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O coração!

por cheia, em 25.08.22

O coração!

 

Passas no passo do teu encanto encantado

Ninguém fica indiferente à tua beleza, nem à leveza do perfume ajustado

Não perco um passo do teu passeio, num cintilante encantamento

Que bem empregue esse meu tempo!

Encostado à sombra do teu passo apertado

Segurando a lua da tarde, bebo, do teu perfume, demasiado

Fico extasiado, vendo-te desaparecer, por entre o montado

Todos os dias a mesma tortura, ensaio umas palavras de admiração

Mas quando estás perto, a minha boca não as consegue pronunciar

Só oiço o bater do coração, a querer do peito saltar

Pelo teu olhar, sei que te apercebeste do meu mal-estar

Mas tu continuas na tua altivez de para mim não quereres olhar

Pareces feliz por conseguires fingir que nunca me viste

Sabendo que todos os dias te enfeitas para provocares a minha timidez

Sentes que o meu olhar queima a tua pele, e isso faz com que não queiras quebrar o encantamento

Mas, um dia encho-me de força e sigo-te até onde for o teu pensamento

Sempre quero ver se és capaz de nem sequer me dares um cumprimento

Boa tarde, como está, precisa de ajuda, onde mora, boa noite, até amanhã

Sabes que uma palavra tua pode ser a minha salvação

Mas, por enquanto vais fazer- me sofrer, para ver se é verdadeira a minha admiração por ti

Vou continuar, por o tempo que for preciso, a vigiar os teus passos, na certeza de que um dia me vais compensar por todo este esforço

É o meu coração que diz, que um dia se vai unir ao teu

Os corações não se enganam!

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 07:57

Mulheres!

por cheia, em 18.08.22

© Boushra Almutawakel

imagens do blog: os desafiosda abelha - https://anadedeus.blogs.sapo.pt

Um texto sugerido pela querida Ana, que muito agradeço.

 

 Mulheres!

Mulheres tratadas como objetos

Não podem trabalhar nem estudar, fora de casa

Têm de ter um elemento masculino como tutor

Toda a vida tratadas como seres inferiores

Sujeitas a todas as barbaridades dos alarves 

Não têm direitos, nem liberdade, apenas deveres!

Obrigadas a taparem-se todas, para saírem à rua

Encafuadas nas negras e tristes burcas

Faça sol ou chuva, seja noite ou dia

É a triste realidade de muitas mulheres

Que não se conseguem, do jugo dos homens, libertar

Ainda que, por alguns, por palavras sejam louvadas, colocadas em pedestais e elevadas a santas

Quantos mais milénios terão de passar

Para as mulheres conseguirem, a liberdade, alcançar?

Ser um ser de plenos direitos, sem atropelos aos seus direitos!

 

 

 

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publicado às 07:33

Férias!

por cheia, em 11.08.22

Férias!

Sol sal areia água mar

Uma onda para refrescar

Dois dedos de conversa na esplanada

As férias a esgueirarem-se por entre os dedos

Passam a correr, sem se ver!

Um terço do mês desapareceu num ápice

Os castelos de areia a desfazerem-se nas mãos

A sexta dormida na barriga da tarde

O resto da tarde a comtemplar o mar

A noite a evaporar-se como se fosse álcool

Os planos a saírem furados

Mais de metade dos projetos ficaram por executar

A ida aos museus ficou para melhores dias

Foram muitas e boas as horas passadas com as tias

Por muito que tivesse esticado os dias não consegui melhorias

Os minutos as horas os dias os meses os anos já estão completamente esticados

Cada vez somos mais solicitados

É a televisão é o cinema o teatro a praia o campo o sol a lua o diabo o vento

Cada um rouba um bocado do nosso tempo, e aquele aquém não dermos atenção fica zangado

Este é o triste fado de quem tem um mês de férias e não fica o resto do ano desocupado

Há tanto que fazer por todo o lado!

Nem que seja passar umas boas horas a meditar deitado

Com o cansaço das correrias do progresso já nem dão um abraço

Não há tempo não há amor nem amizade nem espaço

Para muitas pessoas perder um segundo é um embaraço

Como se não tivessem todo o tempo para descansarem do cansaço

Quando finalmente se preparam para saborear o tempo, este já acabou ou é escaço

O nosso tempo é medido por um baraço

Que vai encolhendo até acabar

É por isso que não o devemos desperdiçar

Mestria é saber gastá-lo.

José Silva Costa

 

 

 

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publicado às 08:04

Propaganda enganosa!

por cheia, em 04.08.22

Propaganda enganosa!

 

Agosto, o mês das férias!

Este ano, de novo, em liberdade

Com a pandemia na melhor fase

Todos querem recuperar o tempo perdido

O Governo é que está perdido

Os serviços públicos não funcionam

Não conseguiram sobreviver à pandemia

Nada funciona, é só propaganda enganosa!

Por muito bem-feita e de cor-de-rosa

Não consegue apagar os problemas

Alunos sem professores e esquadras fechadas

O INEM sem ambulâncias, e a doente morre na rua em frente

E que dizer dos Hospitais, que nunca se sabe que serviços estão a funcionar!

Os serviços de obstetrícia são os que mais têm encerrado

Quem é que não está alarmado?

Às gravidas não lhes chegava o seu estado

Ainda têm de conviver com a incerteza de não saberem onde a filha/o irá nascer

Quantos quilómetros terão de percorrer, a que porta irão bater

Quem é que consegue explicar o que está a acontecer?

Os Governantes dizem que é tudo normal!

Quando interpelados, às questões não respondem

Atiram com atos praticados e milhões, para criarem confusões

Incapazes de fazerem previsões, passam o tempo a criarem ilusões

E, assim, vão arrastando o país para o precipício, apoiados por multidões

Que preferem ser enganados, a ouvirem as verdades

É tão agradável ouvir o que desejamos em vez de assumir as realidades!

Quando somos chamados a pagar a fatura ficamos indignados

Mas não assumimos que fomos coniventes

Nada colheremos, se não soubermos quando, à terra, deitar as sementes.

 

José Silva Costa

 

  

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publicado às 07:57


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