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Correio da Manhã
21 de Março de 2004
Na Oficina Municipal do Teatro, em Coimbra, é lançado às 15h00, o CD-ROM com o poema 'O Estado do Mundo', escrito através da Internet por 144 poetas de língua portuguesa. Incluído no projecto 'O Fulgor da Língua', de Coimbra 2003 - Capital Nacional da Cultura, o poema foi 'construído' num portal durante os últimos três/quatro meses. De acordo com Rui Mendes, moderador do poema com António Pedro Pita, dos 6902 versos validados pelos próprios autores, foi retirada uma súmula de 1715 para o CD-ROM.
Durante a produção do poema registaram-se 11 385 entradas no portal, tendo-se inscrito 258 poetas, dos quais apenas 144 foram escrevendo
De: O FULGOR DA LÍNGUA |
“ As crianças são o melhor do Mundo”
Esta pandemia tem feito com que todas as faixas etárias tenham sido chamadas a darem o seu contributo para minimizar as consequências desta terrível infeção
Primeiro foram chamados os mais velhos, por serem os mais vulneráveis, como se tem visto pela percentagem de óbitos
Ao fim de um ano de vacinação, chegámos à faixa etária entre os 5 e os 11 anos, depois dos de mais de 65 anos já terem sido inoculados com 3 doses, que se têm portado como grandes heróis, comparecendo nos centros de vacinação, prontos para serem vacinados
Sem medos e sem choros, com um discurso admirável, para as suas idades, conscientes de que estão a contribuir para que a doença não seja tão grave, numa tentativa de não sobrecarregar o Serviço Nacional de Saúde que, com a variante ómicron está a ficar, novamente, sob uma grande pressão, ainda assim, muito melhor do que há um ano
Com muitos mais infetados, temos menos internados e menos mortos, graças à vacinação e ao facto desta variante ser menos agressiva, atacando as vias aéreas, enquanto a variante delta ataca mais os pulmões
Assim, as crianças estão a dar uma grande lição aos adultos, que continuam a recusar a vacina, não atendendo ao risco que correm e em que colocam toda a sociedade
Estas crianças, que devido às circunstâncias, foram submetidas a esta prova de cidadania, serão amanhã cidadãos mais esclarecidos e pais mais determinados na vacinação dos seus filhos, fazendo inverter a tendência que se vinha acentuando, de alguns pais pensarem que as vacinas já não eram necessárias
Infelizmente, esta pandemia veio lembrar a importância das vacinas, que têm ajudado, ao longo dos anos, a erradicar algumas doenças que, também, atormentaram muita gente.
José Silva Costa
Os anos
Cada ano, cada etapa
Cada ano é como uma flor
Vai perdendo as pétalas durante os 365 dias
Depois, nasce um novo ano
Jovem, formoso, muito vaidoso
Vai, ao longo dos dias, perdendo o fulgor
Envelhecendo, perdendo os sonhos
Não conseguindo realizar tudo o que tinha imaginado
Acontece com todos os anos
Acontece, também, com os humanos
Está dependente dos acontecimentos
Que fazem com que seja bom ou mau
Há os que se tornam inesquecíveis
Outros de que ninguém se lembra
Os que são lembrados ao longo dos séculos
Os que ficam esquecidos no tempo
Os que morrem sem glória, nem advento
Os que só vivem o momento
Os que vencem o tempo
Os que se libertam da morte
Os que são eternos!
Bom Ano!
José Silva Costa
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