está cronometrado.
Hoje, fazemos 57 anos de casados.
José Silva Costa
Lisboa!
Ruas estreitinhas
Fados antigos
Colinas com postigos
Bairros contíguos
Muitas colinas despidas
Elevadores estendidos
Estrangeiros aos montes
Já não há fontes
Tudo muito sofisticado
Tudo embalado
Já não há azeite, arroz, açúcar, avulso
Já ninguém sobe a pulso
Os presos sonham com um indulto
Decretaram três dias de luto
Há quem ache que é um insulto
Está tudo tão mudado!
Já não há burros, nem palha
Nada falha
No bairro alto vendia-se amor
Agora, o barulho é um horror
O futebol era uma festa
Hoje, é um campo de batalha
Os adeptos têm de estar em campos opostos
As famílias, cujos membros não sejam todos do mesmo clube
Não podem ver os jogos juntos!
Cada um tem de ir para o seu campo de luta
Ao ponto a que chegou o futebol!
Minha Lisboa, minha princesa, ninguém tem tanta beleza
Como tu, eterna noiva do Tejo.
José Silva Costa
Choveu!
Finalmente a chuva voltou
Toda a natureza se alegrou
Não é agradável andar ao vento e à chuva
Não ver o sol durante alguns dias
Mas, eu vi a alegria das árvores e das plantas
E, até dos rios, que há muito pediam este banho
Estavam fartos de água só das estações de tratamento de águas residuais
Queriam uma enxurrada que os lavasse, que os perfumasse
As cheias, com todos os detritos que arrastam, lavam os rios de margem a margem
Os caracóis acordaram do longo sono da hibernação
De olhos lavados “correram” para todos os lados
À procura de alimento, o jejum foi de muito tempo
A terra agradeceu a maravilhosa rega
Sorriu de contente por ver novamente as sementes a incharem, para germinarem
Em breve, os herbívoros terão alimento fresquinho, tenrinho, gostoso
Toda a natureza aproveitou para lavar o rosto
Depois de meses de calor, de sede, foi uma grande alegria ver de novo a terra agradecida
Por ter sido fecundada, dando origem a um novo ciclo de vida
Foi um longo e duro período de seca
Uma dolorosa e angustiante espera, pela preciosa e natural bebida
Sem ela, não há vida!
Uma preciosidade, muito desbaratada e pouco valorizada
Mas, a sua escassez pode vir a torná-la mais valiosa que o ouro
Quem a tiver terá um tesouro
Muito obrigado verão, por esta maravilhosa prenda
Só te costumam agradecer o sol, mas esta chuva foi muito bem-vinda.
José Silva Costa
Olhos encantadores!
Formosos olhos, que encantaram os meus
Que toldaram os céus e o sol
O momento em que te vi, nunca mais o esqueci
Todos os dias corro atrás de ti
Queria-te dizer quanto te amo
Mas, tu não ouves os meus lamentos
Passam por ti como os ventos
São terríveis os momentos
Em que tento captar a tua atenção
Mas todas as tentativas têm sido em vão
As mulheres são como o pão
Para o conseguir, mil voltas se dão
Um dia finjo que perdi a visão
Vou contra ti, como quem perdeu o pé
Flutua ao sabor das ondas e da maré
Esperando que me salves e me dês fé
Que me ressuscites para a vida
Que compreendas que sou a outra metade de ti
Que não poderemos viver um sem o outro
Que o amor é mais forte que o sol-posto
Que é tão lindo o teu rosto!
Capaz de ensombrar o luar de Agosto
Que nunca mais ficaremos longe um do outro
Que só a morte nos separará a contra gosto.
José Silva Costa
Tudo gratuito!
Tudo o que é gratuito tem tendência a fazer com que haja desperdícios
Em rigor não há nada gratuito!
Tudo gratuito, para todos, sejam ricos ou pobres!
São as novas promoções, dos partidos políticos, para a nova temporada de Outono/Inverno!
Uns oferecem creches gratuitas para todos e serviços de saúde gratuitos, para alguns
Outros oferecem transportes públicos gratuitos para determinadas faixas etárias
Há quem não possa oferecer nada, mas promete a possibilidade de escolha na educação, na saúde, etc.
Quando lemos as letras pequeninas dos folhetos da propaganda, ficamos a saber que as creches gratuitas para todos, afinal são só para os que nasceram a partir de 2022, cujos pais consigam vagas nos serviços públicos ou instituições particulares de solidariedade social, para os que tenham de ir para as creches privadas, só será a partir de Janeiro
As Câmaras mais ricas propagandearam transportes públicos gratuitos para determinadas faixas etárias, não sei se as outras as conseguirão acompanhar, ou se continuaremos com o habitual: “ Portugal é Lisboa e o resto é paisagem”
Para os reformados pode ser uma ajuda para passarem umas horas, de um lado para o outro, sem pensarem como enfrentar a inflação
Também temos os que nos querem enganar, dizendo que podemos escolher os hospitais, os estabelecimentos de ensino …….!
O que querem é que todos paguem, para que os seus filhos estudem nos colégios das elites, pagos, também, por quem nunca verá lá os filhos
Se querem serviços diferenciados, de saúde, de educação, seja do que for, paguem-nos!
Não nos queiram enganar com opções de escolha, que não temos
Não estou a ver as pessoas, das aldeias e montes do interior do país, com possibilidades de escolherem o Hospital da Luz, da Cuf ………….
Nem para os filhos escolherem o Charles Pierre, a Escola Alemã, o Cambridge school……
Numa altura em que os serviços públicos de saúde não conseguem dar resposta a algumas especialidades, vinha mesmo a calhar, a possibilidade de todos sermos ricos, de podermos escolher onde queremos ser tratados. Mas, infelizmente, as escolhas são poucas, e mesmo para os que as podem fazer, alguns, quando já não interessam aos privados, são enviados para o Serviço Nacional de Saúde, que é onde todos são atendidos
Acontece, que muitos cheques-dentista não são utilizados, não sei se por desleixo, por pouca adesão por parte dos médicos dentistas, ou porque os pais não têm tempo para irem com os filhos ao dentista
Há quem tenha de trabalhar, todos os dias, para que não falte, pelo menos, o pão na mesa!
José Silva Costa
Bem-vindo Setembro!
O mês da transição do verão para o outono
Um mês temperado pelo amor
Suave e doce como uma flor
Sem frio nem calor
O primeiro mês que vi
Aquele em que nasci
Por quem tenho um eterno encantamento
Pelo mais belo momento
Que é o nascimento
Nenhum outro acontecimento
Tem tanto carinho e reconhecimento
Como o dia em que os nossos pais nos apresenta ao mundo
Dizendo: “a nossa filha/o, o nosso fruto, a coisa mais preciosa que temos”
E, daí em diante, vão viver em função daquele pequeno ser
Que vai levar tantos anos a crescer
Com quem tantos cuidados vão ter
Um dia inesquecível!
A preocupação com a sua semente nunca mais os vai abandonar
Esteja onde estiver, a preocupação vai-se manter
Seja homem ou mulher
Muito obrigado a todos os pais, mesmo aos que não o souberam ser
Não se nasce pai, nem mãe, passamos a vida a aprender
Não há nada que nos dê mais prazer, do que ver os nossos frutos crescerem e serem felizes
A vida é a mais fantástica e bela aventura!
Quantos de nós a souberam viver?
José Silva Costa
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