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O trigo!
Um cereal muito antigo
Originário do Egito
Cuja farinha, para além do pão, dá para fazer muita coisa gostosa
Não há ninguém que não goste de pão
Para muitos, a base da alimentação
Os políticos deitam-lhe a mão
Como arma de manipulação
Os pobres comem o pão que o diabo amassou
Mas nem esse, hoje, têm!
A guerra quer matar todos à fome
Exceto os que estiverem à distância das balas
Esses morrem mais depressa
Tudo destruído e morto, é o que interessa
Antes que a loucura arrefeça
E o homem não consiga cumprir a promessa
De acabar com a Ucrânia
Onde os campos de espigas douradas lhe fazem confusão
Não fosse o mundo livre levantar-se contra a sua ambição
E, o mundo já estaria na sua mão
Fruto da sua operação especial de libertação
É por isso que não percebe tanta ingratidão
Em vez de lhe agradecerem por tão boa ação
Decretaram proibições e sanções
Com essas ações estão a atrasar a libertação
Como é possível não gostarem de viver sob a sua dura ditadura!
Preferem viver em liberdade!
Alimentando a solidariedade para com a Ucrânia
Quando poderiam ser tão felizes sob a bota da Rússia.
José Silva Costa
Abandono!
Chamas venenosas por todas as encostas
Aceleradas pelo vento, matam tudo por onde passam
As pessoas assistem, indefesas, ao roubo de bens e vidas
Rezam, mas as chamas não as ouvem e continuam com as suas investidas
As lágrimas sulcam-lhes as faces e inundam as rugas
Como se quisessem apagar as chamas
Arderam os animais, as plantas, as casas e as camas
O trabalho de muitas vidas, em pouco tempo, desaparecido
Nos choros sustidos, afogam-se os gritos, para não magoarem os sentidos
Corpos abandonados, às dores, vagueiam no fumo espesso dos horrores
Um silêncio aterrador inunda os campos ardidos
Todos os anos se repetem as tragédias dos incêndios
Abandonados e vergados pelos anos não conseguem retomar a vida
Se ninguém os ajudar, em breve vão definhar
Ninguém aguenta voltar a perder tudo quando se estava a reerguer
Os políticos papagueiam, como se soubessem tuto
Têm o seu sustento garantido, com o rendimento certo ao fim do mês
Saberão quão duro é arrancar, da pouca e pobre terra, o sustento?
Não é com palavreado, nem discurso estafado, muito bem preparado
Mas com muito trabalho, suado, à chuva, ao frio, ao sol
Sob o peso dos impostos
Para um dia perderem tudo
Que, para muitos, é nada!
Uns tarecos velhos, sem utilidade
Para os que vivem em palácios
Que conhecem o mundo
Que nunca precisaram de contar os cêntimos
Que não sabem nada
Do trabalho necessário, para produzir os seus alimentos.
José Silva Costa
Tempo!
Estas flores, que te dou, simbolizam o meu amor
Têm o perfume dos teus beijos
A alegria dos teus olhos
As suas pétalas são macias como os teus cabelos
Dos teus lábios saem bonitas palavras
Que produzem sinfonias emocionais
E nos transportam para constelações nunca vistas
Meu amor, tu és a mais bonita flor
Aquela que escolhi para estar sempre a meu lado
O caminho, que já percorremos, alado
Com cravos e rosas embalado
Vamos caminhando por este céu estrelado
Colhendo os doces frutos dos muitos anos vividos
É tão bonito ver as nossas flores a crescerem
Bonitas e perfumadas que dá tanto gosto ver
Outras sementes vão germinar e florescer
Todos os dias vão amanhecer
Florir, sorrir, caminhar, ver tudo a evoluir
Como se a caminhada nunca acabasse
A lua e sol querem abraçar-se
Para melhor iluminarem o mundo
Criar uma nova filosofia
Baseada na fraternidade e solidariedade
Para que todos vivam em harmonia
Seja qual for o credo, a cor, a idade
Nestes tempos que exigem verdade e igualdade
Em que entidades milenares têm sido questionadas
Os seus dirigentes têm pedido desculpa pelas barbaridades cometidas
Sofrimentos revelados com a força do momento e a ajuda do vento
É neste contesto, neste leste e oeste, que, felizmente, ainda, podemos ver a solidariedade
Sem darmos o devido valor ao facto de podermos viajar, neste nosso espaço, sem peias nem embaraço
Oxalá, possamos continuar, em paz, a viver, trabalhar, estudar, nesta nossa Europa, num livre abraço.
José Silva Costa
A lua-de-mel!
Sonhos longos planos
Mar salgado ondulado
Um beco apertado
Rio sombrio magoado
Luzes acesas sem telhado
Frio escorregadio molhado
Braços num abraço sufocado
Beijos num céu estrelado
Mãos a afagar um corpo suado
A lua a iluminá-los com cuidado
Um sono acordado
A sorrir em cada namorado
Um grito de alegria queimado
O sobrolho da rua arrepiado
O sol a subir ao sobrado
A prometer ficar para sempre acordado
Para que ninguém acorde gelado
Uma noite de juras de amor encantado
Duas vidas atadas por um lençol esticado
O amor no perfume deitado
Tudo o resto passou ao lado
Como se o mundo já tivesse acabado
Nem um ruido incomodado
O tempo ficou parado
Na areia as gaivotas ensaiavam um bailado
Tudo ficou alado
Voaram num voo imaginado
Aterraram nas nuvens de um dia ensombrado
Com um bonito penteado
O futuro para sempre enleado.
José Silva Costa
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